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Ministro francês diz que Brasil é "predador"
Para Bussereau, país quer entrar no mercado europeu sem dar contrapartida
Ministro da Agricultura diz que entrada de gado brasileiro sem tarifa aduaneira seria a destruição da pecuária francesa
DA REDAÇÃO
O ministro francês da Agricultura, Dominique Bussereau,
acusou o Brasil de agir como
"predador" nas negociações na
OMC (Organização Mundial do
Comércio). Além do país, ele
criticou outras "grandes potências agroindustriais", como Argentina, Austrália e Nova Zelândia.
"São países que gostariam de
entrar em nossos mercados,
que nós baixássemos as nossas
tarifas aduaneiras sem dar a
menor contrapartida para que
pudéssemos entrar em seus
mercados", afirmou o ministro
durante entrevista a uma rádio
francesa.
Bussereau disse que "caso se
permita a entrada em solo europeu de gado brasileiro sem
tarifas aduaneiras, seria a destruição da pecuária francesa".
Para o ministro francês, é necessário que "a França e a Europa sejam muito firmes nas
negociações na OMC" porque
"existe um sistema comunitário" e que "derrubar as fronteiras" significaria "destruir uma
parte da agricultura" européia.
Ele também afirmou que os
americanos defendem mais a
agricultura que os europeus.
No final da semana passada,
o presidente francês, Jacques
Chirac, disse que a União Européia deve se "manter firme como uma rocha" durante as negociações da Rodada Doha, de
liberalização do comércio
mundial. O mandatário também disse que o comissário do
Comércio europeu, Peter Mandelson, deve ser vigiado pois
"está disposto a ceder sempre
sem que, em contrapartida, os
americanos tenham manifestado nenhuma intenção de fazer
a menor concessão no setor
agrícola". Para ele, Mandelson
está disposto demais a fazer
concessões nas negociações de
comércio mundial.
As críticas dos dirigentes
franceses têm se acentuado à
medida que se aproxima as
eleições presidenciais do país
-o primeiro turno está marcado para 22 de abril. Nicolas Sarkozy, o candidato do governo,
tem liderado as pesquisas, mas
a disputa é parelha com a socialista Ségolène Royal.
No final de janeiro, eles já haviam criticado a postura do
próprio Mandelson, durante as
negociações para a retomada
de Doha, feitas no Fórum Econômico Mundial, em Davos
(Suíça). Na ocasião, os franceses disseram que Mandelson
usou métodos de trabalho "inaceitáveis" em suas tentativas de
retomar as negociações de liberalização do comércio mundial.
Para Bussereau, o comissário
"circulou textos" e tornou "públicas ou semi-públicas" informações confidenciais nas negociações.
Com agências internacionais
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