São Paulo, sábado, 06 de maio de 2006

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ECONOMIA GLOBAL

Risco inflacionário recua; índice Dow Jones se aproxima de recorde

Criação de vagas cai nos EUA e anima Wall Street

DA BLOOMBERG

Os empregadores dos EUA criaram no mês passado um número de vagas inferior ao previsto, enquanto os salários deram um salto, já que as fábricas preencheram número maior de cargos de alta remuneração, segundo dados divulgados ontem pelo governo americano. A taxa de desemprego permaneceu em 4,7%.
O acréscimo de 138 mil contratações às folhas de pagamento de abril se seguiu à ampliação corrigida de 200 mil no mês anterior e foi a menor alta registrada no país desde outubro de 2005, disse ontem o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos. Os rendimentos por hora subiram 3,8% em relação a abril de 2005, a maior alta desde agosto de 2001.
A desaceleração das contratações poderá dar ao Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) liberdade para interromper provisoriamente sua política de alta das taxas de juros, após o esperado aumento previsto para a reunião de política monetária marcada para a semana que vem, disseram economistas.
Os preços dos títulos do Tesouro dos EUA e as ações tiveram alta, puxados por sinais de que uma expansão mais lenta do nível de emprego e a alta dos preços dos combustíveis poderão moderar as pressões sobre os salários.
A Bolsa de Nova York fechou em alta de 1,2%, a 11.577,74 pontos, perto do recorde estabelecido pelo pregão, em janeiro de 2000. A Nasdaq subiu 0,8%, para 2.342,57 pontos. Os dados da economia americana também foram bem recebidos pelo investidor brasileiro (leia à pág. B8).
"O crescimento mais acelerado dos salários médios dos horistas não configura inflação", disse James Glassman, economista sênior do JP Morgan Securities de Nova York. "Acho que as bem informadas autoridades monetárias do Fed não vão ver um dilema nesse fator. Já há fortes evidências de que a economia está desacelerando nos EUA", disse ele.
Os contratos futuros de taxas de juros mostraram ontem que os operadores prevêem que o Fed vá elevar sua taxa básica de juros para 5%, ante os atuais 4,75%, na próxima semana.

Contraponto
Alguns economistas disseram que o relatório do Departamento do Trabalho ainda sinaliza a solidez do mercado de trabalho, com os aumentos dos salários e das horas trabalhadas sugerindo um risco de aceleração da inflação.
"Esse relatório não sinaliza fragilidade da economia; aponta, isso sim, para as crescentes pressões por parte do mercado de trabalho", observou John Ryding, economista-chefe para os EUA do Bear Stearns.
Com a alta do custo da mão-de-obra, o presidente do Fed, Ben Bernanke, "tem de ficar preocupado com a possibilidade de isso elevar a inflação", disse Joel Naroff (Naroff Economic Advisers).


Com a Redação


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