Banco também acerta com a SulAmérica a compra de 30% da Brasilveículos como parte de plano de reestruturação em seguros

Instituições financeiras brasileiras aumentam seus investimentos em seguros sob a perspectiva de maior crescimento do segmento

GIULIANA VALONNE
DA REPORTAGEM LOCAL

O Banco do Brasil e a Mapfre oficializaram ontem acordo para unir suas operações de seguros em alguns segmentos, formando a segunda maior seguradora do país, com valor de mercado inicial de R$ 10 bilhões. Sem considerar os ramos de saúde, capitalização e previdência, a empresa será a maior do país e da América Latina.
Além disso, o BB anunciou que acertou com a SulAmérica a compra dos 30% restantes da Brasilveículos, por R$ 340 milhões. As duas operações fazem parte do plano de reestruturação da área de seguros da instituição financeira, que quer que o segmento responda por 24% de seu resultado recorrente -que exclui efeitos extraordinários- até 2012. Hoje, o percentual é de 13%, sem considerar os novos acordos.
Os bancos brasileiros vêm investindo no setor de seguros mais fortemente desde 2009, atraídos pela perspectiva de crescimento da área nos próximos anos. "Os bancos estão se voltando para esse segmento por conta de seu forte potencial", diz João Augusto Salles, analista de bancos da consultoria Lopes Filho.
Entre as maiores instituições, o movimento começou com a associação do Itaú Unibanco à Porto Seguro, em agosto de 2009, e foi seguido pelo Bradesco, que se uniu à OdontoPrev em outubro. No mesmo mês, o BB anunciou a negociação com a espanhola Mapfre.

Potencial
Em 2009, o faturamento do mercado de seguros com prêmios e contribuições somou R$ 108 bilhões, ou 3,4% do PIB. O nível é bem inferior ao de países como EUA (8,9%), Japão (9,6%) e Reino Unido (18,3%). Essa relação pode chegar a 6% do PIB em cinco anos.
A operação com a Mapfre terá desembolso de R$ 295 milhões do BB e vai resultar em duas holdings.
Uma será para as áreas de seguro de vida, prestamista (seguro que, em caso de morte do titular, cobre o saldo devedor), agrícola, imobiliário e rural (em que a Mapfre terá 50,01% das ações com direito a voto, e a BB Seguros, 49,99%); e a outra para os seguros de ramos elementares, veículos e affinity (em que a Mapfre terá 51% e a BB Seguros ficará com o resto).
A integração tecnológica deve ser concluída em seis meses, e as companhias preveem operar juntas e sob uma única marca em um ano.


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