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Governo não corta ponto de auditor em greve
Parados há quase 50 dias, fiscais receberam na última sexta o salário integral de abril, apesar de aviso do ministro do Planejamento
Auditores fiscais devem se
reunir novamente nesta
semana para deliberar
sobre o fim do movimento,
iniciado em 18 de março
JULIANA ROCHA
GUSTAVO PATU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Unafisco (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais) confirmou ontem que o governo
não efetuou o corte de ponto
dos servidores em greve há
quase 50 dias, como prometido
pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, na semana
passada.
Embora a Justiça tenha autorizado o desconto dos dias não
trabalhados a partir de 8 de
abril, o salário do mês foi pago
integralmente na última sexta,
segundo o sindicato.
O Ministério do Planejamento afirmou ontem, por meio de
sua assessoria de imprensa, que
a orientação do governo era a
de cortar o ponto, mas a decisão
final é da Receita Federal. Procurado pela reportagem, o órgão não respondeu.
Na semana passada, Bernardo afirmou que o governo faria
o desconto dos dias parados,
mas de forma parcelada.
Bernardo Lauar, auditor fiscal em Poços de Caldas (MG),
está em greve desde o dia 18 de
março, quando começou a paralisação dos servidores. Ainda
assim, ele disse que recebeu o
salário integral na sexta-feira.
Ontem, o ministro do Planejamento afirmou que o governo
não pretende ceder ainda mais
nas negociações com os grevistas. "Não temos a menor possibilidade de melhorar, do ponto
de vista deles [os auditores], o
que oferecemos. Não vejo mais
o que negociar com eles", afirmou Bernardo.
Apesar do pagamento dos
dias não trabalhados, o movimento grevista mostra sinais
de enfraquecimento. Na assembléia realizada na última
quarta-feira, 55% dos auditores
votaram pela manutenção da
greve, contra 75% na assembléia anterior.
No aeroporto de Cumbica e
no porto de Santos, a maioria
dos auditores votou pela suspensão da greve por 21 dias,
mas os servidores seguiram a
orientação nacional do sindicato e decidiram manter a operação-padrão, com todos os auditores na repartição, mas realizando o trabalho o mais lento
possível.
Nesta semana, provavelmente na quinta-feira, segundo o
secretário-geral do Unafisco,
Rogério Calil, a categoria irá se
reunir em assembléia para decidir sobre o fim da greve.
"Tudo depende da sinalização do governo", diz Calil. De
acordo com ele, porém, não há
ainda nenhuma reunião marcada com as autoridades.
Um dos principais pontos de
discordância entre os auditores
e o governo está no calendário
de implementação do reajuste
salarial. O governo propôs que,
até julho de 2010, o piso dos auditores, hoje em R$ 10 mil, passe para R$ 14 mil. Já o teto salarial, hoje em R$ 13 mil, passaria
a ser de R$ 19 mil. O acordo não
fecha porque os auditores querem o aumento para 2009.
O setor de importação prevê
que possa haver falta de alguns
produtos para o Dia das Mães.
O presidente da Abipp (Associação Brasileira de Importadores de Produtos Populares),
Gustavo Dedivitis, diz que itens
de decoração ou utensílios domésticos de preços mais baixos
devem faltar nas lojas. "Para
nós, o Dia das Mães acabou."
Colaborou a Reportagem Local
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