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Manobra governamental para elevar superavit rende R$ 3,5 bi
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A manobra do governo para
elevar o superavit primário por
meio de dividendos antigos não
pagos pela Eletrobrás rendeu
R$ 3,5 bilhões em dinheiro ao
Tesouro no último dia de 2009.
Os recursos vieram da compra,
pelo BNDES, de parte dos R$
5,2 bilhões não repassados pela
estatal desde a década de 70.
Com a operação, autorizada
pela medida provisória 478, o
governo reforçou o caixa no fechamento de um ano de forte
queda na arrecadação tributária. Já o banco de fomento herdou mais da metade dessa obrigação da Eletrobrás com a
União, que não tem previsão
para pagamento. Os recursos
devidos, no entanto, são corrigidos pela taxa Selic.
Pela lei que regulamenta as
sociedades anônimas, as empresas são obrigadas a repassar
a cada exercício ao menos 25%
do lucro líquido como dividendos para os acionistas. Mas, segundo o subsecretário de Política Fiscal do Tesouro, Marcus
Aucélio, a estatal deixou de recolher os recursos durante períodos de dificuldade ou ainda
para fazer investimentos.
"Teoricamente, a empresa
teria que fazer o pagamento e
não o fez", afirmou. O subsecretário, no entanto, não explicou
o porquê de o BNDES não ter
adquirido o total desse estoque
de dividendos. Segundo ele, o
R$ 1,7 bilhão restante ainda pode ser negociado, mas não há
previsão para nova operação.
Para atingir a meta de superavit primário (economia para
o pagamentos de juros da dívida pública) de 2,5% do PIB em
2009, o governo ainda poderá
abater os gastos com o PAC, reduzindo o esforço fiscal para
apenas 1,56% do PIB.
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