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BNDES libera R$ 2,5 bi para usineiros
Verba permitirá estocagem de 5 bi de litros de álcool para evitar oscilações de preço
Setor cobrava R$ 4 bi, mas diz que recursos irão ao
menos amenizar a falta
de crédito; dinheiro estará
disponível a partir de maio
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para evitar oscilações no preço do álcool combustível, o ministro Reinhold Stephanes
(Agricultura) anunciou ontem
a liberação de R$ 2,5 bilhões
aos usineiros. Segundo ele, os
recursos, do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), estarão
disponíveis a partir de maio,
quando começa a moagem da
cana-de-açúcar.
O setor cobrava um volume
de R$ 4 bilhões. Mas ontem, em
nota, um de seus representantes disse que esses recursos
irão ao menos amenizar a falta
de crédito, causada principalmente pela crise econômica.
A liberação desses R$ 2,5 bilhões, segundo o governo, permitirá a estocagem de cerca de
5 bilhões de litros de álcool na
safra 2009/2010. Isso porque,
segundo estimativa do governo, para cada litro financiado,
ao menos 1,5 litro é armazenado. Será financiado um volume
de 3,3 bilhões de litros, e o preço de referência será de R$ 0,70
por litro de álcool.
"É preciso dar capital de giro
a um setor que está descapitalizado. [Os usineiros] estão sem
recursos: ou porque fizeram
muitos investimentos ou outras fontes secaram. Temos de
manter os estoques e temos de
tentar equilibrar a oferta ao
longo do ano", disse o ministro.
Essa linha de recursos foi definida anteontem, em reunião
com presidente Lula. Os juros
ainda não estão definidos, mas,
segundo o ministro, devem ficar em torno de 10% ao ano.
"Hoje, se não houver o financiamento da estocagem, a tendência para a safra 2009/2010
seria a de um mercado de álcool
com preços deprimidos e um
mercado de açúcar mais demandante, devido ao déficit internacional de produção", disse
o presidente da Unica (União
da Indústria de Cana-de-Açúcar), Marcos Jank. "Isso permitirá que a próxima safra não seja tão açucareira, pois passa a
ser interessante estocar álcool
com financiamento público."
Na mesma reunião, o governo decidiu estender para a próxima safra algumas medidas
em curso na safra atual, como o
aumento de 65% para 70% na
obrigatoriedade de aplicação
da poupança rural no financiamento do setor.
Ainda ontem, Stephanes disse que, dos cerca de 5 milhões
de toneladas de trigo que serão
importados neste ano pelo Brasil, 2 milhões virão da Argentina.
(EDUARDO SCOLESE)
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