|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Aquisições e câmbio fazem lucro da Oi recuar 50%
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
A Oi/Telemar fechou 2008
com lucro 50,2% menor do que
o obtido em 2007. O balanço
anual da empresa mostrou lucro de R$ 1,2 bilhão, contra R$
2,3 bilhões do ano anterior.
Segundo o diretor de Finanças e de Relações com Investidores da companhia, Alex Zornig, a queda é resultado do impacto da desvalorização cambial sobre a dívida externa da
companhia e dos elevados gastos com a compra de ações preferenciais da Brasil Telecom e
com a aquisição do controle da
Amazônia Celular.
A empresa sustenta que, até o
momento, a crise não afetou
sua geração de caixa. ""Talvez
porque o telefone não seja o
primeiro item cortado pelas famílias em momentos de crise."
Segundo Zornig, também na
Europa e nos EUA as operadoras de telefonia não perderam
receita em razão da crise.
Para a Telemar, há dois fatores preocupantes na crise: a
possibilidade de alta significativa do desemprego (que levaria
à redução da receita) e o encarecimento dos empréstimos.
Segundo Zornig, a Oi não tem
encontrado dificuldades para
obter financiamento, mas os
empréstimos encareceram por
conta da elevação da taxa de
risco cobrada pelos bancos.
Mesmo com o encarecimento do crédito, ela prevê tomar
cerca de R$ 4,5 bilhões de novos empréstimos, para cobrir
as despesas com a compra das
ações com direito a voto dos
acionistas minoritários da Brasil Telecom. Ela terá de fazer a
oferta de compra aos minoritários, por 80% do valor, por ação,
que foi pago aos ex-controladores da BrT, em janeiro último.
Expansão
A direção da Oi anunciou ontem que investirá entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões em 2009,
na expansão dos serviços de
banda larga, TV por assinatura
e telefonia. Segundo a companhia, os R$ 5,4 bilhões gastos
na compra do controle acionário da BrT não estão incluídos
nesse cálculo. A cifra refere-se
ao total de investimentos da Oi
e da BrT, e 40% do dinheiro irá
para a telefonia móvel.
Segundo o diretor, a empresa
tem por meta conquistar mais
9 milhões de clientes até o final
do ano. ""Acreditamos que podemos crescer, apesar da crise."
O endividamento líquido da
empresa triplicou de 2007 para
2008, por conta, principalmente, da aquisição de empresas. A
dívida era de R$ 2,7 bilhões em
dezembro de 2007 e fechou o
ano passado para R$ 9,8 bilhões.
Segundo o diretor, o endividamento tem vencimento em
médio e longo prazo e ""está sob
controle", por causa da forte
geração de caixa tanto da Oi
quanto da BrT.
Texto Anterior: BCs europeus reduzem a taxa de juros ainda mais Próximo Texto: GM cogita entrar em concordata Índice
|