São Paulo, terça-feira, 06 de março de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Patrimônio de fundos no Brasil atinge R$ 1 trilhão em fevereiro

JOÃO SANDRINI
DA FOLHA ONLINE

O patrimônio dos fundos brasileiros de investimento superou pela primeira vez a marca de R$ 1 trilhão, apesar da instabilidade das Bolsas observada desde o dia 27 de fevereiro.
Segundo dados do site Fortuna, os fundos fecharam o mês passado com um patrimônio de R$ 1,003 trilhão. Mesmo com a perda de R$ 1,8 bilhão registrada nos últimos sete dias do mês (21 a 28), os fundos tiveram uma captação líquida positiva de R$ 9,3 bilhões durante fevereiro e acumularam entradas de R$ 28,4 bilhões neste ano.
Marcelo D'Agosto, sócio-diretor do Fortuna, disse que, apesar de a turbulência nas Bolsas mundiais ter começado na semana passada, o impacto na indústria de fundos não foi sentido em fevereiro.
Ele disse não acreditar que a correção do preço das ações seja suficiente para levar a indústria de fundos a encolher abaixo de R$ 1 trilhão nos próximos meses, uma vez que os fundos de ações representam apenas 5% dos volumes do setor.
Seguindo movimento das principais Bolsas internacionais, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) caiu 7,92% na semana passada. A perda dos fundos de ações, previdenciários e FGTS devido a essa correção foi de R$ 2,3 bilhões, segundo o site Fortuna.
Marcelo Assalin, diretor de investimento da Sul América Investimentos, afirmou que, assim como na turbulência de maio do ano passado, quando o Ibovespa recuou de 42 mil para 32 mil pontos em poucas semanas, desta vez também não houve movimentações significativas entre investimentos.
Os fundos de ações até tiveram captação de R$ 579 milhões entre 21 a 28 de fevereiro. Já os de renda fixa -que são os mais procurados por investidores brasileiros, com um patrimônio de R$ 266,7 bilhões- tiveram uma captação positiva bem menor, de R$ 3 milhões.
A captação da indústria de fundos só fechou a semana passada no vermelho devido à perda de R$ 840 milhões dos fundos multimercado (que misturam diversos tipos de investimento) e pelo resgate de R$ 1 bilhão dos fundos do poder público (capital de giro de municípios, Estados e União).
Para Assalin, a turbulência contribuiu para tornar fundos de maior risco mais atrativos no longo prazo. "Acho que até dá para aproveitar o momento para comprar com preços mais baixos", disse ele, que recomenda fundos multimercados.
O planejador financeiro Louis Frankenberg afirmou que especuladores e grandes investidores têm interesse em assustar as pessoas para que tenham a oportunidade de comprar ações a preços baixos.
Ele recomendou, entretanto, que os investidores não comprem ou vendam papéis agora e só tomem decisões em momentos de tranqüilidade.
"Pode haver uma queda de 30% ou 40% no preço das ações. O Brasil não avançou o suficiente para justificar os preços que estavam sendo praticados no mercado", disse o analista.


Texto Anterior: Bovespa já perdeu 10,9% com turbulência
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.