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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Empresas ampliam segurança como benefício
A segurança dos executivos
passou a ser um dos principais
itens que as empresas nacionais e multinacionais que
atuam no Brasil levam em conta na hora de oferecer os benefícios aos seus executivos, segundo pesquisa da consultoria
Hay Group.
Há três anos, 30% das empresas pesquisadas tinham política de segurança para os executivos. No ano passado, esse
percentual saltou para 44%.
Além disso, 84% das empresas
passaram a fornecer carros
blindados aos presidentes.
"A maioria dos presidentes
está em São Paulo e no Rio, locais onde os riscos de segurança são maiores no país", afirma
Adilson Santos, gerente de informações do Hay Group.
De modo geral, o Estudo Hay
Group de Benefícios 2007 mostra que as empresas investem
mais em benefícios como subsídios para cursos de pós-graduação e idiomas, auxílio-alimentação e plano de saúde.
No Brasil, o financiamento
da educação para dependentes
dos funcionários passou de 8%
do total das empresas pesquisadas em 2005 para 11% em
2007.
A consultoria diz que empresas que investem em benefícios
obtêm mais faturamento e
mais comprometimento dos
funcionários do que as empresas que não adotam a prática.
A pesquisa leva em conta as
práticas de diferentes setores,
como siderúrgicas, petroquímicas e empresas de bens de
consumo.
A estimativa é a de que o faturamento anual das empresas
consultadas nesse estudo seja
de cerca de US$ 100 milhões.
As companhias que subsidiam cursos para os funcionários representam 68% de 113
companhias pesquisadas.
Já a concessão do auxílio-alimentação se ampliou de 37%
para 45%, e o auxílio-moradia
caiu de 5% para 2%. No ano
passado, as empresas pesquisadas pagaram moradia só para
presidentes.
Santos diz que os planos de
saúde oferecidos pelas empresas estão melhorando, principalmente no que diz respeito à
assistência odontológica. Em
2004, 73% das empresas forneciam esse benefício, porcentagem que passou para 79% no
ano passado.
Segundo a consultoria, o financiamento da educação é
mais comum em multinacionais.
"Multinacionais brasileiras,
como Vale, Votorantim e Gerdau, são empresas que colocam
nas metas de médio e longo
prazo, principalmente para nível de supervisão, [o financiamento de] cursos de MBA e conhecimento de línguas estrangeiras", diz Santos.
A porcentagem média do
subsídio de todas as empresas
pesquisadas é de 70% do valor
do curso. Cursos de pós-graduação e MBAs são as opções
mais financiadas para todos os
níveis de cargos, exceto os operacionais, seguidos por idiomas, graduação e ensino médio.
Santos afirma que o percentual das empresas brasileiras
que oferecem educação para
funcionários é alto se comparado a países desenvolvidos.
"Em países da Europa, o Estado oferece a educação. No
Brasil, no ensino e na assistência médica, as empresas acabam suprindo a carência do poder público."
Eldorado começa a sentir efeitos da reestruturação
O shopping Eldorado começa
a colher os efeitos da reestruturação realizada ao longo dos últimos anos. No mês passado, a
torre de escritório que levará
6.000 pessoas ao shopping começou a ser ocupada.
Recentemente também caiu
a cláusula de raio, que impedia
redes varejistas de abrir lojas
em shoppings próximos. Com o
Iguatemi a poucas quadras, o
Eldorado era um dos que mais
sofriam com a cláusula.
"Nos últimos dois anos, a receita média movimentada no
shopping aumentou 25% ao
ano", afirma Paulo Veríssimo,
acionista do Eldorado. "Até alguns anos, de 10% a 15% dos
nossos consumidores pertenciam à classe C, mas hoje esse
público é quase residual."
Especialistas acreditam que
o fluxo maior de clientes -e a
receita das lojas- irá aumentar. Já mudar a imagem do
shopping na cabeça do consumidor é mais difícil.
"A mensagem a ser passada
precisa ser coerente", diz José
Lupoli Jr., consultor do Provar.
"Não dá para ter um monte de
lojinhas descuidadas e dizer
que o shopping é sofisticado."
Os administradores, que pertencem à Ancar e estão no Eldorado desde o início do ano,
sabem disso. "Os lojistas estão
se adequando aos novos consumidores", diz Guillermo Bloj,
superintendente do Eldorado.
"Os que não se reinventarem
acabarão saindo."
Segundo Bloj, em 2007 foram inauguradas 28 lojas e há
outras a caminho. Desde 2002,
foram investidos R$ 25 milhões
em reformas, que incluíram estacionamentos e cinema.
"O Eldorado já conseguiu se
reposicionar antes", afirma Michel Brull, sócio da consultoria
de varejo GSMD.
Segundo Brull, o fato de a família Veríssimo insistir em
manter-se como controladora
poderá vir a ser um problema.
"Shoppings estão sempre
mudando", diz ele. "Mesmo
com um bom administrador,
poderão faltar recursos a uma
próxima reformulação."
Para os especialistas, a retomada do Eldorado pode, no entanto, ser uma estratégia de valorização de ativos a serem colocados à venda. "Não pensamos em vender", diz Veríssimo.
"Temos oportunidade de crescer sem concorrer com Iguatemi, Daslu ou Cidade Jardim."
Segundo Lupoli Jr., como
nessa área a necessidade de investimentos é alta, a maioria
das empresas abre capital. "A
família já viu, com o supermercado Eldorado [vendido ao
Carrefour], o que significa não
ser competitivo", diz Lupoli Jr.
VIDE BULA
A Drogaria Onofre investirá R$ 40 milhões para atuar em mais quatro Estados até 2009. A empresa, que já atua em SP, Rio e Minas, abriu uma
loja em Porto Alegre e vai inaugurar unidades em
Vitória, Curitiba e Brasília. "Queremos poucas lojas que faturem muito", diz Marcos Arede, diretor comercial. O objetivo é chegar, no futuro, a 11
Estados, com pouco menos de 50 filiais.
GÁS
José Carlos Mattos, da
Devon Energy, foi indicado
novo coordenador do Comitê de Relações Externas do
IBP (Instituto Brasileiro do
Petróleo). Mattos substitui
Patrícia Garcia, da Shell. O
comitê reúne todas as empresas dedicadas à exploração e à produção de petróleo
e gás, no Brasil.
NO COMÉRCIO
O faturamento real do comércio no Estado do Rio de
Janeiro cresceu 1,3% em fevereiro deste ano em relação
ao mesmo período de 2007,
segundo a Pesquisa Mensal
do Comércio, que a Fecomércio-RJ divulgará na terça. Trata-se do terceiro melhor desempenho para o
mês, desde o começo da série histórica que teve início
em 2002. Em 2002 e 2006,
foram registrados os aumentos mais intensos, de
7,3% e 1,9%, respectivamente. O motor desse crescimento da receita em fevereiro foi do grupo dos Bens-Não Duráveis, com 4,5%. Já
os grupos Bens Semiduráveis
(-2,3%), Bens Duráveis
(-1,4%), Combustíveis e Lubrificantes (-0,6%) e Comércio Automotivo (-0,5%)
fizeram pressão inversa.
ÁGUAS
A receita do Grande Hotel
São Pedro, do Senac, cresceu
12% em 2007 ante 2006. Segundo o hotel, foi registrado
o maior lucro desde 1998. A
diária média aumentou 42%
em 2007 em relação a 2006.
com CRISTIANE BARBIERI, JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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