São Paulo, sexta-feira, 06 de março de 2009

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Aquisições e câmbio fazem lucro da Oi recuar 50%

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

A Oi/Telemar fechou 2008 com lucro 50,2% menor do que o obtido em 2007. O balanço anual da empresa mostrou lucro de R$ 1,2 bilhão, contra R$ 2,3 bilhões do ano anterior.
Segundo o diretor de Finanças e de Relações com Investidores da companhia, Alex Zornig, a queda é resultado do impacto da desvalorização cambial sobre a dívida externa da companhia e dos elevados gastos com a compra de ações preferenciais da Brasil Telecom e com a aquisição do controle da Amazônia Celular.
A empresa sustenta que, até o momento, a crise não afetou sua geração de caixa. ""Talvez porque o telefone não seja o primeiro item cortado pelas famílias em momentos de crise." Segundo Zornig, também na Europa e nos EUA as operadoras de telefonia não perderam receita em razão da crise.
Para a Telemar, há dois fatores preocupantes na crise: a possibilidade de alta significativa do desemprego (que levaria à redução da receita) e o encarecimento dos empréstimos.
Segundo Zornig, a Oi não tem encontrado dificuldades para obter financiamento, mas os empréstimos encareceram por conta da elevação da taxa de risco cobrada pelos bancos.
Mesmo com o encarecimento do crédito, ela prevê tomar cerca de R$ 4,5 bilhões de novos empréstimos, para cobrir as despesas com a compra das ações com direito a voto dos acionistas minoritários da Brasil Telecom. Ela terá de fazer a oferta de compra aos minoritários, por 80% do valor, por ação, que foi pago aos ex-controladores da BrT, em janeiro último.

Expansão
A direção da Oi anunciou ontem que investirá entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões em 2009, na expansão dos serviços de banda larga, TV por assinatura e telefonia. Segundo a companhia, os R$ 5,4 bilhões gastos na compra do controle acionário da BrT não estão incluídos nesse cálculo. A cifra refere-se ao total de investimentos da Oi e da BrT, e 40% do dinheiro irá para a telefonia móvel.
Segundo o diretor, a empresa tem por meta conquistar mais 9 milhões de clientes até o final do ano. ""Acreditamos que podemos crescer, apesar da crise."
O endividamento líquido da empresa triplicou de 2007 para 2008, por conta, principalmente, da aquisição de empresas. A dívida era de R$ 2,7 bilhões em dezembro de 2007 e fechou o ano passado para R$ 9,8 bilhões.
Segundo o diretor, o endividamento tem vencimento em médio e longo prazo e ""está sob controle", por causa da forte geração de caixa tanto da Oi quanto da BrT.


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