Um dos maiores críticos dos juros altos, Paulo Skaf irá participar amanhã de uma mesa de discussão em um fórum de negócios em Portugal junto de seu principal alvo, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Será o encontro da "pedra" com a "vidraça".
Na última reunião do Copom, quando o Banco Central decidiu reduzir o ritmo da queda de juros para 0,25 ponto percentual, Skaf fez uma de suas críticas mais duras. Chegou a dizer que a decisão era um sinal de que falta afinação na orquestra. "Nem parece que o Copom integra o mesmo governo que, há apenas dois dias, anunciou um grande e abrangente programa voltado à expansão do PIB", afirmou à época.
No seminário de amanhã, Skaf diz que vai baixar o tom. "Lá fora, não vou entrar em temas polêmicos. Vou defender uma agenda positiva para o Brasil." Ele vai procurar concentrar o discurso em oportunidades de investimento. "Vou deixar que Meirelles fale sobre a conjuntura econômica."
Apesar da mudança no discurso, Skaf disse que continua achando que os juros estão aquém do que deveriam. "Estamos desperdiçando dinheiro com os juros que deveriam ir para outros setores." Ele defende que a Selic baixe neste ano para 9%, que representariam um juro real de 6%.
Sobre as críticas que fez à última decisão do Copom, Skaf disse que o que o deixou irritado foi o fato de o BC ter reduzido o ritmo da queda dos juros exatamente na mesma semana do anúncio do PAC (Programa de Aceleração Econômico). O PAC foi anunciado no dia 22 do mês passado, dois dias antes da decisão do Copom. "Foi uma ducha de água fria", afirmou.
Skaf não terá apenas esse encontro com Meirelles em Portugal. Os dois estarão juntos na sexta em uma reunião com o presidente português, Cavaco Silva. Skaf deve estar acompanhado na viagem do empresário Benjamin Steinbruch, presidente da CSN e vice da Fiesp.
Skaf diz que o PAC pode contribuir para aumentar o crescimento, mas não será fundamental. Faltam, a seu ver, as reformas. O plano, apesar de estar na direção correta, é insuficiente para garantir o crescimento de 4% a 5%. Ele acha mais garantido apostar nessas taxas em 2008.
Sobre o crescimento de 2,8% da indústria no ano passado, Skaf não estranhou. Desde junho, ele vinha alertando de que, com os juros altos, o país não cresceria acima de 3%, apesar de o governo falar em taxas superiores a 4%. Agora, decidiu diminuir o tom das críticas ao BC. "Os juros estão caindo."

INTERCÂMBIO
O Brasil deve crescer, nos próximos três anos, 5% na preferência de jovens como destino para cursos de idioma, segundo pesquisa com 188 escolas de idioma e agências especializadas. Com esse índice, o país fica entre os oito primeiros colocados, à frente da Alemanha, França, Itália e Japão. No topo da lista estão Austrália -em alta desde os Jogos Olímpicos de 2000-, EUA e China.

ON THE ROCKS
A Absolut lança hoje o oitavo sabor de sua linha, o Absolut Ruby Red, com aroma de grapefruit. Para o lançamento da bebida no país, a marca trouxe seu diretor de análise sensorial, Per Hermansson. Há dez anos na empresa, Hermansson é o responsável pela elaboração dos sabores das vodcas. O especialista fará palestra, durante o evento, para donos de restaurantes, barmen e consumidores finais. "Vamos falar sobre a experiência dos sentidos", diz. O primeiro sabor da linha de vodcas flavorizadas da marca, o Citron, foi lançado em 1988.

PRODI NO BRASIL
Durante visita ao Brasil, o primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, agendou ida à Fiesp, em 26 de março.

CAVIAR
A ONU liberou a exportação do caviar beluga de países como Irã, Cazaquistão, Azerbaijão e Rússia. A decisão encerra uma proibição que durou um ano, desde que os países tomem medidas para preservar a espécie de esturjão da qual se origina esse tipo de ova e vendam uma quantidade determinada -3.761 quilos.

SELEÇÃO
Acontece, em março, no Uruguai, o Painel Internacional da Endeavor, evento para a última fase da seleção de empresas que passarão a receber apoio da ONG.

EDUCAÇÃO
O presidente da CNI, Armando Monteiro, e o ministro Fernando Haddad (Educação) reúnem-se hoje para discutir o Brasil Alfabetizado, que tem apoio do Sesi.

NO GRAMADO
Brasil e França voltam a se enfrentar neste ano. Participam do jogo, nomes como Paulo César Caju, Viola, César Sampaio, Edu, Gilberto Costa, Serginho Chulapa, Biro-Biro, João Paulo, Palhinha, Careca, Mauro Silva e Júnior. O time da França será comandado pelo ex-jogador Marcel Dessailly. O jogo é promovido pelo Carrefour.