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Em dólares, Bolsa de SP perde 15% no ano
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em meio às perdas que assolaram o mercado acionário
mundial nos últimos pregões, a
BM&FBovespa acabou por ficar entre as Bolsas que mais sofreram. No ano, a BM&FBovespa amarga perdas de 15,04%
em dólares, atrás apenas de países como Espanha (-19,52%),
Grécia (-18,63%) e Portugal
(-16,85%), que estão no epicentro das atuais turbulências.
No fim do pregão de ontem, a
Bolsa brasileira ensaiou uma
recuperação, mas ficou distante de escapar do vermelho: caiu
1,83% e desceu a 62.762 pontos,
o mais baixo patamar em três
meses. No pior momento para
o índice Ibovespa nas operações de ontem, as perdas chegaram a 4,06%. Nesse momento,
o índice acionário bateu em
61.341 pontos.
O dólar, que chegou a respirar ontem, vendido na mínima
a R$ 1,863, acabou por encerrar
cotado a R$ 1,891, com apreciação de 0,37%. No ano, a moeda
americana já subiu 8,5%.
A alta movimentação no pregão brasileiro, onde foram negociados R$ 8,8 bilhões -31%
acima da média do ano-, ilustra o nervosismo que tem marcado os negócios.
"O mercado ainda vai atravessar um período de trovoadas, ao menos até que os governos de Grécia e Portugal sejam
capazes de montar um plano
crível. Não podemos esquecer
que a China ainda continua no
foco, apenas foi eclipsada pelos
países europeus", diz Homero
Guizzo, economista da LCA
Consultores.
O saldo na semana para a
Bolsa de São Paulo foi de depreciação acumulada de 4,04%,
com 54 de suas 63 ações de
maior liquidez no vermelho.
Na Europa, o índice FTSEurofirst 300, formado pelas principais ações da região, registrou
baixa de 3,7% na semana -pior
resultado semanal desde março de 2009. A Bolsa de Paris,
entre as maiores, foi a que mais
caiu ontem, com recuo de 3,4%.
Em Londres, as perdas foram
de 1,53%.
A Ásia refletiu ontem com
maior intensidade a piora dos
mercados financeiros. A Bolsa
de Tóquio registrou perdas de
2,89% no pregão.
Quem respirou no fim do dia
foram os mercados norte-americanos. O índice Dow Jones
terminou com pequena alta de
0,10%. A Bolsa eletrônica Nasdaq subiu 0,74%. No país, foram apresentados os dados do
mercado de trabalho, que trouxeram a surpresa da queda na
taxa de desemprego, que foi de
10% para 9,7%.
"Os investidores têm demonstrado que estão efetivamente preocupados com a Europa. Antes disso, o mercado
brasileiro já estava sofrendo o
impacto das incertezas em relação à China, que têm afetado
as commodities e, consequentemente, nossa Bolsa", afirma
Maurício Ceará, estrategista da
Santander Corretora. "Além
disso, a Bolsa havia subido muito no ano passado, o que favorece a realização de lucros [venda
para embolsar ganhos] mais
forte neste momento", diz.
O petróleo voltou a sofrer depreciação. Ontem em Nova
York o barril do produto recuou 2,67%, cotado a US$ 71,19.
Nesse cenário, a ação da Petrobras esteve entre as que
mais perderam na semana. Seu
papel preferencial recuou
7,75%; o ordinário caiu 6,33%.
Outra ação com queda forte
na semana foi BMF&Bovespa
ON, que acumulou desvalorização de 10,36% no período.
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