São Paulo, quarta-feira, 06 de janeiro de 2010

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No Brasil, mercado passou por reviravolta após redução de IPI

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O mercado automotivo no Brasil saiu de um cenário de queda de 8,1% nas vendas de automóveis e comerciais leves em janeiro do ano passado ante o mesmo mês de 2008, para uma expansão de 12,66% ao longo de 2009.
Para o presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), Sérgio Reze, foi uma reviravolta "surpreendente", já que o PIB (Produto Interno Bruto) do país teve um "crescimento pífio" no ano passado.
Foram as medidas do governo direcionadas para o setor, como a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que incide sobre os carros e a retomada do crédito, que salvaram o mercado, diz Reze.
"Quando a crise veio, o governo tinha instrumentos para enfrentá-la, porque o país já tinha uma política econômica estável", afirmou.
No ano passado, foram vendidos 3 milhões de automóveis e comerciais leves no Brasil, uma marca recorde. A redução do IPI, anunciada inicialmente em dezembro de 2008, foi estendida até o final de março deste ano para o caso dos veículos flex. Já o crédito para a compra de veículos voltou à normalidade ao longo de 2009.
"O IPI funcionou mais como uma desculpa para comprar, porque as pessoas já queriam adquirir seu veículo, mas não tinham condições de financiamento", afirma.
Para este ano, a Fenabrave estima um avanço de 9,73% nas vendas de automóveis e comerciais leves ante 2009.
Mesmo o setor de caminhões, que demorou mais a se recuperar, teve um desempenho melhor do que o esperado. No acumulado do ano, as vendas caíram 11,47% -a previsão da Fenabrave era de uma baixa de mais de 20%.
"As vendas de caminhões estão mais ligadas ao desempenho da economia como um todo", disse Reze. Em dezembro, as vendas tiveram incremento de 14,14% em relação a novembro passado.

Competição
No acumulado de 2009, a Fiat ficou na liderança, com 24,49% de participação no mercado de automóveis e comerciais leves. Logo atrás, aparece a Volkswagen, com fatia de 22,74%. A GM e a Ford vêm com 19,79% e 10,10%, respectivamente.
As montadoras tradicionais, porém, tiveram de enfrentar maior concorrência dos importados. As maiores taxas de crescimento foram registradas pelas empresas não instaladas no país. A BMW, por exemplo, cresceu 69% no país. Já a japonesa Subaru e a sueca Volvo tiveram as maiores expansões, com altas de 140% e 101% nas vendas, respectivamente.
(PAULO DE ARAUJO)


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