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Dólar encosta em R$ 1,80 e Bovespa se recupera
Para especialistas, próximo "alvo" é chegar a R$ 1,82
EPAMINONDAS NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os mercados financeiros viveram ontem um novo dia de
tensão por causa da Europa e
de suas economias mais problemáticas.
Ações se desvalorizaram nas
Bolsas de Valores europeias e
norte-americanas, enquanto
no Brasil o dólar teve um de
seus mais fortes saltos dos últimos três meses. A Bolsa brasileira escapou por pouco de
emendar seu quarto dia consecutivo de queda.
Investidores já demonstraram pouca confiança de que o
pacote de ajuda financeira à
Grécia consiga salvar o país da
moratória. Nos últimos dias,
esse descrédito se estendeu para Portugal, Espanha e outras
economias da região fragilizadas por rombos nas contas.
Ontem, a advertência da
Moody's sobre Portugal foi
mais um fator negativo num
ambiente em que os mercados
já não precisam de mais motivos para estressar: a agência
avisou que deve rebaixar a nota
de risco de crédito do país no
curto prazo.
Nesse cenário, os agentes financeiros fugiram da Bolsa e do
euro e correram para os habituais "portos seguros" nesses
momentos.
O dólar subiu 2,1% no mercado de câmbio doméstico, chegando a R$ 1,798 -taxa não vista desde o final de março. Para
profissionais que acompanham
de perto os negócios com dólar,
R$ 1,82 deve ser o próximo "alvo" no curtíssimo prazo.
Luiz Carlos Baldan, diretor
da corretora de câmbio Fourtrade, disse que "a Moody's já
avisou que deve rebaixar a nota
de Portugal, o que pode acontecer amanhã [hoje] mesmo. E
hoje [ontem] já ouvimos comentários no mercado sobre a
Irlanda".
Vale sustenta Bolsa
No centro da crise, o valor do
euro chegou a ficar abaixo de
US$ 1,30, em sua cotação mais
baixa desde março de 2009.
Nos mercados de ações, a
queda começou pelas Bolsas
asiáticas e europeias e atingiu
as Bolsas americanas, onde o
índice Dow Jones (Nova York)
recuou 0,54%.
A Bovespa teve alta modesta
de 0,07%, principalmente por
conta das ações da Vale.
Os papéis da mineradora movimentaram cerca de R$ 1,7 bilhão dos R$ 7,8 bilhões em volume financeiro registrados no
pregão de ontem.
Em um dia de perdas gerais,
os investidores correram para
essa ação: a preferencial teve
ganho de 2,43%, puxando a fila
dos papéis com maior ganho do
pregão (entre as ações que
compõem o índice Ibovespa).
"Houve certa expectativa em
relação ao balanço [divulgado
após o fechamento da Bolsa],
mas nós temos de lembrar que
o papel se desvalorizou bastante nos últimos dias", afirmou
Fábio Prandini, da mesa de
operações da corretora Elite.
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