São Paulo, domingo, 06 de abril de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Empresas ampliam segurança como benefício

A segurança dos executivos passou a ser um dos principais itens que as empresas nacionais e multinacionais que atuam no Brasil levam em conta na hora de oferecer os benefícios aos seus executivos, segundo pesquisa da consultoria Hay Group.
Há três anos, 30% das empresas pesquisadas tinham política de segurança para os executivos. No ano passado, esse percentual saltou para 44%. Além disso, 84% das empresas passaram a fornecer carros blindados aos presidentes.
"A maioria dos presidentes está em São Paulo e no Rio, locais onde os riscos de segurança são maiores no país", afirma Adilson Santos, gerente de informações do Hay Group.
De modo geral, o Estudo Hay Group de Benefícios 2007 mostra que as empresas investem mais em benefícios como subsídios para cursos de pós-graduação e idiomas, auxílio-alimentação e plano de saúde.
No Brasil, o financiamento da educação para dependentes dos funcionários passou de 8% do total das empresas pesquisadas em 2005 para 11% em 2007.
A consultoria diz que empresas que investem em benefícios obtêm mais faturamento e mais comprometimento dos funcionários do que as empresas que não adotam a prática.
A pesquisa leva em conta as práticas de diferentes setores, como siderúrgicas, petroquímicas e empresas de bens de consumo.
A estimativa é a de que o faturamento anual das empresas consultadas nesse estudo seja de cerca de US$ 100 milhões.
As companhias que subsidiam cursos para os funcionários representam 68% de 113 companhias pesquisadas.
Já a concessão do auxílio-alimentação se ampliou de 37% para 45%, e o auxílio-moradia caiu de 5% para 2%. No ano passado, as empresas pesquisadas pagaram moradia só para presidentes.
Santos diz que os planos de saúde oferecidos pelas empresas estão melhorando, principalmente no que diz respeito à assistência odontológica. Em 2004, 73% das empresas forneciam esse benefício, porcentagem que passou para 79% no ano passado.
Segundo a consultoria, o financiamento da educação é mais comum em multinacionais.
"Multinacionais brasileiras, como Vale, Votorantim e Gerdau, são empresas que colocam nas metas de médio e longo prazo, principalmente para nível de supervisão, [o financiamento de] cursos de MBA e conhecimento de línguas estrangeiras", diz Santos.
A porcentagem média do subsídio de todas as empresas pesquisadas é de 70% do valor do curso. Cursos de pós-graduação e MBAs são as opções mais financiadas para todos os níveis de cargos, exceto os operacionais, seguidos por idiomas, graduação e ensino médio.
Santos afirma que o percentual das empresas brasileiras que oferecem educação para funcionários é alto se comparado a países desenvolvidos.
"Em países da Europa, o Estado oferece a educação. No Brasil, no ensino e na assistência médica, as empresas acabam suprindo a carência do poder público."

Eldorado começa a sentir efeitos da reestruturação

O shopping Eldorado começa a colher os efeitos da reestruturação realizada ao longo dos últimos anos. No mês passado, a torre de escritório que levará 6.000 pessoas ao shopping começou a ser ocupada.
Recentemente também caiu a cláusula de raio, que impedia redes varejistas de abrir lojas em shoppings próximos. Com o Iguatemi a poucas quadras, o Eldorado era um dos que mais sofriam com a cláusula.
"Nos últimos dois anos, a receita média movimentada no shopping aumentou 25% ao ano", afirma Paulo Veríssimo, acionista do Eldorado. "Até alguns anos, de 10% a 15% dos nossos consumidores pertenciam à classe C, mas hoje esse público é quase residual."
Especialistas acreditam que o fluxo maior de clientes -e a receita das lojas- irá aumentar. Já mudar a imagem do shopping na cabeça do consumidor é mais difícil.
"A mensagem a ser passada precisa ser coerente", diz José Lupoli Jr., consultor do Provar. "Não dá para ter um monte de lojinhas descuidadas e dizer que o shopping é sofisticado."
Os administradores, que pertencem à Ancar e estão no Eldorado desde o início do ano, sabem disso. "Os lojistas estão se adequando aos novos consumidores", diz Guillermo Bloj, superintendente do Eldorado. "Os que não se reinventarem acabarão saindo."
Segundo Bloj, em 2007 foram inauguradas 28 lojas e há outras a caminho. Desde 2002, foram investidos R$ 25 milhões em reformas, que incluíram estacionamentos e cinema.
"O Eldorado já conseguiu se reposicionar antes", afirma Michel Brull, sócio da consultoria de varejo GSMD.
Segundo Brull, o fato de a família Veríssimo insistir em manter-se como controladora poderá vir a ser um problema.
"Shoppings estão sempre mudando", diz ele. "Mesmo com um bom administrador, poderão faltar recursos a uma próxima reformulação."
Para os especialistas, a retomada do Eldorado pode, no entanto, ser uma estratégia de valorização de ativos a serem colocados à venda. "Não pensamos em vender", diz Veríssimo. "Temos oportunidade de crescer sem concorrer com Iguatemi, Daslu ou Cidade Jardim."
Segundo Lupoli Jr., como nessa área a necessidade de investimentos é alta, a maioria das empresas abre capital. "A família já viu, com o supermercado Eldorado [vendido ao Carrefour], o que significa não ser competitivo", diz Lupoli Jr.

VIDE BULA

A Drogaria Onofre investirá R$ 40 milhões para atuar em mais quatro Estados até 2009. A empresa, que já atua em SP, Rio e Minas, abriu uma loja em Porto Alegre e vai inaugurar unidades em Vitória, Curitiba e Brasília. "Queremos poucas lojas que faturem muito", diz Marcos Arede, diretor comercial. O objetivo é chegar, no futuro, a 11 Estados, com pouco menos de 50 filiais.

GÁS
José Carlos Mattos, da Devon Energy, foi indicado novo coordenador do Comitê de Relações Externas do IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo). Mattos substitui Patrícia Garcia, da Shell. O comitê reúne todas as empresas dedicadas à exploração e à produção de petróleo e gás, no Brasil.

NO COMÉRCIO
O faturamento real do comércio no Estado do Rio de Janeiro cresceu 1,3% em fevereiro deste ano em relação ao mesmo período de 2007, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio, que a Fecomércio-RJ divulgará na terça. Trata-se do terceiro melhor desempenho para o mês, desde o começo da série histórica que teve início em 2002. Em 2002 e 2006, foram registrados os aumentos mais intensos, de 7,3% e 1,9%, respectivamente. O motor desse crescimento da receita em fevereiro foi do grupo dos Bens-Não Duráveis, com 4,5%. Já os grupos Bens Semiduráveis (-2,3%), Bens Duráveis (-1,4%), Combustíveis e Lubrificantes (-0,6%) e Comércio Automotivo (-0,5%) fizeram pressão inversa.

ÁGUAS
A receita do Grande Hotel São Pedro, do Senac, cresceu 12% em 2007 ante 2006. Segundo o hotel, foi registrado o maior lucro desde 1998. A diária média aumentou 42% em 2007 em relação a 2006.


com CRISTIANE BARBIERI, JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI


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