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Bolsa de SP avança 1,52% e zera as perdas no ano
Estrangeiro volta e eleva
giro; dólar cai para R$ 1,787
EPAMINONDAS NETO
DA FOLHA ONLINE
A Bolsa de Valores de São
Paulo subiu 3,52% nesta semana e zerou as perdas registradas
no ano, com a redução gradual
nas dúvidas quanto à solvência
da Grécia. No ano, a Bolsa tem
agora alta de 0,38%.
No Brasil, a safra de balanços
do quarto trimestre continua
bem recebida pelos analistas,
que renovaram a expectativa
de recuperação nos lucros neste ano. O maior entusiasmo, no
entanto, veio com a perspectiva, ainda não confirmada, de
reajuste acima de 50% nos preços do minério de ferro pela Vale. Na semana, as ações PNA da
mineradora saltaram 6,52%, e
as ON, 7,63%.
Ontem, a Bolsa de Valores de
São Paulo teve, pela primeira
vez em semanas, um dia de forte alta combinada com um giro
expressivo de negócios, o que
levou o Ibovespa, "termômetro" do mercado, a entrar em
terreno positivo neste ano. Investidores estrangeiros voltaram a buscar ações brasileiras,
após dois meses em que preferiram vender a comprar os papéis locais.
A notícia que ajudou a melhorar o humor dos mercados e
aumentar o apetite por risco
dos investidores veio dos EUA.
O governo revelou que a perda
de postos de trabalho foi de 36
mil em fevereiro, quando muitos esperavam 50 mil ou mais.
Com isso, o Ibovespa subiu
ontem 1,52% no fechamento
dos negócios. Nos EUA, a Bolsa
de Nova York teve alta de 1,17%
no índice Dow Jones, enquanto
a Nasdaq subiu 1,48%.
Outro sinal positivo comentado por analistas foi o giro financeiro do dia. No jargão de
mercado, a Bolsa "subiu com
volume": mais de R$ 8 bilhões
foram negociados ontem, bem
acima da média de R$ 6,5 bilhões vista no mês passado.
Quase R$ 1,3 bilhão desse total
foi movimentado somente em
ações (preferenciais) da Vale,
que subiram ontem 2,93%.
Parte desses R$ 8 bilhões ficou por conta dos estrangeiros,
que tinham se retirado da Bolsa
brasileira nos meses de janeiro
e fevereiro, perdendo participação para os investidores individuais domésticos e os fundos
de pensão. Os estrangeiros
eram responsáveis por cerca de
um terço dos negócios, mas essa fatia caiu para 27,83% no
mês de fevereiro.
Os próximos IPOs [ofertas
iniciais de ações] previstos no
país devem ser outra força de
atração para esses investidores.
Muitos atribuem a recente
queda da taxa de câmbio a estrangeiros que aplicaram em
moeda brasileira para comprar
esses papéis.
Os mercados se concentraram ontem sobre as notícias
dos EUA, mas não tiraram do
radar a situação na zona do euro. Às voltas com uma crise financeira, a Grécia ainda preocupa, mas há expectativas de
que a União Europeia possa
anunciar um pacote de resgate.
"Se realmente esse pacote de
ajuda for anunciado, deve haver um período de tranquilidade nas Bolsas, pelo menos no
curtíssimo prazo. No médio
prazo, é difícil dizer. A Europa
ainda é o foco, e novos problemas podem surgir, inclusive em
economias até mais representativas do que a grega", afirma
Felipe Casotti, economista da
Máxima Asset Management.
Câmbio
Em dia de trégua da crise
mundial, as cotações da moeda
americana voltaram a cair no
mercado de câmbio brasileiro.
Operadores notaram um aumento na entrada de divisas,
que fizeram a taxa cair em três
dos cinco dias deste mês. Dessa
forma, o dólar comercial encerrou a semana cotado a R$ 1,787,
em uma queda de 0,28% -na
semana, a baixa é de 1,11%.
Lá fora, o euro se recuperou e
atingiu US$ 1,36.
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