|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Turbulência não afeta país, diz Mantega
DE BUENOS AIRES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Fazenda,
Guido Mantega, disse ontem em Buenos Aires que
a turbulência dos mercados não deve afetar significativamente o Brasil, porque "as commodities devem continuar em alta".
"Acho que a questão [da
turbulência nos mercados] é passageira. Não irá
afetar o quadro mundial
de aumento das commodities", afirmou, ressaltando
que Argentina e Brasil
desfrutam de vantagem no
cenário internacional por
serem países exportadores de matérias-primas.
Mantega e o ministro da
Economia da Argentina,
Amado Boudou, que se
reuniram para tratar de
comércio bilateral, acordaram uma investida conjunta de críticas ao funcionamento do BID (Banco
Interamericano de Desenvolvimento). "Nossa avaliação conjunta é que o
BID não tem tido uma
atuação satisfatória para a
região. Devemos levar a
proposta de uma nova gestão para o BID."
Desvalorização
Para ter impacto na inflação, a desvalorização do
câmbio tem que ser persistente, e não temporária,
avalia o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson
Barbosa. Segundo ele,
"uma ou duas semanas de
volatilidade" não vão criar
uma crise no Brasil.
"Até agora, o impacto
mais forte [no Brasil] foi
no câmbio. Ele pode deixar de contribuir para reduzir a inflação [como fez
recentemente], mas gera
ganho fiscal com a redução
da dívida pública." Como o
Brasil é credor em dólares,
a desvalorização aumenta
os créditos do país quando
convertidos para reais.
Outro canal de contágio
do Brasil por conta do cenário externo instável, o
comércio exterior também não deve trazer grandes problemas, segundo
ele. A Fazenda, diz, já vinha trabalhando com recuperação mais lenta da
economia global, o que fará as exportações de produtos brasileiros terem
um desempenho pior.
Já o presidente do BC,
Henrique Meirelles, disse
que a turbulência nos
mercados, diante de preocupações com a situação
fiscal de países europeus, é
parte de "instabilidade natural" depois da crise global. "O importante é que
no Brasil não temos esse
tipo de dificuldade. O Brasil está saindo forte", disse
à Rádio Gaúcha.
Com a Reuters
Texto Anterior: Para BC, não há risco cambial para empresas Próximo Texto: Em dólares, Bolsa de SP perde 15% no ano Índice
|