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Emissoras começam a testar formas de atrair consumidor com novos comerciais
DA REDAÇÃO
As emissoras guardam a sete
chaves as formas de comerciais
interativos em teste, pois a que
chegar mais perto do que o consumidor deseja vai conseguir
mais ganhos com a interatividade plena na TV digital. Uma
das tendências, no entanto, parece ser focar mais na publicidade dentro da programação
do que durante o intervalo.
Para Roberto Franco, presidente do Fórum de TV digital e
membro do Conselho Executivo do SBT, desta forma estaria
"causando interferência só
com o meu próprio produto", o
que seria mais fácil de gerir.
Os detalhes ainda estão em
aberto, mas uma idéia em discussão é limitar o tempo de interação com a publicidade no
programa ou só bloquear essa
ferramenta em momentos em
que não for interessante perder
a atenção do telespectador.
Franco revela que o SBT já
está fazendo experiências para
ver a reação dos telespectadores, em ambientes simulados,
em parceria com fabricantes de
conversores, agências de publicidade e anunciantes. "Se eu esperar ter mercado para fazer isso, vou aprender com o mercado que estou desperdiçando."
A opinião é compartilhada
por Luis Olivalves, gerente de
interatividade da Band. "Você
tem que começar para aprender e, na hora em que esse negócio estiver mais massificado,
saber tirar proveito dele." Ele
concorda que "o formato publicitário vai ser muito mais flexível nos programas do que no
break comercial" porque no intervalo "todo mundo tem que
ter sua visibilidade garantida".
Uma das decisões que precisam ser tomadas é se a propaganda vai mudar o aspecto da
tela. Será possível, por exemplo, encolher a imagem do comercial seguinte para seguir interagindo com o primeiro.
"O cliente que deseja fazer
um comercial interativo é o
mesmo que pode lhe dar respostas sobre até quanto ele
aceitaria ser impactado por
uma interatividade anterior de
forma a continuar satisfeito."
A escolha do posicionamento
do comercial no intervalo já
custa mais caro ao anunciante,
e esse preço pode ficar ainda
mais salgado quando o fato de
aparecer primeiro na TV -para
evitar o desvio de atenção com
a interatividade do concorrente exibido anteriormente- fizer ainda mais diferença.
O diretor da Central Globo
de Comunicação, Luiz Erlanger, diz que um grupo está sendo montado para avaliar a melhor forma de interatividade na
emissora, mas adianta que
"certamente não iremos abrir
mão da atenção do telespectador em favor da receita".
Na sua opinião, a lógica é
simples: a publicidade vai para
a Globo em troca de audiência.
"Se estou correndo o risco de,
por ganância, apostar mais na
publicidade do que na audiência, estou dando um tiro no pé
porque a longo prazo vou perder audiência e anunciantes."
Para Toninho Rosa, superintendente comercial da RedeTV!, o valor pago pelo espaço
publicitário pode até aumentar. Copiando um modelo usado na internet, ele sugere uma
remuneração extra às emissoras quando o telespectador interagir com a propaganda. E vai
além, prevendo outro adicional
se a interação resultar na compra do produto. "A propaganda
vai deixar de ser vista simplesmente como uma construtora
de marca", prevê, já que, com a
TV digital, será possível avaliar
efetivamente o quanto um comercial alavanca as vendas.
(TR)
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