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ECONOMIA GLOBAL
Risco inflacionário recua; índice Dow Jones se aproxima de recorde
Criação de vagas cai nos EUA e anima Wall Street
DA BLOOMBERG
Os empregadores dos EUA
criaram no mês passado um número de vagas inferior ao previsto, enquanto os salários deram
um salto, já que as fábricas preencheram número maior de cargos
de alta remuneração, segundo dados divulgados ontem pelo governo americano. A taxa de desemprego permaneceu em 4,7%.
O acréscimo de 138 mil contratações às folhas de pagamento de
abril se seguiu à ampliação corrigida de 200 mil no mês anterior e
foi a menor alta registrada no país
desde outubro de 2005, disse ontem o Departamento do Trabalho
dos Estados Unidos. Os rendimentos por hora subiram 3,8%
em relação a abril de 2005, a
maior alta desde agosto de 2001.
A desaceleração das contratações poderá dar ao Fed (Federal
Reserve, o banco central dos
EUA) liberdade para interromper
provisoriamente sua política de
alta das taxas de juros, após o esperado aumento previsto para a
reunião de política monetária
marcada para a semana que vem,
disseram economistas.
Os preços dos títulos do Tesouro dos EUA e as ações tiveram alta, puxados por sinais de que uma
expansão mais lenta do nível de
emprego e a alta dos preços dos
combustíveis poderão moderar
as pressões sobre os salários.
A Bolsa de Nova York fechou
em alta de 1,2%, a 11.577,74 pontos, perto do recorde estabelecido
pelo pregão, em janeiro de 2000.
A Nasdaq subiu 0,8%, para
2.342,57 pontos. Os dados da economia americana também foram
bem recebidos pelo investidor
brasileiro (leia à pág. B8).
"O crescimento mais acelerado
dos salários médios dos horistas
não configura inflação", disse James Glassman, economista sênior do JP Morgan Securities de
Nova York. "Acho que as bem informadas autoridades monetárias do Fed não vão ver um dilema
nesse fator. Já há fortes evidências
de que a economia está desacelerando nos EUA", disse ele.
Os contratos futuros de taxas de
juros mostraram ontem que os
operadores prevêem que o Fed vá
elevar sua taxa básica de juros para 5%, ante os atuais 4,75%, na
próxima semana.
Contraponto
Alguns economistas disseram
que o relatório do Departamento
do Trabalho ainda sinaliza a solidez do mercado de trabalho, com
os aumentos dos salários e das
horas trabalhadas sugerindo um
risco de aceleração da inflação.
"Esse relatório não sinaliza fragilidade da economia; aponta, isso sim, para as crescentes pressões por parte do mercado de trabalho", observou John Ryding,
economista-chefe para os EUA do
Bear Stearns.
Com a alta do custo da mão-de-obra, o presidente do Fed, Ben
Bernanke, "tem de ficar preocupado com a possibilidade de isso
elevar a inflação", disse Joel Naroff (Naroff Economic Advisers).
Com a Redação
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