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COMIDA CARA
Índia estuda proibição de contrato futuro de alimentos
RAPHAEL MINDER
DO "FINANCIAL TIMES"
A Índia estuda proibir as
operações de contratos futuros de alimentos, ressaltando as crescentes preocupações da Ásia quanto ao papel dos fundos de hedge e dos
operadores dos mercados financeiros na recente alta das
commodities.
Uma proibição emergencial dos mercados futuros de
alimentos, proposta pelo ministro das Finanças, P. Chidambaram, reverteria medidas adotadas apenas cinco
anos atrás para promover o
desenvolvimento da Índia
como centro financeiro.
A Índia já restringiu as
transações futuras de algumas safras, além de estar entre os países que impuseram
restrições à exportação de
alimentos. A abordagem indiana, porém, atraiu fortes
críticas de dois importantes
funcionários do Banco Asiático de Desenvolvimento
(ADB), ambos indianos, o
que destaca as preocupações
entre as instituições internacionais de que a alta nos preços dos alimentos esteja gerando protecionismo comercial e novas distorções de
mercado.
Rajat Nag, diretor-geral do
ADB, disse que restrições às
operações "enviarão o sinal
errado e não são produtivas".
Ifzal Ali, o economista-chefe
do banco, as chamou de "um
expediente político" adotado
para agradar os eleitores.
A escassez de alimentos
deflagrou inquietações sociais na África e partes da
Ásia, bem como em outros
países pobres, como o Haiti.
Haruhiko Kuroda, presidente do ADB, disse que
mais de 1 bilhão de pessoas
estão sendo afetadas na Ásia
pela alta nos preços dos alimentos, que "tem uma dimensão humana bastante
sombria".
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