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Março é recorde em produção de veículos
Foram produzidas 246.475 unidades; marca histórica anterior havia sido alcançada em agosto de 2006, segundo Anfavea
Aumento da renda do trabalhador, do volume de crédito, dos prazos de financiamento e os juros
em queda explicam a alta
TATIANA RESENDE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A indústria automobilística
comemora o melhor mês da
história, com uma produção de
246.475 unidades em março. O
recorde anterior havia sido alcançado em agosto de 2006
(244.271). O montante é 21,1%
maior do que a produção de fevereiro e 7,4% superior à de
março do ano passado, segundo
os dados divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos
Fabricantes de Veículos Automotores).
Com esse desempenho, as
655.226 unidades produzidas
no primeiro trimestre de 2007
também superaram as marcas
alcançadas anteriormente, na
comparação com o mesmo período, e tiveram alta de 4% com
relação aos três primeiros meses do ano passado.
Esse resultado, segundo o
presidente da Anfavea, Rogelio
Golfarb, deve-se ao cenário
econômico favorável no país,
com o aumento da renda do
trabalhador, do volume de crédito oferecido, dos prazos de financiamento, os juros em queda e a baixa inadimplência. De
acordo com o executivo, o percentual médio de inadimplência está em 3,3%, contra 7,7%
no segmento de bens duráveis e
12% no cartão de crédito.
Nova projeção
Com a revisão de crescimento do PIB (Produto Interno
Bruto), anunciada pelo IBGE, e
o resultado da indústria nos
primeiros meses do ano, os fabricantes já revêem a projeção
para 2007, que subiu de 2,71
milhões para 2,78 milhões de
unidades. Se a previsão se concretizar, haverá alta de 6,5% sobre a produção em 2006.
"Hoje o resultado é apoiado
praticamente só no mercado
interno", ressaltou o presidente da Anfavea. Os chamados
carros populares, de motor 1.0,
respondem por 56% das vendas
do segmento.
A expansão dos bicombustíveis foi outro ponto positivo levantado pelo executivo. Agora
já são 3 milhões de modelos flex
fuel vendidos, desde o lançamento, tipo que, nos licenciamentos feitos nesse ano, representou 83% do total.
Ainda neste semestre, a associação divulga um estudo sobre
a competitividade do setor,
com uma visão estratégica para
a indústria automobilística. "O
fator China jogou os preços dos
produtos industriais para baixo. No Brasil, além desse problema mundial, há o reposicionamento do câmbio", disse.
Vendas
Nas vendas (193.450 veículos), outro recorde batido pelo
setor, considerando todos os
meses de março. A marca é ainda a segunda melhor da história, atrás apenas do número de
licenciamentos alcançado em
dezembro de 2006 (204 mil) e
23,4% maior com relação a
março do ano passado.
Já o acumulado do primeiro
trimestre, que teve 493.146
unidades vendidas, representa
um incremento de 18,1% no
confronto com igual período no
ano passado. Outro recorde.
"O trabalhador está fazendo
com que o pagamento do carro
caiba no seu salário", afirmou
Golfarb. O estoque de veículos
na indústria e nas concessionárias é de 22 dias, contra 29 em
fevereiro. "No passado, chegou
a 35 dias. Isso reflete a demanda aquecida", disse. Com isso, a
previsão para este ano subiu de
2,08 milhões de licenciamentos para 2,21 milhões, patamar
14,5% acima de 2006.
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