São Paulo, segunda-feira, 06 de abril de 2009

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EUA não descartam trocar direção de bancos

Geithner diz que poderá exigir substituição de executivos de instituições que vierem a pedir socorro, a exemplo do que houve na GM

Em entrevista a rede de TV, secretário do Tesouro nega que governo Obama estude exceção a limite de pagamento de bônus

DA REDAÇÃO

O governo norte-americano pode exigir a substituição de executivos de bancos que requeiram "auxílio excepcional" no futuro, disse ontem o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner.
Críticos da decisão do governo de Barack Obama de condicionar novos empréstimos federais para a General Motors à saída do ex-presidente executivo Rick Wagoner disseram que essa forte intervenção contrastava com as medidas para o setor financeiro, que também recebeu injeções de bilhões de dólares do Tesouro.
Em entrevista a um programa da rede CBS de televisão, Geithner negou que o governo esteja adotando um "procedimento duplo" e avisou aos bancos que eles talvez precisem mudar de comando para receber eventuais apoios no futuro.
O estabelecimento de novas condições, afirmou Geithner, pode vir "não apenas para proteger o contribuinte mas para garantir a reestruturação necessária para que os bancos se tornem mais fortes. Onde for preciso mudar o comando das instituições financeiras nós faremos isso".
O secretário do Tesouro disse que isso ocorreu não apenas na GM mas em outras grandes empresas que obtiveram grandes quantias do governo. Ele citou as companhias do setor imobiliário Fannie Mae e Freddie Mac e também a seguradora AIG (American International Group), que recebeu auxílios que somam mais de US$ 170 bilhões desde o ano passado.
"Nós já estamos vendo um número substancial de grandes bancos no nosso país sendo absorvidos por outras instituições, não existindo mais como instituições independentes", afirmou o secretário.

Sem exceções
Geithner, que nos EUA tem o cargo equivalente a ministro da Fazenda no Brasil, negou que o governo Obama estude autorizar exceções aos limites estabelecidos pelo Congresso para o pagamento de executivos de instituições financeiras que obtiveram ajuda oficial desde o fim do ano passado, ainda na gestão de George W. Bush.
"Não, isso não é verdade", disse ele. A possibilidade foi levantada em reportagem do jornal "Washington Post" no fim de semana.
"Agora, nossa obrigação é aplicar as leis que os congressistas acabaram de aprovar para os pagamentos dos executivos e nós vamos fazer isso", afirmou o secretário na entrevista para a CBS.


Com agências internacionais


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