São Paulo, sexta-feira, 06 de abril de 2007

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Março é recorde em produção de veículos

Foram produzidas 246.475 unidades; marca histórica anterior havia sido alcançada em agosto de 2006, segundo Anfavea

Aumento da renda do trabalhador, do volume de crédito, dos prazos de financiamento e os juros em queda explicam a alta


TATIANA RESENDE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A indústria automobilística comemora o melhor mês da história, com uma produção de 246.475 unidades em março. O recorde anterior havia sido alcançado em agosto de 2006 (244.271). O montante é 21,1% maior do que a produção de fevereiro e 7,4% superior à de março do ano passado, segundo os dados divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Com esse desempenho, as 655.226 unidades produzidas no primeiro trimestre de 2007 também superaram as marcas alcançadas anteriormente, na comparação com o mesmo período, e tiveram alta de 4% com relação aos três primeiros meses do ano passado.
Esse resultado, segundo o presidente da Anfavea, Rogelio Golfarb, deve-se ao cenário econômico favorável no país, com o aumento da renda do trabalhador, do volume de crédito oferecido, dos prazos de financiamento, os juros em queda e a baixa inadimplência. De acordo com o executivo, o percentual médio de inadimplência está em 3,3%, contra 7,7% no segmento de bens duráveis e 12% no cartão de crédito.

Nova projeção
Com a revisão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), anunciada pelo IBGE, e o resultado da indústria nos primeiros meses do ano, os fabricantes já revêem a projeção para 2007, que subiu de 2,71 milhões para 2,78 milhões de unidades. Se a previsão se concretizar, haverá alta de 6,5% sobre a produção em 2006.
"Hoje o resultado é apoiado praticamente só no mercado interno", ressaltou o presidente da Anfavea. Os chamados carros populares, de motor 1.0, respondem por 56% das vendas do segmento.
A expansão dos bicombustíveis foi outro ponto positivo levantado pelo executivo. Agora já são 3 milhões de modelos flex fuel vendidos, desde o lançamento, tipo que, nos licenciamentos feitos nesse ano, representou 83% do total.
Ainda neste semestre, a associação divulga um estudo sobre a competitividade do setor, com uma visão estratégica para a indústria automobilística. "O fator China jogou os preços dos produtos industriais para baixo. No Brasil, além desse problema mundial, há o reposicionamento do câmbio", disse.

Vendas
Nas vendas (193.450 veículos), outro recorde batido pelo setor, considerando todos os meses de março. A marca é ainda a segunda melhor da história, atrás apenas do número de licenciamentos alcançado em dezembro de 2006 (204 mil) e 23,4% maior com relação a março do ano passado.
Já o acumulado do primeiro trimestre, que teve 493.146 unidades vendidas, representa um incremento de 18,1% no confronto com igual período no ano passado. Outro recorde.
"O trabalhador está fazendo com que o pagamento do carro caiba no seu salário", afirmou Golfarb. O estoque de veículos na indústria e nas concessionárias é de 22 dias, contra 29 em fevereiro. "No passado, chegou a 35 dias. Isso reflete a demanda aquecida", disse. Com isso, a previsão para este ano subiu de 2,08 milhões de licenciamentos para 2,21 milhões, patamar 14,5% acima de 2006.


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