São Paulo, terça-feira, 06 de março de 2007

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Lucro bruto do HSBC no Brasil aumenta 30%

Inadimplência leva a resultado pior nos EUA

CLÁUDIA TREVISAN
ENVIADA ESPECIAL A LONDRES

O banco britânico HSBC obteve no ano passado um aumento de 30% de seu lucro bruto no Brasil, índice que só ficou abaixo dos registrados na China (112%) e na Índia (85%).
O bom resultado nos emergentes contrastou com as pesadas perdas da instituição em financiamentos imobiliários nos EUA, que levaram a uma queda de 21% no lucro bruto no país, para US$ 4,7 bilhões. O aumento da inadimplência dos norte-americanos forçou o banco britânico a elevar de US$ 7,8 bilhões para US$ 10,6 bilhões suas provisões para créditos de recuperação duvidosa, uma alta de 35,5%. Esses recursos são subtraídos do lucro do banco e guardados para compensar as perdas com a eventual inadimplência.
Apesar do tropeço nos EUA, o HSBC registrou o maior lucro bruto de sua história, US$ 22 bilhões, alta de 5% ante 2005. O Brasil contribuiu com US$ 526 milhões para esse resultado, o equivalente a 2,4% do total.
O lucro líquido do banco britânico cresceu 4,7% no ano passado, para US$ 15,8 bilhões. Os resultados globais foram apresentados ontem em Londres pelo presidente global da instituição, Stephen Green, e o presidente-executivo, Michael Geoghegan.
Os detalhes do balanço do HSBC Brasil serão apresentados hoje em São Paulo e, por razões contábeis, podem trazer algumas diferenças em relação aos dados divulgados ontem. Green e Geoghegan se empenharam em tentar convencer os jornalistas de que a situação nos EUA está sob controle.
Mas reconheceram que o banco terá de aumentar mais as provisões para perdas se houver uma deterioração da economia norte-americana, com forte desaceleração e aumento do desemprego -cenário que consideram improvável.
Os investidores reagiram bem à divulgação do balanço. As ações do HSBC subiram 0,02%, em um dia em que a Bolsa de Londres registrou queda de 0,9%. Mas isso se deve em grande parte ao fato de que as perdas nos EUA foram antecipadas por Green em dezembro de 2006, o que já havia provocado queda nas ações.

Futuro
Nos próximos cinco anos, o banco vai concentrar seus investimentos em mercados emergentes, que contribuíram com quase metade do lucro do ano passado, apesar de representarem apenas 28% dos ativos da instituição.
Segundo Geoghegan, as margens de lucro nos países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, costumam ser maiores que as dos desenvolvidos. O lucro bruto do HSBC naquelas regiões cresceu em média 19%, bem acima dos 5% globais.
Na divisão de ativos, a América Latina responde por 4,3% do US$ 1,86 trilhão que o HSBC possui em 82 países. Mas a contribuição da região para o lucro bruto é quase o dobro: 7,9%.


A jornalista CLÁUDIA TREVISAN viajou a convite do HSBC.

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