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Frota agrícola terá novo financiamento
da Reportagem Local
No Brasil, o uso de uma frota
agrícola considerada obsoleta é
um dos principais fatores determinantes de perdas na colheita de
grãos.
Atualmente, apesar de o país
deter 18% da área agrícola do planeta, os agricultores brasileiros
compram apenas 3 de cada 100
tratores vendidos no mundo.
Números da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos
Automotores mostram que a venda média anual de tratores na década de 70 foi de 40.907 unidades.
Caiu para 34.800 tratores na década seguinte e despencou para
18.656 na década de 90.
Para tentar modificar essa situação, o governo está lançando um
programa de modernização da
frota de tratores, implementos e
colheitadeiras, seguindo uma
prática adotada, por exemplo, em
países europeus.
Com um montante de R$ 1,6 bilhão, oriundos do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), o programa
deve beneficiar produtores rurais
e cooperativas agrícolas de todo o
país por intermédio da Finame
(Agência Especial de Financiamento Industrial).
Pelo menos R$ 800 milhões do
total de recursos serão destinados
para os financiamentos neste ano.
O restante, em 2001.
Essa modalidade de financiamento poderá atingir até 100% no
caso dos produtores com renda
agropecuária bruta anual inferior
a R$ 250 mil. No caso de agricultores com renda igual ou superior
a R$ 250 mil, o financiamento cobrirá 90%.
As taxas de juros vão de 8,75% a
10,75% ao ano, com prazos de financiamento de até seis anos para
tratores e implementos e de até
oito anos para colheitadeiras.
"São as melhores condições de
pagamento dos últimos 25 anos.
Esperamos que, a partir deste
mês, o processo de queda de vendas deve começar a ser invertido",
afirma Persio Luiz Pastre, vice-presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de
Veículos Automotores).
A indústria brasileira de máquinas agrícolas (tratores e colheitadeiras) registrou nos anos 90 o
pior desempenho de vendas da
história do país.
Estão em operação nas lavouras
brasileiras cerca de 460 mil tratores, sendo 35% deles com idade
acima de 16 anos de uso, de acordo com os fabricantes.
Essas máquinas, além de estarem superadas tecnologicamente,
apresentam desgastes mecânicos.
O limite operacional de um trator é de 15 anos em ação, recomenda a Anfavea.
No caso das colheitadeiras, o
desempenho das vendas também
cai. Nos anos 70 foram comercializadas 4.746 máquinas, enquanto
que nos anos 80 esse número subiu para 4.896 unidades. Na década de 90, porém, desmoronou para 2.209 unidades.
O país conta com uma frota de
49.600 máquinas. Do total, 25%
têm entre 16 e 25 anos de funcionamento.
(ROBERTO DE OLIVEIRA)
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