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GM cogita entrar em concordata
Empresa de auditoria diz haver "dúvidas substanciais" sobre sustentabilidade da montadora; Dow Jones cai 4,1%
Caso companhia não opte
pela concordata, bancos e
demais credores poderão
começar a requerer de
volta recursos emprestados
FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK
Novas notícias negativas sobre a GM e o comércio dos EUA
derrubaram mais um vez a Bolsa de de Nova York ontem. O
Dow Jones caiu 4,09%.
Os próprios auditores da GM
já colocam em dúvida a viabilidade da companhia, e as ações
da montadora recuaram 15%
no pregão. Oficialmente, a GM
já admite entrar em concordata. Também ontem, e pela primeira vez, as ações do Citigroup chegaram a ser negociadas abaixo de US$ 1.
Em seu relatório anual, a empresa de auditoria Deloitte &
Touche, que supervisiona as
contas da GM, disse haver "dúvidas substanciais" sobre a sustentabilidade da companhia.
A expectativa é que a GM entre em concordata nos próximos dias, recebendo paralelamente ajuda estatal de US$ 30
bilhões para que possa ser reestruturada.
Em 2008, a GM teve prejuízo
de quase US$ 31 bilhões. Suas
vendas caem desde setembro.
No ano passado, foi ultrapassada pela Toyota como a maior
montadora do mundo. Em fevereiro, a empresa teve queda
de 53% nas vendas nos EUA.
Caso a empresa não opte pela
concordata, que a projetaria judicialmente por um período,
bancos e demais credores poderão começar a requerer de
volta recursos (ou garantias)
emprestados à montadora.
A GM tem acordos formais
no valor de US$ 6,1 bilhões que
permitem a seus credores e ao
Tesouro dos EUA requerem o
imediato pagamento de empréstimos caso seus auditores
independentes (como foi o caso
ontem) atestem a possível inviabilidade da companhia.
Em relatório, a GM avisou
que não terá condições de honrar US$ 1 bilhão em dívidas
com investidores que adquiriram papéis da companhia e que
vencem em junho, caso a situação do mercado automobilístico nos EUA não melhore.
Os maiores credores da GM
estiveram reunidos ontem com
autoridades federais, que tentavam convencê-los a não executar as garantias ou a requerer
seu dinheiro de volta imediatamente -enquanto o governo
define um possível pacote de
ajuda à montadora.
Jen Psaki, um dos porta-vozes da Casa Branca, afirmou
que uma equipe do governo federal está "trabalhando contra
o relógio" para encontrar uma
solução para o grave problema
de falta de caixa da GM.
Neste ano, o presidente da
GM, Rick Wagoner, já anunciou que vai se manter no cargo
mediante remuneração de US$
1, até que a empresa volte a ser
viável. No ano passado, porém,
Wagoner recebeu US$ 5,5 milhões (R$ 13 milhões), mas seu
salário já havia sido reduzido
em 61% em relação a 2007.
Além da GM, os resultados
das principais redes varejistas
dos EUA em fevereiro contribuíram para derrubar a Bolsa
ontem. A exceção foi o Wal-Mart. A rede vem crescendo
graças a políticas agressivas de
corte de preços e foco nos consumidores de baixa renda.
Com o Wal-Mart, as empresas de varejo nos EUA tiveram
um aumento de faturamento
de 0,7% no mês passado. Retirando a Wal-Mart das estatísticas, a queda teria sido de 4,1%.
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