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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Brasil registra mais de 200 fusões e aquisições no 1º quadrimestre
Foram registradas 208 operações de fusões e aquisições
no Brasil nos primeiros quatro
meses de 2010, segundo levantamento da KPMG.
O número de transações realizadas cresceu muito em relação às 135 do mesmo período
de 2009, ano marcado pela crise econômica.
O volume, porém, é menor
que os 225 registrados no primeiro quadrimestre de 2008,
quando o mercado vinha extremamente aquecido e estimulado pela onda de IPOs (ofertas
iniciais de ações) do ano anterior, que deu fôlego às compras
e vendas de empresas ocorridas
naquela época.
A quantidade de operações
fechadas em abril (48) caiu em
relação a março (59), sinal de
que os próximos meses devem
ser menos aquecidos. O primeiro trimestre, que havia registrado recorde histórico de fusões e aquisições desde a década de 1990, foi marcado por negociações que tinham sido represadas em 2009 pela crise.
"O ano de 2010 será bom,
mas não se pode esperar que
supere 2007, época em que
muitas empresas abriram capital e saíram se consolidado no
mercado, até porque os IPOs
estavam sendo feitos justamente para isso", afirma Luís
Motta, sócio da KPMG.
O Brasil também não conta
mais com a maciça presença de
estrangeiros na liderança das
transações. "Grande parte dos
negócios são domésticos, de
empresas brasileiras comprando estrangeiras ou brasileiras."
O cenário deve voltar a se
aquecer a partir do segundo semestre. "As operações represadas aconteceram, agora devem
dar uma baixada. Os negócios,
que levam cerca de seis meses
para serem fechados, devem
voltar a aparecer com muita
força a partir de julho", diz.
VIAGEM DE NEGÓCIO
A rede hoteleira InterCity iniciou o processo de internacionalização da marca. Já começaram as obras da
construção da nova unidade em Montevidéu,
no Uruguai, que está
programada para ficar
pronta em janeiro de
2012. "Será o primeiro
hotel de bandeira brasileira no Uruguai", diz
Alexandre Gehlen, presidente da rede. A escolha do país vizinho levou em conta o fluxo de
turistas de lazer e de
negócios. No ano passado, mais de 300 mil
brasileiros foram para
Montevidéu, segundo
Gehlen. "O Mercosul
está cada vez mais dando importância para o
Brasil, que envia mais
pessoas para a região
que os mercados norte-americano e europeu",
afirma o executivo. Hoje, o mercado de hotelaria de negócio vive um
bom momento para investimentos. "A pior fase da hotelaria foram os
anos 2003, 2004 e
2005, em que havia superoferta e baixo retorno de investimento."
Em 2008 e 2009, o
mercado de turismo de
negócio começou a recuperar-se, atrelado ao
crescimento do PIB, segundo Gehlen. "Se o
PIB cresce, nós pegamos carona." A rede InterCity está presente
em sete Estados brasileiros, com 16 hotéis.
TERRITÓRIO A EXPLORAR
Atualmente, quase não
se usa cartão de débito
nas compras feitas no comércio virtual brasileiro,
segundo estudo realizado
pela consultoria Bain &
Co., que será divulgado
hoje no fórum E-commerce Summit 2010. Mas as
emissoras do dinheiro de
plástico estão incrementando as suas estratégias
para mudar tal realidade.
"É conveniente para o
consumidor e interessante para o lojista também,
pois um grande número
de clientes imprime o boleto para pagar a compra
mas acaba desistindo antes", afirma Percival Jatobá, diretor-executivo de
negócios da Visa.
CAPIXABAS 1
As exportações do Espírito Santo cresceram 10,4%
em janeiro, alcançando US$
666,7 milhões. Esse valor foi
maior do que a média de exportações ao longo do período 2002-2010, segundo o
Instituto Jones dos Santos
Neves, ligado ao governo estadual. Em comparação com
janeiro de 2009, as quantidades exportadas subiram
158,6%, enquanto os preços
recuaram 42,4%. O setor
metalúrgico teve alta de
70% ante dezembro.
CAPIXABAS 2
No ranking de parceiros
comerciais, a China recuou.
Em janeiro, ocupou a quinta
colocação dentre os destinos
das exportações do Espírito
Santo, atrás do Japão e da
Arábia Saudita. A Coreia do
Sul registrou a maior absorção de produtos exportados
pelo Estado, seguida pelos
EUA. Quanto às importações, houve queda de 7,43%
em janeiro, em relação a dezembro, e de 27,96%, quando comparado a janeiro do
ano passado.
PESQUISA 1
Grandes empresas do setor de petróleo e gás, como
Baker Hughes, FMC Technologies e Schlumberger,
confirmaram a instalação de
centros de pesquisa no país,
segundo Carlos Tadeu Fraga,
do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras.
Fraga apresentou as oportunidades para a realização de
pesquisas no Brasil, ontem,
em evento organizado pela
Câmara de Comércio Brasil-Texas, na Offshore Technology Conference 2010.
PESQUISA 2
A uma plateia de empresários locais, em Houston
(Texas), Carlos Tadeu Fraga, do Centro de Pesquisas e
Desenvolvimento da Petrobras, afirmou ontem, na
Offshore Technology Conference, que "a intenção é
fazer parcerias intelectuais
e não apenas comercias".
De acordo com Fraga, "realizar testes no Brasil é mais
econômico, traz respostas
mais rápidas e envolve os
estudantes de nossas universidades".
GOVERNANÇA
Nos quatro principais segmentos da Bovespa, as empresas classificadas no Nível
1 e no Nível 2 tiveram aumento na instalação de Conselhos Fiscais em 2010 enquanto os segmentos do Novo Mercado e do Tradicional
reduziram a instalação, segundo levantamento da Jorge Lepeltier Consultores Associados, da área de governança corporativa. Em 2009,
havia 111 empresas com Conselho Fiscal instalado -em
2010, 96 empresas.
ALUGUEL
As operações imobiliárias
chamadas de "sale e leaseback" -em que o proprietário vende seu imóvel e se torna inquilino do mesmo local-, que foram profundamente afetadas na crise, devem retornar aos patamares
anteriores no segundo semestre, de acordo com a consultoria Binswanger Brazil. A
expectativa é que as taxas
dessas operações para o mercado industrial voltem a atingir 11,5% a 13%, contra os 15%
a 16% na pior fase da crise.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e DENYSE GODOY
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