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DESEMPENHO
Setor teve recuo em março, mas expansão de 1,2% de janeiro a março
Indústria produz mais no trimestre
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A produção da indústria caiu
0,3% em março na comparação livre de influências sazonais com
fevereiro, quando havia subido
1,2%. Com o resultado, o setor fechou o primeiro trimestre do ano
com crescimento de 1,2% em relação ao último trimestre de 2005.
Para Sílvio Sales, chefe da Coordenação da Indústria do IBGE, a
indústria está mais próxima de
um cenário de "estabilidade" da
produção do que de o início de
uma trajetória de quebra. Isso
porque o setor acomodou sua
produção depois da forte expansão registrada em fevereiro.
Na avaliação de Sales, a indústria está reagindo mais rapidamente e "ajustando de modo mais
fino" seus estoques ao volume de
encomendas, o que provoca as oscilações na comparação com o
mês imediatamente anterior.
Guilherme Maia, economista da
Tendências Consultoria, também
avalia que o quadro está mais próximo de uma estabilidade da indústria em março. O economista
previa variação nula para a produção da indústria em março.
Das 23 atividades pesquisadas
pelo IBGE, 17 tiveram queda na
produção de fevereiro para março. As retrações que mais contribuíram para o desempenho o recuo da indústria foram farmacêutica (14,3%), bebidas (-5,5%), veículos (-1,7%) e outros equipamentos de transporte (-8,2%).
Todos esses ramos haviam crescido em fevereiro e agora reduziram sua produção para ajustar estoques, avalia Sales.
O pior desempenho ficou com
bens de consumo duráveis, que
inclui veículos e eletrodomésticos. A queda foi de 5,1% em março, depois de ter liderado o crescimento em fevereiro (6,7%).
Segundo o IBGE, mantido o
atual ritmo, a produção da indústria crescerá 1,8% neste ano. Na
visão de Maia, o incremento é insuficiente para assegurar uma expansão do PIB da ordem de 4%.
O economista da Tendências
avalia, porém, que a partir do terceiro trimestre deste ano o crescimento irá se acelerar, quando o
efeito do corte da taxa de juros se
tornar mais evidente. Ele prevê
um crescimento de 3% na produção da indústria neste ano.
Para Sales, não há razões para
acreditar em queda da produção,
já que a massa salarial está em expansão, o crédito continua crescendo e a inflação está caindo.
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