São Paulo, quinta-feira, 06 de maio de 2010

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Dólar encosta em R$ 1,80 e Bovespa se recupera

Para especialistas, próximo "alvo" é chegar a R$ 1,82

EPAMINONDAS NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os mercados financeiros viveram ontem um novo dia de tensão por causa da Europa e de suas economias mais problemáticas.
Ações se desvalorizaram nas Bolsas de Valores europeias e norte-americanas, enquanto no Brasil o dólar teve um de seus mais fortes saltos dos últimos três meses. A Bolsa brasileira escapou por pouco de emendar seu quarto dia consecutivo de queda.
Investidores já demonstraram pouca confiança de que o pacote de ajuda financeira à Grécia consiga salvar o país da moratória. Nos últimos dias, esse descrédito se estendeu para Portugal, Espanha e outras economias da região fragilizadas por rombos nas contas.
Ontem, a advertência da Moody's sobre Portugal foi mais um fator negativo num ambiente em que os mercados já não precisam de mais motivos para estressar: a agência avisou que deve rebaixar a nota de risco de crédito do país no curto prazo.
Nesse cenário, os agentes financeiros fugiram da Bolsa e do euro e correram para os habituais "portos seguros" nesses momentos.
O dólar subiu 2,1% no mercado de câmbio doméstico, chegando a R$ 1,798 -taxa não vista desde o final de março. Para profissionais que acompanham de perto os negócios com dólar, R$ 1,82 deve ser o próximo "alvo" no curtíssimo prazo.
Luiz Carlos Baldan, diretor da corretora de câmbio Fourtrade, disse que "a Moody's já avisou que deve rebaixar a nota de Portugal, o que pode acontecer amanhã [hoje] mesmo. E hoje [ontem] já ouvimos comentários no mercado sobre a Irlanda".

Vale sustenta Bolsa
No centro da crise, o valor do euro chegou a ficar abaixo de US$ 1,30, em sua cotação mais baixa desde março de 2009.
Nos mercados de ações, a queda começou pelas Bolsas asiáticas e europeias e atingiu as Bolsas americanas, onde o índice Dow Jones (Nova York) recuou 0,54%.
A Bovespa teve alta modesta de 0,07%, principalmente por conta das ações da Vale.
Os papéis da mineradora movimentaram cerca de R$ 1,7 bilhão dos R$ 7,8 bilhões em volume financeiro registrados no pregão de ontem.
Em um dia de perdas gerais, os investidores correram para essa ação: a preferencial teve ganho de 2,43%, puxando a fila dos papéis com maior ganho do pregão (entre as ações que compõem o índice Ibovespa).
"Houve certa expectativa em relação ao balanço [divulgado após o fechamento da Bolsa], mas nós temos de lembrar que o papel se desvalorizou bastante nos últimos dias", afirmou Fábio Prandini, da mesa de operações da corretora Elite.


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