São Paulo, segunda-feira, 06 de abril de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Brasil é emergente que mais atrai investidor

O Brasil se destaca entre os países emergentes como o que mais desperta interesse dos fundos de "private equity". Pesquisa da Lavca (Latin American Venture Capital Association) com cem investidores estrangeiros aponta que 43% deles escolheriam o país para investir entre opções como China, Índia, África do Sul e Rússia.
As oportunidades nos mercados emergentes despertam o interesse de 94% dos investidores que participaram do levantamento. O resultado será apresentado e discutido no Congresso ABVCAP 2009 (Associação Brasileira de "Private Equity" & "Venture Capital"), que será realizado entre os dias 14 a 16 deste mês, em São Paulo. O evento ocorrerá com a parceria entre a ABVCAP, a Lavca e outras entidades do setor.
A expectativa do presidente da ABVCAP, Luiz Eugenio Figueiredo, é que um grande volume de investimentos entre no Brasil neste ano via fundos de "private equity". Uma das razões da atração dos estrangeiros pelo país se deve à estabilidade da economia e à solidez do sistema financeiro, diz.
"Por mais que sinta os impactos da crise, o Brasil fez a lição de casa nos últimos anos e está bem posicionado agora", diz Figueiredo.
Para ele, um dos sinais do reconhecimento da importância do país na economia global foi a participação do presidente Lula na reunião do G20. Na ocasião, foi elogiado pelo presidente americano Barack Obama e sentou-se ao lado da rainha da Inglaterra, Elizabeth 2ª.
O bom posicionamento do Brasil e o interesse dos estrangeiros em investir no país devem beneficiar os fundos locais. Segundo a pesquisa da Lavca, 95% dos investidores estão considerando negociar com "private equities" locais. Para investimentos nos mercados emergentes via fundos globais, o interesse cai para 50%.

NA ESCOLA
Neste ano, a Funenseg (Escola Nacional de Seguros) vai abrir em São Paulo um MBA focado em seguros e resseguros, e um curso de graduação com ênfase em seguro e previdência. A instituição já está presente no Rio de Janeiro com cursos de graduação e pós direcionados ao tema. A iniciativa, segundo Henrique Berardinelli, superintendente da escola, é oportuna neste momento em que a recente abertura do mercado de resseguros -que eram feitos antes apenas pelo IRB, no Rio- descentralizou o negócio e aumentou a carência de São Paulo por profissionais especializados. "O Rio deve se transformar em um polo de resseguradoras e em São Paulo está a maioria das seguradoras", diz Berardinelli.

PARA QUEM FICA
A consultoria de relacionamento corporativo Chama Azul fechou o primeiro trimestre com o triplo de projetos ante igual período de 2008. Segundo o sócio Carlo Sabino, trata-se de demandas de empresas que se reestruturaram ou planejam mudanças por conta da crise. "Nosso trabalho é motivar quem ficou. Na crise, todos se retraem."

NA TELA
A NetMovies, locadora on-line da Ideiasnet, fechou a compra da concorrente VídeoFlix. A empresa também prevê serviço de "download" de filmes pela internet.

BRONZEADO
A estilista Adriana Degreas fechou contrato com a Sub, loja multimarcas de roupa de praia de Karla Sarquis, no shopping Cidade Jardim, em São Paulo, para vender suas peças da linha esportiva no espaço de Sarquis. Como Degreas não tem loja no Cidade Jardim, Sarquis vai oferecer uma parede da Sub para a estilista.

Luso Brasileiro fecha agência no Tatuapé

O Banco Luso Brasileiro, do grupo Tavares de Almeida, fechou em março uma de suas três agências, que operava desde 1999 no bairro do Tatuapé, em São Paulo. Wilson Bonifácio, diretor-executivo do banco, diz que o fechamento da agência, que tem cerca de 2.000 clientes, não é reflexo da crise.
As contas dos clientes, segundo Bonifácio, foram transferidas para o prédio da sede do banco, no edifício Dacon. "Fomos obrigados pelo Banco Central a colocar cópia de nossos dados em outro local para não ficarmos fora do ar em caso de pane com a entrada do ano 2000. Escolhemos na época o Tatuapé para ter esse "backup" (cópia) dos dados", diz.
Hoje, o banco, segundo afirma, reúne todos os dados em um site e não precisa mais ter esse espaço físico. As 27 pessoas que trabalhavam na agência do Tatuapé foram transferidas para o prédio da Dacon, onde o banco alugou mais um andar -agora são três andares.

BOTIJÃO
A ANP inicia hoje o cadastramento dos revendedores credenciados para comercializar gás liquefeito de petróleo (gás de botijão) da capital paulista. O prazo é de dez meses, completando processo feito em 2006, com os pontos de venda do interior. Mais de 700 revendas de gás funcionam regularmente na capital do Estado.

VIZINHANÇA
A Federação das Câmaras de Comércio Exterior promove hoje, no Rio, o Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos entre Brasil e Colômbia.

DESCOMPASSO
A alta do preço do álcool ao consumidor (veja abaixo) chega em um momento de quedas acentuadas no preço vendido na usina. Alísio Vaz, vice-presidente do Sindicom (sindicato das distribuidoras de combustíveis), nega que as distribuidoras tenham lucros exorbitantes. "É um mercado competitivo, ninguém consegue ter ganhos fora da realidade." Os donos de postos dizem que o ajuste da usina não chegou até eles.

PASSOU
Segundo Vaz, a alta de fevereiro é passado e, em março, os consumidores já pagaram menos na bomba. A média de queda no preço por litro de álcool nas quatro últimas semanas, em São Paulo, foi de R$ 0,08 na distribuidora, de R$ 0,05 nos postos e de R$ 0,23 na usina.

PREÇO NA BOMBA
O preço cobrado pelo litro do álcool subiu 2,72% em fevereiro para o motorista que abasteceu na capital paulista, passando para R$ 1,416. Os outros combustíveis ficaram estáveis, segundo pesquisa do Ticket Car, produto de gestão de despesas de veículos da Ticket.

Com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e FÁTIMA FERNANDES


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