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Patrimônio de fundos no Brasil atinge R$ 1 trilhão em fevereiro
JOÃO SANDRINI
DA FOLHA ONLINE
O patrimônio dos fundos
brasileiros de investimento superou pela primeira vez a marca de R$ 1 trilhão, apesar da instabilidade das Bolsas observada desde o dia 27 de fevereiro.
Segundo dados do site Fortuna, os fundos fecharam o mês
passado com um patrimônio de
R$ 1,003 trilhão. Mesmo com a
perda de R$ 1,8 bilhão registrada nos últimos sete dias do mês
(21 a 28), os fundos tiveram
uma captação líquida positiva
de R$ 9,3 bilhões durante fevereiro e acumularam entradas
de R$ 28,4 bilhões neste ano.
Marcelo D'Agosto, sócio-diretor do Fortuna, disse que,
apesar de a turbulência nas
Bolsas mundiais ter começado
na semana passada, o impacto
na indústria de fundos não foi
sentido em fevereiro.
Ele disse não acreditar que a
correção do preço das ações seja suficiente para levar a indústria de fundos a encolher abaixo de R$ 1 trilhão nos próximos
meses, uma vez que os fundos
de ações representam apenas
5% dos volumes do setor.
Seguindo movimento das
principais Bolsas internacionais, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) caiu 7,92% na
semana passada. A perda dos
fundos de ações, previdenciários e FGTS devido a essa correção foi de R$ 2,3 bilhões, segundo o site Fortuna.
Marcelo Assalin, diretor de
investimento da Sul América
Investimentos, afirmou que,
assim como na turbulência de
maio do ano passado, quando o
Ibovespa recuou de 42 mil para
32 mil pontos em poucas semanas, desta vez também não
houve movimentações significativas entre investimentos.
Os fundos de ações até tiveram captação de R$ 579 milhões entre 21 a 28 de fevereiro.
Já os de renda fixa -que são os
mais procurados por investidores brasileiros, com um patrimônio de R$ 266,7 bilhões- tiveram uma captação positiva
bem menor, de R$ 3 milhões.
A captação da indústria de
fundos só fechou a semana passada no vermelho devido à perda de R$ 840 milhões dos fundos multimercado (que misturam diversos tipos de investimento) e pelo resgate de R$ 1
bilhão dos fundos do poder público (capital de giro de municípios, Estados e União).
Para Assalin, a turbulência
contribuiu para tornar fundos
de maior risco mais atrativos
no longo prazo. "Acho que até
dá para aproveitar o momento
para comprar com preços mais
baixos", disse ele, que recomenda fundos multimercados.
O planejador financeiro
Louis Frankenberg afirmou
que especuladores e grandes
investidores têm interesse em
assustar as pessoas para que tenham a oportunidade de comprar ações a preços baixos.
Ele recomendou, entretanto,
que os investidores não comprem ou vendam papéis agora e
só tomem decisões em momentos de tranqüilidade.
"Pode haver uma queda de
30% ou 40% no preço das
ações. O Brasil não avançou o
suficiente para justificar os
preços que estavam sendo praticados no mercado", disse o
analista.
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