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Exportador terá crédito de volta mais rápido
Governo anuncia pacote de medidas para facilitar exportações e acelera devolução de créditos tributários, demanda antiga do setor
Criação do Exim Brasil, banco
subsidiário do BNDES voltado para o financiamento de operações de exportação de longo prazo, é oficializada
EDUARDO RODRIGUES
LORENNA RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para tentar contrabalançar a
forte alta das importações e a
consequente redução do saldo
comercial brasileiro, o governo
lançou ontem medidas para facilitar as exportações. Além de
ampliar os mecanismos de financiamento dos embarques, o
governo prometeu acelerar a
devolução de créditos às empresas exportadoras.
A principal medida, que dará
maior rapidez às devoluções de
créditos tributários, era uma
demanda antiga dos exportadores, pois o processo até então
demorava até cinco anos.
A partir de agora, 50% dos
créditos referentes aos pagamentos de PIS/Pasep, Cofins e
IPI acumulados na cadeia de
produção dos produtos exportados serão reembolsados em
até 30 dias.
"A rigor [a medida] não tem
custo, porque a União estará
apenas antecipando algo que é
do setor privado", disse o ministro Guido Mantega (Fazenda). "Vai ter um problema de
desembolso de caixa, [porque]
nós estamos antecipando."
A mudança só vale para novas operações, e não para o estoque retido pelo fisco. Segundo Mantega, só 50% dos valores
de cada pedido serão pagos com
essa rapidez, pois tradicionalmente é esse o montante devolvido pelo fisco após a averiguação da validade dos créditos.
Outra medida do pacote ampliou a capacidade de pequenas
e microempresas de exportar
sem comprometer o seu enquadramento no Simples.
As empresas desse porte poderão exportar até R$ 2,4 milhões ao ano sem contabilizar o
valor no limite do regime de
menor tributação, cujo teto do
faturamento no mercado interno também é de R$ 2,4 milhões.
Banco de fomento
Além disso, o governo oficializou a criação do Exim Brasil,
banco subsidiário do BNDES
voltado para o financiamento
de operações de exportação de
longo prazo, como a venda de
serviços de engenharia e de outros bens, como trens e aviões.
A instituição, que herdará do
BNDES a carteira de R$ 13 bilhões para o setor, entrará em
funcionamento em agosto.
"Um processo complexo que
leva até quatro meses poderá
ser feito em menos de 30 dias",
disse o presidente do BNDES,
Luciano Coutinho, que estima
uma capacidade de cerca de R$
10 bilhões em novas operações
nos próximos anos.
O pacote inclui a extensão
para bens de consumo da linha
de financiamento à exportação
do BNDES e a criação dos fundos garantidores de infraestrutura e de comércio exterior.
Há ainda medidas que beneficiarão o mercado interno.
Bens e serviços nacionais terão
preferência nas compras do governo, desde que o preço não
ultrapasse em 25% o valor do
similar produzido no exterior.
Nos moldes do "Buy American Act", adotado nos EUA, a
medida estabelece que os produtos deverão ter percentual
mínimo de conteúdo nacional.
O governo eliminou também
o desconto de 40% que as empresas brasileiras têm no Imposto de Importação pago na
compra de autopeças. O objetivo é estimular a produção local.
O fim do redutor, adotado há
dez anos, valerá em seis meses.
O presidente da Anfavea (Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores), Cledorvino Belini, criticou a decisão.
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