São Paulo, sábado, 06 de fevereiro de 2010

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Em dólares, Bolsa de SP perde 15% no ano

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em meio às perdas que assolaram o mercado acionário mundial nos últimos pregões, a BM&FBovespa acabou por ficar entre as Bolsas que mais sofreram. No ano, a BM&FBovespa amarga perdas de 15,04% em dólares, atrás apenas de países como Espanha (-19,52%), Grécia (-18,63%) e Portugal (-16,85%), que estão no epicentro das atuais turbulências.
No fim do pregão de ontem, a Bolsa brasileira ensaiou uma recuperação, mas ficou distante de escapar do vermelho: caiu 1,83% e desceu a 62.762 pontos, o mais baixo patamar em três meses. No pior momento para o índice Ibovespa nas operações de ontem, as perdas chegaram a 4,06%. Nesse momento, o índice acionário bateu em 61.341 pontos.
O dólar, que chegou a respirar ontem, vendido na mínima a R$ 1,863, acabou por encerrar cotado a R$ 1,891, com apreciação de 0,37%. No ano, a moeda americana já subiu 8,5%.
A alta movimentação no pregão brasileiro, onde foram negociados R$ 8,8 bilhões -31% acima da média do ano-, ilustra o nervosismo que tem marcado os negócios.
"O mercado ainda vai atravessar um período de trovoadas, ao menos até que os governos de Grécia e Portugal sejam capazes de montar um plano crível. Não podemos esquecer que a China ainda continua no foco, apenas foi eclipsada pelos países europeus", diz Homero Guizzo, economista da LCA Consultores.
O saldo na semana para a Bolsa de São Paulo foi de depreciação acumulada de 4,04%, com 54 de suas 63 ações de maior liquidez no vermelho.
Na Europa, o índice FTSEurofirst 300, formado pelas principais ações da região, registrou baixa de 3,7% na semana -pior resultado semanal desde março de 2009. A Bolsa de Paris, entre as maiores, foi a que mais caiu ontem, com recuo de 3,4%. Em Londres, as perdas foram de 1,53%.
A Ásia refletiu ontem com maior intensidade a piora dos mercados financeiros. A Bolsa de Tóquio registrou perdas de 2,89% no pregão.
Quem respirou no fim do dia foram os mercados norte-americanos. O índice Dow Jones terminou com pequena alta de 0,10%. A Bolsa eletrônica Nasdaq subiu 0,74%. No país, foram apresentados os dados do mercado de trabalho, que trouxeram a surpresa da queda na taxa de desemprego, que foi de 10% para 9,7%.
"Os investidores têm demonstrado que estão efetivamente preocupados com a Europa. Antes disso, o mercado brasileiro já estava sofrendo o impacto das incertezas em relação à China, que têm afetado as commodities e, consequentemente, nossa Bolsa", afirma Maurício Ceará, estrategista da Santander Corretora. "Além disso, a Bolsa havia subido muito no ano passado, o que favorece a realização de lucros [venda para embolsar ganhos] mais forte neste momento", diz.
O petróleo voltou a sofrer depreciação. Ontem em Nova York o barril do produto recuou 2,67%, cotado a US$ 71,19.
Nesse cenário, a ação da Petrobras esteve entre as que mais perderam na semana. Seu papel preferencial recuou 7,75%; o ordinário caiu 6,33%.
Outra ação com queda forte na semana foi BMF&Bovespa ON, que acumulou desvalorização de 10,36% no período.


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