São Paulo, sábado, 06 de fevereiro de 2010

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Turbulência não afeta país, diz Mantega

DE BUENOS AIRES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem em Buenos Aires que a turbulência dos mercados não deve afetar significativamente o Brasil, porque "as commodities devem continuar em alta".
"Acho que a questão [da turbulência nos mercados] é passageira. Não irá afetar o quadro mundial de aumento das commodities", afirmou, ressaltando que Argentina e Brasil desfrutam de vantagem no cenário internacional por serem países exportadores de matérias-primas.
Mantega e o ministro da Economia da Argentina, Amado Boudou, que se reuniram para tratar de comércio bilateral, acordaram uma investida conjunta de críticas ao funcionamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). "Nossa avaliação conjunta é que o BID não tem tido uma atuação satisfatória para a região. Devemos levar a proposta de uma nova gestão para o BID."

Desvalorização
Para ter impacto na inflação, a desvalorização do câmbio tem que ser persistente, e não temporária, avalia o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. Segundo ele, "uma ou duas semanas de volatilidade" não vão criar uma crise no Brasil.
"Até agora, o impacto mais forte [no Brasil] foi no câmbio. Ele pode deixar de contribuir para reduzir a inflação [como fez recentemente], mas gera ganho fiscal com a redução da dívida pública." Como o Brasil é credor em dólares, a desvalorização aumenta os créditos do país quando convertidos para reais.
Outro canal de contágio do Brasil por conta do cenário externo instável, o comércio exterior também não deve trazer grandes problemas, segundo ele. A Fazenda, diz, já vinha trabalhando com recuperação mais lenta da economia global, o que fará as exportações de produtos brasileiros terem um desempenho pior.
Já o presidente do BC, Henrique Meirelles, disse que a turbulência nos mercados, diante de preocupações com a situação fiscal de países europeus, é parte de "instabilidade natural" depois da crise global. "O importante é que no Brasil não temos esse tipo de dificuldade. O Brasil está saindo forte", disse à Rádio Gaúcha.

Com a Reuters



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