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JBS-Friboi agora lidera comércio global de carne
Aquisições dão acesso a 10% do mercado mundial
GITÂNIO FORTES
DA REDAÇÃO
A nova compra de unidades
industriais e de confinamentos
para engorda de animais nos
Estados Unidos e na Austrália
vai dar ao grupo JBS-Friboi a liderança do comércio global de
carne bovina. A empresa terá
10% do mercado mundial.
A capacidade diária de abate
vai chegar a 79,2 mil cabeças
em todo o mundo.
Segundo Joesley Mendonça
Batista, presidente da empresa,
as vendas vão crescer a US$
21,55 bilhões por ano (por volta
de US$ 20 bilhões no boi e a diferença em suínos e ovinos)
quando as aquisições se concluírem. Atualmente são US$
12,7 bilhões. A Tyson Foods
movimenta US$ 15 bilhões.
Com o controle da Swift desde o ano passado e a aquisição
do National Beef e do Smithfield Foods, a JBS terá o domínio de três das cinco principais
indústrias de carne bovina dos
EUA. Tyson e Cargill são as outras líderes do ranking.
As duas compras terão de ser
aprovadas pelo Departamento
de Justiça dos EUA. Com as
aquisições, a JBS passa a deter
32% do mercado de carne bovina do país. A Tyson tem 25%.
Joesley Batista projeta que a
integração entre as empresas
nos EUA vá propiciar economia
anual de US$ 132 milhões.
A empresa anunciou esperar
trabalhar com margem Ebitda
(lucro antes de juros, impostos,
depreciação e amortização) de
3% "em algum momento neste
ano" nos EUA. No Brasil, diz
Batista, o grupo trabalha com
14%. Ele lembra que, nos Estados Unidos, desempenho semelhante seria alcançado com
6,5%, pelo maior valor do preço
da carne bovina. A desaceleração da economia norte-americana não deve prejudicar o consumo de carne, diz.
Investimento
O grupo JBS-Friboi anunciou anteontem investimento
de US$ 1,69 bilhão para três
aquisições. Parte dos recursos
virá de subscrição privada de
novas ações, no valor aproximado de R$ 2,55 bilhões (US$
1,5 bilhão). "Essas compras encerram um ciclo", diz Joesley
Batista. Em 15 anos, a empresa
adquiriu pouco mais de 30 unidades. Até 2010, a prioridade
será "olhar porteira adentro",
afirma o presidente da JBS.
A compra da Smithfield
Foods, que tem quatro unidades de abate, vem com os confinamentos Five Rivers, com capacidade para 811 mil cabeças,
por US$ 565 milhões.
A aquisição da National Beef,
por sua vez, incluindo as dívidas da companhia, demandará
US$ 970 milhões.
Por outros US$ 150 milhões
-também incluindo os débitos-, a JBS ficará com o grupo
australiano Tasman. São seis
unidades de abate mais confinamentos para bois e ovinos.
Nos 12 meses encerrados em
setembro, a JBS obteve receita
líquida (faturamento menos
devoluções, impostos sobre
vendas) de R$ 24,076 bilhões
em todo o mundo. Para este
ano, com as novas aquisições, a
previsão é de R$ 39,630 bilhões. No ano passado, apenas
Petrobras (R$ 170,6 bilhões) e
Vale (R$ 64,8 bilhões), entre as
empresas com ações em Bolsa
que divulgaram os resultados
de 2007, obtiveram receita
maior que essa projeção, informa a consultoria Economática.
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