São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2008

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JBS-Friboi agora lidera comércio global de carne

Aquisições dão acesso a 10% do mercado mundial

GITÂNIO FORTES
DA REDAÇÃO

A nova compra de unidades industriais e de confinamentos para engorda de animais nos Estados Unidos e na Austrália vai dar ao grupo JBS-Friboi a liderança do comércio global de carne bovina. A empresa terá 10% do mercado mundial.
A capacidade diária de abate vai chegar a 79,2 mil cabeças em todo o mundo.
Segundo Joesley Mendonça Batista, presidente da empresa, as vendas vão crescer a US$ 21,55 bilhões por ano (por volta de US$ 20 bilhões no boi e a diferença em suínos e ovinos) quando as aquisições se concluírem. Atualmente são US$ 12,7 bilhões. A Tyson Foods movimenta US$ 15 bilhões.
Com o controle da Swift desde o ano passado e a aquisição do National Beef e do Smithfield Foods, a JBS terá o domínio de três das cinco principais indústrias de carne bovina dos EUA. Tyson e Cargill são as outras líderes do ranking.
As duas compras terão de ser aprovadas pelo Departamento de Justiça dos EUA. Com as aquisições, a JBS passa a deter 32% do mercado de carne bovina do país. A Tyson tem 25%.
Joesley Batista projeta que a integração entre as empresas nos EUA vá propiciar economia anual de US$ 132 milhões.
A empresa anunciou esperar trabalhar com margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 3% "em algum momento neste ano" nos EUA. No Brasil, diz Batista, o grupo trabalha com 14%. Ele lembra que, nos Estados Unidos, desempenho semelhante seria alcançado com 6,5%, pelo maior valor do preço da carne bovina. A desaceleração da economia norte-americana não deve prejudicar o consumo de carne, diz.

Investimento
O grupo JBS-Friboi anunciou anteontem investimento de US$ 1,69 bilhão para três aquisições. Parte dos recursos virá de subscrição privada de novas ações, no valor aproximado de R$ 2,55 bilhões (US$ 1,5 bilhão). "Essas compras encerram um ciclo", diz Joesley Batista. Em 15 anos, a empresa adquiriu pouco mais de 30 unidades. Até 2010, a prioridade será "olhar porteira adentro", afirma o presidente da JBS.
A compra da Smithfield Foods, que tem quatro unidades de abate, vem com os confinamentos Five Rivers, com capacidade para 811 mil cabeças, por US$ 565 milhões.
A aquisição da National Beef, por sua vez, incluindo as dívidas da companhia, demandará US$ 970 milhões.
Por outros US$ 150 milhões -também incluindo os débitos-, a JBS ficará com o grupo australiano Tasman. São seis unidades de abate mais confinamentos para bois e ovinos.
Nos 12 meses encerrados em setembro, a JBS obteve receita líquida (faturamento menos devoluções, impostos sobre vendas) de R$ 24,076 bilhões em todo o mundo. Para este ano, com as novas aquisições, a previsão é de R$ 39,630 bilhões. No ano passado, apenas Petrobras (R$ 170,6 bilhões) e Vale (R$ 64,8 bilhões), entre as empresas com ações em Bolsa que divulgaram os resultados de 2007, obtiveram receita maior que essa projeção, informa a consultoria Economática.


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