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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Queda da Selic deve baixar juro do BNDES
A queda da Selic deve fazer
com que caiam os juros dos empréstimos do BNDES. O governo estuda uma redução nas taxas cobradas ao BNDES pelos
R$ 100 bilhões repassados pelo
Tesouro para o período 2009/
2010. A queda no custo de captação desses recursos fará com
que caiam as taxas dos financiamentos do banco.
Hoje, o Tesouro cobra TJLP
mais 2,5% ao ano pelos recursos que são repassados ao banco. Como a TJLP está em
6,25%, isso significa que a taxa
cobrada pela União por esse repasse custa 8,75% ao BNDES. A
outra grande fonte de recurso
do banco, o dinheiro do FAT
(Fundo de Amparo ao Trabalhador), custa apenas a TJLP.
A ideia de baixar o custo do
repasse da União foi defendida
no governo pelo próprio presidente do banco, Luciano Coutinho. Em conversa recente com
empresários, Coutinho disse
que não fazia sentido o custo do
dinheiro da União não baixar
em um momento em que a Selic está em queda.
Os empresários também devem fazer o mesmo junto ao governo. O presidente da Abdib
(da indústria de bens de capital), Paulo Godoy, ia defender
essa ideia hoje, na reunião do
grupo de acompanhamento da
crise no Ministério da Fazenda,
mas o encontro foi adiado para
o próximo dia 13.
O fato é que, caso se confirme
essa alteração no custo de captação, o BNDES está disposto a
imediatamente baixar os juros
dos empréstimos. A avaliação
dentro do banco é que os juros
mais baixos servirão até de estímulo para aumentar a consulta
para novos investimentos. A
crise baixou a procura por financiamentos para investimentos.
Os juros cobrados pelo
BNDES em seus financiamentos variam bastante dependendo da linha. Um empréstimo,
por exemplo, para um projeto
de geração de energia elétrica,
que está dentro das prioridades
do banco, pode variar de 10% a
14% ao ano. Já um empréstimo
de capital de giro pode chegar a
15% ao ano. São taxas ainda
mais baixas do que as cobradas
pelos bancos privados, mas
muito mais altas do que as do
mercado internacional. O problema é que as linhas externas
ainda estão praticamente fechadas.
De qualquer forma, o BNDES
sempre usou como parâmetro
de comparação a Selic. E, com a
taxa básica a 10,25%, os juros
do banco se aproximaram bastante, mesmo com a TJLP a
6,25%.
Para os membros da equipe
econômica, essa decisão, no entanto, será muito mais fácil de
ser tomada do que a que trata
da mudança da poupança.
MARTELO
A temporada de maio de leilões de arte que começou nesta
semana em Nova York, maior evento do calendário de arte
mundial, não promete os altos valores de costume. As previsões de vendas foram todas revistas para baixo. As duas semanas de negócios, que trazem arte moderna, impressionista e contemporânea, ocorrem após queda de 35% nos preços
no primeiro trimestre, segundo o "Financial Times". Já há
previsões de quedas de até 50%. Segundo a Artprice, a
Christie's abre hoje 50 lotes de obras impressionistas e modernas esperando alcançar US$ 95 milhões, ante os mais de
US$ 147 milhões de 2008. Na última temporada de maio, as
vendas totais de arte contemporânea ficaram em US$ 530
milhões. Neste maio, a expectativa é que movimentem US$
123 milhões. O mercado de arte não escapou das demissões.
A Sotheby's disse na última semana que ainda cortaria 5%
de sua equipe. A Christie's reduziu 300 vagas em 2008.
PRIMEIRO PASSO
O Banco do Brasil firmou
com a incorporadora Brascan sua primeira parceria
para financiamento de imóveis pelo SFH (Sistema Financeiro da Habitação). O
banco liberou R$ 11 milhões
para construção de um condomínio residencial no bairro Tatuapé, em São Paulo. O
BB também pretende financiar aos clientes até 80% do
valor dos apartamentos, avaliados em R$ 240 mil.
GÁS
Abividro, Abiquim, Abrace
e outras quatro entidades solicitaram uma audiência
com os ministros Dilma
Rousseff (Casa Civil) e Edison Lobão (Minas e Energia)
para discutir mudanças na
atual política nacional de gás
natural, em carta enviada
aos ministros no dia 24 de
abril.
PLEITO
Segundo Lucien Belmonte, superintendente da Abividro, as entidades querem
maior transparência na fixação dos preços do gás pela
Petrobras. "As empresas
brasileiras estão pagando
US$ 11,50 por milhão de
BTU de gás, enquanto o mercado internacional cobra
US$ 6", afirma.
DE SAÍDA
Luiz Fazzio deixou a presidência da C&A. Seu substituto ainda não foi definido pela
empresa.
PARTIDA
A Gillette, da Procter &
Gamble, anuncia amanhã,
em evento em SP, uma parceria com a seleção brasileira de futebol. Estarão presentes Ricardo Teixeira, da CBF, e o técnico Dunga.
OPINIÃO
O americano Robert Parker, o maior crítico de vinhos
do mundo, cujas avaliações são capazes influenciar fortemente os preços da bebida, agradou a produtores de Bordeaux nesta semana. Parker considerou "excelente" a safra de 2008 de Bordeaux, que já era considerada um dos
maiores fracassos da década, depois de um verão chuvoso
com pouco sol. A caixa do Château Latour subiu de 2.100
para 2.500 libras esterlinas.
COMPETITIVIDADE
Miguel Jorge (Desenvolvimento) se reunirá na sexta,
em SP, com representantes
do setor automotivo para
discutir um programa de
competitividade para o setor.
RASTREADO
A Tracker do Brasil fechou
com a Stock Car para ser o
rastreador oficial do evento.
MÁSCARA
A Wizard Idiomas, que expandiu neste ano sua atuação para o México, cancelou
um treinamento com franqueados previsto para o último sábado no país por conta
da gripe A (H1N1). O treinamento foi feito por videoconferência. A Wizard tem
hoje sete unidades no México e está em processo de
abertura de outras três .
ASCENDENTE
O valor de mercado da Petrobras atingiu US$ 137,4 bilhões no início de abril, segundo dados da Bloomberg levantados pelo consultor Adriano Pires (Cbie). Com o resultado, a empresa ficou atrás apenas da ExxonMobil em
ranking de valor das petrolíferas de capital aberto. Sem
considerar o pré-sal, a Petrobras está em terceiro lugar
no ranking de reservas de óleo. "O aumento das reservas
da Petrobras refletirá nos preços das ações, permitindo
que ela supere, em valor de mercado, a ExxonMobil", diz.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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