São Paulo, terça-feira, 06 de maio de 2008

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@ - guilherme.barros@uol.com.br

Após promoção do país, diretora deixa cargo

Depois de ter elevada a nota de risco do Brasil para o patamar de grau de investimento, na semana passada, Lisa Schineller, diretora da agência Standard & Poor's, assume os cargos de analista sênior para o México e economista responsável pela área de pesquisa sobre a América Latina.
Para o seu lugar, como analista sênior para o Brasil, a Standard & Poor's designou Sebastián Briozzo, que atualmente cuida da Argentina.
"O processo será gradual, completado ao longo do ano", disse Lisa. "Continuarei como analista de apoio sobre o Brasil, baseada em Nova York."
De acordo com ela, essa mudança de posição faz parte de um sistema de rodízio normal de analistas. Lisa era responsável pela área de Brasil na S&P há cerca de nove anos.
Quanto à recente promoção do país para o clube das nações que são confiáveis para investimentos estrangeiros, ela diz não ter a sensação de "missão cumprida".
"A melhora é importante, porém ressalto que a nota BBB- é apenas a primeira nesse nível de grau de investimento. Ainda há muitos passos a serem dados para que o Brasil continue subindo na escala,", diz.
O Brasil precisa de mais nove elevações para chegar ao topo, onde estão países como EUA, França e Dinamarca.
Lisa gosta de frisar que todas as decisões sobre as classificações de risco soberano são tomadas em equipe na agência de avaliação norte-americana.
"Para mim, será uma grande oportunidade de aprimoramento. Afinal, o México é a segunda maior economia do continente. Da mesma forma que o Brasil, possui grandes diversidades regionais e tem o desafio de administrar o seu crescimento, com uma atitude pró-ativa do governo", afirma.
A analista discorda veementemente dos críticos que afirmam que o México pouco evoluiu após a obtenção do grau de investimento.
"O país já teve dois "upgrades", tem atualmente a nota BBB+. Seu desafio é diversificar a atividade para não ficar tão dependente dos Estados Unidos, o que é especialmente importante quando a economia norte-americana está desacelerando. Mas já estamos vendo progressos em impulsionar a demanda doméstica", afirma a analista.

TONELADA
Por causa da greve da Receita Federal, o total de toneladas desembaraçadas no aeroporto internacional de Cabo Frio em março deste ano teve queda de 63%. Foram 341 mil toneladas, contra 913 mil toneladas no mesmo mês de 2007, segundo dados da Costa do Sol, empresa que detém a concessão do aeroporto.

NO PAPEL

Paulo Feldman, que foi presidente da Eletropaulo e diretor da Microsoft, assumiu a presidência da Iron Mountain no país. A empresa, especializada em armazenar documentos e digitalizar seus conteúdos, tem atualmente 14 bilhões de documentos arquivados no Brasil, o que corresponde a cerca de 3% do que ela possui em 38 países -onde faturou US$ 3 bilhões no ano passado. Segundo Feldman, a expectativa de crescimento para a empresa neste ano é de 20%. Entre os seus clientes mais importantes, estão grandes bancos, seguradoras e operadoras de telecomunicações.

AMÉRICA LATINA:

"PLANO MARSHALL" É ESTRATÉGIA INTELIGENTE, DIZ ESPECIALISTA
A proposta de um pacote de investimentos no Paraguai é uma estratégia inteligente do governo brasileiro, diz o advogado Eduardo Matias, do escritório L.O. Baptista, especialista em relações internacionais. Para Matias, diferentemente do que ocorreu no caso do gás na Bolívia, o Brasil, desta vez, faz as concessões que interessa, sem simplesmente aceitar imposições de outros países. "Como não é viável mudar o tratado de Itaipu, as promessas de Fernando Lugo se esvaziaram. Ficou claro que o Brasil decide o que vai conceder."

OLÉ
A Espanha quer aumentar em 27% as exportações de vinhos para o Brasil. Com esse objetivo, o governo espanhol, as câmaras de comércio do país europeu e o Icex (Instituto de Estudos das Operações de Comércio Exterior) realizam, na quinta, um evento que reunirá 30 produtores no hotel Meliá Mofarrej, em São Paulo.

ASCENSORISTA
Francisco Bosco, diretor da Atlas Schindler; o grupo está produzindo mais de 200 elevadores e escadas rolantes para o complexo olímpico em Pequim; para o Estádio Nacional de Pequim, foram encomendadas 16 escadas rolantes; a empresa também fornecerá 29 elevadores para ligar o metrô aos estádios da cidade

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