|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Alimentos e educação elevam inflação em SP
Taxa calculada pela Fipe fica em 0,66% em janeiro
IVONE PORTES
DA FOLHA ONLINE
A inflação no município de
São Paulo desacelerou para
0,66% em janeiro, depois de ter
atingido 1,04% em dezembro
de 2006. Apesar do ritmo menor, trata-se da maior taxa para
o primeiro mês do ano desde
2003, quando foi 2,19%.
Na previsão do coordenador-adjunto da pesquisa de preços
da Fipe (Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas), Juarez
Rizzieri, a tendência é que o ritmo da inflação caia mais e feche
fevereiro entre 0,20% e 0,30%.
"Não estou visualizando nenhum impacto expressivo para
este mês", disse o economista.
Em dezembro, a inflação foi
pressionada basicamente por
transportes coletivos, em razão
dos reajustes das passagens de
ônibus, metrô e trem.
Já em janeiro, três itens foram responsáveis por 70% da
inflação registrada em São Paulo: álcool combustível, alimentos "in natura" e educação.
Devido ao período de entressafra da cana-de-açúcar, o álcool subiu 11,74% no período e
gerou impacto de 0,06 ponto
percentual no IPC (Índice de
Preços ao Consumidor) calculado pela Fipe.
Os alimentos hortifrutigranjeiros saíram de uma queda de
1,37% para uma alta de 7,30%
entre dezembro e janeiro, respondendo por 0,28 ponto percentual da taxa geral no primeiro mês do ano.
Segundo Rizzieri, já era esperado um avanço no preço dos
produtos "in natura", mas a alta
foi "potencializada" pelo excesso de chuva em janeiro.
O grupo de preços "Educação" subiu 3,23% e contribuiu
com 0,12 ponto percentual para
a inflação de janeiro. Esse movimento, entretanto, é sazonal
e deve-se ao reajuste das mensalidades escolares.
Para 2007, o economista da
Fipe projeta uma inflação em
torno de 3,5%, acima dos 2,55%
verificado em 2006.
Na avaliação dele, a redução
dos juros, o aumento do crédito
e o reajuste do salário mínimo
devem provocar um aumento
na demanda interna e novos
reajustes de preços, principalmente no setor de serviços, que
não reflete tanto os efeitos da
queda do dólar.
A desvalorização da divisa
norte-americana em relação ao
real, segundo Rizzieri, ajudou a
conter a inflação no ano passado e deve continuar tendo efeito nos preços em 2007.
Segundo ele, o dólar baixo facilita a compra de produtos importados e ajuda a segurar os
aumentos no mercado interno.
"O câmbio tem sido o grande
responsável pelo comportamento da inflação, pois funciona como uma válvula", disse.
Texto Anterior: Vaivém das commodities Próximo Texto: Agrofolha: Casos de ferrugem da soja aumentam nesta safra Índice
|