São Paulo, sexta-feira, 06 de março de 2009

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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Arrecadação mais baixa leva governo a cortar custeio

A decisão do governo de promover um forte corte no custeio se deve basicamente à queda acima do previsto da arrecadação tributária no início deste ano. O anúncio do corte foi feito ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, a cerca de 20 empresários na terceira reunião do grupo de acompanhamento da crise.
Mantega disse que o corte será muito maior do que o previsto, o que indicou também que a queda na arrecadação de tributos também deve estar sendo muito superior ao projetado. Em janeiro, a arrecadação bruta caiu 5%. Em fevereiro, os números não foram ainda divulgados, mas a Fazenda já dispõe da informação.
Se o governo quiser mesmo manter a meta de superávit primário em 3,8% do PIB e ainda manter o programa de investimentos previstos pelo PAC e o plano de habitação, não haverá muita saída. A alternativa será mesmo a de corte de custeios, o que pode implicar algum adiamento dos reajustes salariais previstos, entre outras medidas em estudo.
O grande problema, de acordo com Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central e sócio da consultoria Tendências, é que o corte de custeio é sempre um exercício complicado. O orçamento é muito rígido e o governo assumiu compromissos políticos que implicam aumento de despesas, e desfazer esses nós é sempre um problema.
A queda na arrecadação também reforça a tese de que o crescimento do PIB do Brasil neste ano deve ser bem mais baixo do que se previa, e muito mais distante dos 4% projetados pelo governo.
"O governo tem que se preparar para uma arrecadação e um PIB bem mais baixos", afirma Loyola.
A consultoria Tendências, por exemplo, está prevendo uma alta de 1%, mas muita gente já reviu para baixo. Há consultorias prevendo até 0,5% ou zero para o PIB neste ano.
"A cada semana eu projeto números para o crescimento do PIB menores do que os da semana anterior", diz o economista Raul Velloso.




NA PISTA
O Jockey Club de São Paulo volta a promover o GP Latino-Americano após 18 anos. No dia 14, quando o Jockey Club de São Paulo comemora 134 anos, seu presidente, Márcio Toledo, vai reunir 15 dos melhores cavalos e éguas hoje atuantes no Brasil, Chile, Peru e na Argentina. Em 1991 foi a última vez em que a prova foi realizada no Brasil. Nesta edição do evento será distribuída uma bolsa recorde para este GP, de US$ 250.000, divididos aos primeiros colocados.

DISPUTA
Chegaram ao ministro Aldir Passarinho Júnior, do STJ, três casos sobre os bônus de subscrição da AmBev. Envolvem disputa com fundos de investimento do Brasil e de fora. Os fundos querem adquirir ações da AmBev pelo valor oferecido aos funcionários da empresa como participação nos resultados. No Rio, os fundos foram vencedores. Em São Paulo, a AmBev venceu.

DEFESA
Foram gerados 160 contatos comerciais com possibilidade de negócios futuros para a produção da aeronave militar Rafale no Brasil, no encontro promovido nesta semana pela Fiesp e a Rafale International, entre empresários franceses e brasileiros do setor de defesa. Rafale International é o consórcio das francesas Dassault Aviation, Snecma e Thales.

TELHADO
A agência DM9DDB acaba de conquistar a conta da Telhanorte.

PLANO DE NEGÓCIO
O FGV Latin Moot Corp 2009, concurso internacional de planos de negócios promovido pelo centro de empreendedorismo e novos negócios da Fundação Getulio Vargas, vai dar US$ 17 mil para os finalistas aplicarem no plano de negócios vencedor. O concurso, entre os dias 11 e 13, vai reunir alunos e professores de seis faculdades nacionais e quatro equipes internacionais.

NA FINAL
O júri do FGV Latin Moot Corp 2009 será formado por consultores, diretores de grandes empresas, empreendedores e professores. A equipe vencedora participa ainda da Global Moot Corp Competition 2009, na Universidade do Texas, em maio, e concorrerá ao prêmio de US$ 100 mil.

CHAVES
A Caixa Consórcios fechou 2008 com uma carteira de 119.095 consorciados ativos, distribuídos em 426 grupos de imóveis e automóveis.

TRATOR
Quase 3.000 produtores rurais já se inscreveram no programa do governo de São Paulo que oferece financiamento com juro zero para comprar tratores. O empréstimo sai pela Nossa Caixa, e quem banca os juros é o Estado. Quando o programa foi lançado, em 2008, a expectativa do governo era atingir 6.000 tratores em dois anos. A previsão agora é concluir o programa antes do fim de 2009. José Serra entrega hoje, em Avaré, as primeiras máquinas para produtores.

AO TRABALHO
A PricewaterhouseCoopers pretende contratar 500 profissionais em 2009, sendo 400 trainees, para seus 16 escritórios no Brasil.

MARKETING
Após disputa em leilão internacional, a editora Campus-Elsevier será responsável pelo lançamento no Brasil do novo livro do guru do marketing mundial Phillip Kotler. "Chaotics: Managing and Marketing in the Age of Turbulance", de Kotler e John Caslione, será lançado neste ano no país com investimento de US$ 150 mil entre valor de adiantamento e marketing. A tiragem inicial é de 20 mil exemplares.

CARTEIRA
A FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação), órgão executor do Estado de São Paulo para a educação, discute hoje com fabricantes de mobiliário escolar do Brasil a nova padronização de carteiras e cadeiras para estudantes. O Estado tem hoje 2 milhões de carteiras e cadeiras em suas escolas.

COELHO
A Kopenhagen aumentou neste ano a contratação de temporários para a Páscoa, seu período de maior faturamento. As vagas para a fábrica subiram de 450 em 2008 para 703. Serão 543 na produção de Páscoa e 160 no aumento da linha de produtos. A crise estimulou o crescimento das franquias nos país, especialmente de alimentos. Segundo Renata Vichi, vice-presidente da marca, o trabalho começou em fevereiro e termina após a Páscoa.

com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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