São Paulo, terça-feira, 06 de fevereiro de 2007

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Alimentos e educação elevam inflação em SP

Taxa calculada pela Fipe fica em 0,66% em janeiro

IVONE PORTES
DA FOLHA ONLINE

A inflação no município de São Paulo desacelerou para 0,66% em janeiro, depois de ter atingido 1,04% em dezembro de 2006. Apesar do ritmo menor, trata-se da maior taxa para o primeiro mês do ano desde 2003, quando foi 2,19%.
Na previsão do coordenador-adjunto da pesquisa de preços da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), Juarez Rizzieri, a tendência é que o ritmo da inflação caia mais e feche fevereiro entre 0,20% e 0,30%.
"Não estou visualizando nenhum impacto expressivo para este mês", disse o economista.
Em dezembro, a inflação foi pressionada basicamente por transportes coletivos, em razão dos reajustes das passagens de ônibus, metrô e trem.
Já em janeiro, três itens foram responsáveis por 70% da inflação registrada em São Paulo: álcool combustível, alimentos "in natura" e educação.
Devido ao período de entressafra da cana-de-açúcar, o álcool subiu 11,74% no período e gerou impacto de 0,06 ponto percentual no IPC (Índice de Preços ao Consumidor) calculado pela Fipe.
Os alimentos hortifrutigranjeiros saíram de uma queda de 1,37% para uma alta de 7,30% entre dezembro e janeiro, respondendo por 0,28 ponto percentual da taxa geral no primeiro mês do ano.
Segundo Rizzieri, já era esperado um avanço no preço dos produtos "in natura", mas a alta foi "potencializada" pelo excesso de chuva em janeiro.
O grupo de preços "Educação" subiu 3,23% e contribuiu com 0,12 ponto percentual para a inflação de janeiro. Esse movimento, entretanto, é sazonal e deve-se ao reajuste das mensalidades escolares.
Para 2007, o economista da Fipe projeta uma inflação em torno de 3,5%, acima dos 2,55% verificado em 2006.
Na avaliação dele, a redução dos juros, o aumento do crédito e o reajuste do salário mínimo devem provocar um aumento na demanda interna e novos reajustes de preços, principalmente no setor de serviços, que não reflete tanto os efeitos da queda do dólar.
A desvalorização da divisa norte-americana em relação ao real, segundo Rizzieri, ajudou a conter a inflação no ano passado e deve continuar tendo efeito nos preços em 2007.
Segundo ele, o dólar baixo facilita a compra de produtos importados e ajuda a segurar os aumentos no mercado interno.
"O câmbio tem sido o grande responsável pelo comportamento da inflação, pois funciona como uma válvula", disse.


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