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Microsoft diz que Google tem posição "arrogante"
Ela acusará a rival de violar direitos autorais, afirma "FT"
DA REDAÇÃO
A Microsoft vai partir para o
ataque contra o Google. Segundo o "Financial Times", a empresa de Bill Gates vai afirmar
que a rival age com "arrogância" em casos envolvendo direitos autorais e vai acusá-la de
usar, sem autorização, material
como livros, filmes e programas de TV.
"Companhias que não criam
conteúdo e fazem dinheiro à
custa do material produzido
por outras pessoas estão ganhando bilhões por meio de
publicidade e IPO [sigla em inglês para oferta pública inicial
de ações]", enquanto autores e
editores enfrentam dificuldades para cobrir seus custos, dirá
hoje Tom Rubin, advogado da
Microsoft, de acordo com o jornal britânico.
A declaração de Rubin será
feita durante o encontro anual
da AAP (a associação de editores dos EUA). Esse organismo
apóia um grupo de editores e
outro de autores em processos
contra o Google por fazer cópias digitais de livros sem a autorização prévia dos detentores
de seus direitos autorais.
No discurso de hoje, ele dirá
que a decisão do Google de digitalizar todos os livros de uma
série de bibliotecas, salvo em
casos em que é desautorizado
pelos editores, "viola sistematicamente os direitos autorais,
retira de autores e editores
uma importante fonte de faturamento e, ao fazer isso, diminui os incentivos para criação".
Para Rubin, o Google está
violando a lei de direitos autorais porque "está se concedendo unilateralmente o direito de
fazer cópias na íntegra de livros
protegidos por direitos autorais".
O Google disse anteriormente que acreditava estar agindo
legalmente e eticamente ao
permitir o acesso a pequenos
trechos de livros. Ele afirmou
também que retira imediatamente da internet o material
quando solicitado por editores.
Sobre as críticas de faturar com
o material alheio, o Google rebate, dizendo que seu sistema
de publicidade na internet gerou US$ 3,3 bilhões para outros
sites no ano passado.
Os ataques contra o Google
por não respeitar direitos autorais têm crescido nos últimos
meses, especialmente depois
da aquisição do YouTube no final do ano passado.
No começo de fevereiro, a
Viacom, dona de canais de TV
como MTV e Nickelodeon, pediu para que fossem retirados
do site 100 mil vídeos. Anteriormente, uma associação japonesa tinha solicitado que 30
mil vídeos fossem removidos.
O site de vídeos também fará
parte das críticas a serem feitas
hoje por Rubin. Para o representante da Microsoft, "qualquer pessoa que visitar o YouTube vai reconhecer imediatamente a mesma posição arrogante em relação aos direitos
autorais".
Enquanto o YouTube enfrenta problemas com a veiculação de material não-autorizado, a Microsoft mandou na semana passada uma carta para
representantes de grandes empresas de mídia. No documento, a companhia se dispõe a colaborar na eliminação da pirataria no Soapbox, o novo site de
vídeos da Microsoft.
Além dos problemas com vídeos e livros, o Google, que na
semana passada assinou um
acordo para veicular material
da TV britânica BBC, enfrenta
dificuldades com seu site de
notícias. Em fevereiro, a Justiça belga determinou que a empresa retire do Google News os
links de manchetes dos jornais
locais que não autorizarem sua
publicação.
Se a decisão permanecer nas
instâncias seguintes, o caso pode abrir um precedente nos
processos que envolvem serviço de busca de notícias na web.
A France Presse tem ações similares contra o Google.
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