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Bovespa já perdeu 10,9% com turbulência
Após uma semana de instabilidade, Bolsas seguem em baixa, com perda de 2,8% em SP, 0,53% em NY e 3,34% em Tóquio
Dados sobre economia dos EUA a serem divulgados nesta semana podem alimentar mais volatilidade no mercado global
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em apenas uma semana, as
perdas da Bolsa de Valores de
São Paulo já alcançam os
10,9%. Isso representa quase
um terço da alta acumulada na
Bovespa em todo 2006 (33%).
Somente ontem, a turbulência mundial, que começou na
terça passada, fez com que a
Bovespa perdesse 2,81%.
Os mercados acionários tiveram outro dia ruim pelo mundo, com queda em Bolsas européias, asiáticas e americanas.
Profissionais do mercado
afirmam que a maior preocupação dos investidores agora
são os dados econômicos americanos. Números que apontem
para desaquecimento econômico ou pressão inflacionária
na maior economia dos EUA
podem piorar de vez os mercados, dizem os analistas.
"Por enquanto, ninguém viu
uma mudança de fundamentos
econômicos. Assim, entendo
que a recente queda do mercado já está de bom tamanho",
disse Álvaro Bandeira, diretor
da corretora Ágora.
A Bolsa de Nova York, a principal referência do mundo, até
que se segurou ontem, chegando a operar em alta de 0,61%.
Mas acabou perdendo terreno
na última hora de pregão e caiu
0,53%. A Nasdaq recuou 1,15%.
Na Europa, Frankfurt perdeu 1,04%, seguida por Londres
(-0,94%) e Paris (-0,73%).
Os mercados europeu e americano abriram ontem com a
notícia de que as Bolsas da Ásia
haviam tido mais uma sessão
de relevantes perdas. Em Tóquio, o índice de ações Nikkei
perdeu 3,34%, seu pior pregão
em nove meses.
Em Xangai, a Bolsa voltou a
recuar, terminando a segunda-feira com queda de 1,59%. Na
China, começou ontem a sessão anual do Congresso Nacional do Povo, que traz na pauta
de discussões temas como a
contenção do excesso de liquidez no sistema financeiro e medidas para conter fraudes no
mercado acionário.
O mercado global entrou
nessa fase de perdas na última
terça-feira, quando a Bolsa de
Xangai caiu quase 9%.
"O movimento iniciado na
China traz dúvidas sobre a trajetória da economia mundial
que, apesar de não apresentar
sinais efetivos de que haverá
uma desaceleração mais brusca, traz efeitos negativos sobre
as Bolsas do mundo inteiro e
sobre os preços das commodities", avalia em relatório o Departamento de Estudos Econômicos do Bradesco.
Nos próximos dias, serão conhecidos importantes indicadores americanos, com destaque para os do mercado de trabalho, na sexta-feira.
Ontem foi apresentado o índice de atividade não-manufatureira dos EUA, que registrou
redução no ritmo de crescimento em fevereiro.
"O mercado mais calmo depende da economia americana.
A divulgação do "livro bege" será
acompanhada com muita atenção", avalia Bandeira.
O "livro bege" é uma compilação de dados da economia dos
EUA Ele será conhecido amanhã, dia também da decisão do
Banco Central brasileiro sobre
os juros. O mercado espera um
corte de 0,25 ponto -de 13%
para 12,75%- na Selic.
Apesar de as reservas internacionais terem rompido os
US$ 100 bilhões, o BC não alterou o ritmo de compras de dólares no mercado. Mesmo assim -com a atuação do BC e o
dia agitado no mercado financeiro-, o dólar subiu apenas
0,14% ontem, a R$ 2,136.
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