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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Crescem as apostas de um corte de 0,25 ponto na Selic
As mesas de operações financeiras viveram ontem um dia
de bastante agitação. O dólar
registrou, pelo segundo dia
consecutivo, uma alta de
0,99%, fechando a R$ 1,947. No
mês, o dólar já acumula uma alta de 1,14%. A alta foi reflexo de
uma saída mais forte de recursos aplicados no Brasil.
A mexida no câmbio fez com
que o mercado começasse a ter
dúvidas com relação ao tamanho do corte do juro, hoje, na
reunião do Copom. Se antes havia quase uma unanimidade de
que o Copom iria reduzir 0,5
ponto, não há mais. Muitos começaram a considerar a hipótese de um corte de 0,25 ponto.
O que chamou a atenção do
mercado foi o fato de muitos investidores terem demonstrado
interesse em aplicar seus recursos nos títulos do Tesouro
americano. Subiram as apostas
de que o juro americano não
iria cair em outubro, como se
previa. Pesaram, para isso, as
declarações do presidente do
Fed, Ben Bernanke, dando indícios de serem menores as
chances de um corte do juro
neste ano nos EUA.
Além disso, os índices da economia americana estão mostrando uma recuperação acima
da esperada, o que contribui
para reduzir as chances de uma
nova redução da taxa de juros.
Diante disso, aqueles que
acreditavam num corte de
0,25 ponto dobraram a aposta.
O argumento é que a grande
razão para o juro cair 0,5 ponto
hoje seria a excessiva valorização do real. Com essa mudança
de rota no câmbio, a turma do
0,25 ponto acha que o BC vai
ser mais conservador e dar
mais atenção aos números
mostrando um crescimento
acelerado da economia.
O economista Tomas Málaga, do Itaú, discorda dessa visão. "Não há motivos para o
Banco Central adiar a aceleração do corte de juro", diz.
Segundo Málaga, que defende um corte de 0,5 ponto do juro na reunião do Copom, há razões mais do que suficientes
para a aposta. Em primeiro lugar, as previsões de inflação
para este ano e o próximo estão entre 3% e 3,5%, bem abaixo, portanto, dos 4,5% do centro da meta. Depois, o próprio
câmbio, que, apesar da alta do
dólar dos últimos dois dias,
continua abaixo dos R$ 2.
Além disso, para completar,
Málaga cita o fato de a produção industrial de abril divulgada ontem pelo IBGE ter registrado uma pequena queda de
0,1%, o que mostra uma certa
acomodação do índice. Dessa
forma, ele acredita que a Selic
encerrará o ano em 10,5%.
Pedidos de falência caem em maio
O número de pedidos de
falência caiu 28,5% nos primeiros cinco meses deste
ano na comparação com o
ano passado. No total, foram
1.271 falências requeridas
contra 1.777 de 2006. Os dados são da Serasa.
Os pedidos de falência de
maio também mostram queda em relação ao mesmo mês
do ano anterior. A redução
chegou a 37,8%. Foram 245
pedidos, em 2007, contra
394, em 2006.
No acumulado do ano, há
queda no número de falências decretadas, de 25,1%. De
janeiro a maio de 2007, foram decretadas 636 falências, enquanto no mesmo período de 2006 houve 849.
Houve alta no número de
recuperações judiciais: 120
pedidos nos primeiros cinco
meses de 2007 contra 98 no
período de 2006. Em maio,
também houve aumento de
recuperação, de 16,1%.
Para os assessores da Serasa, esses números estão associados às menores taxas de
juros, ao crescimento da atividade econômica e às determinações da nova Lei de Falências. Os novos instrumentos oferecidos pela lei favorecem a reestruturação de empresas e incentivam a negociação entre credores e devedores.
Os números também mostram, segundo a Serasa, que o
mercado está criando a cultura de utilização dos dispositivos da lei vigente.
PLACAR
A Roxos e Doentes, loja especializada em produtos de futebol, acaba de criar um novo canal de vendas. A partir deste
mês, a loja terá uma unidade itinerante, que funciona em
uma carreta de 14 metros. O projeto é levar a versão móvel
para estádios e cidades como Barretos, Campos do Jordão
(SP) e outras onde os torcedores não tenham acesso fácil a
produtos de futebol. Um dos objetivos é, segundo Eduardo
Rosemberg, sócio-diretor da rede, combater a pirataria. "Os
torcedores querem produtos oficiais, mas há poucas opções
em cidades do interior, por exemplo." Já há contratos para
atuar no Morumbi e no Pacaembu. Em dia de jogo, a carreta
terá produtos de apenas um dos times em disputa.
FUTUROLOGIA
Até 2015, a prioridade de empresas nas áreas médica,
farmacêutica e de biotecnologia serão os investimentos
em P&D, especialmente em países emergentes. Pesquisa
da Deloitte com executivos de empresas com faturamento
de US$ 500 milhões a US$ 15 bilhões mostrou que 25%
dos valores virão de negócios com emergentes.
NO AR 1
A Varig acaba de contratar
a DM9 como sua agência de
publicidade. A agência fica
responsável pela nova campanha e pela programação
visual da marca da aérea, segundo Murilo Barbosa, que
acaba de assumir o cargo de
diretor de marketing.
NO AR 2
Mesmo com o aumento na
procura por viagens ao exterior, estimulada pela valorização do real, ainda há passagens aéreas à venda para o
período de férias em todos
os vôos internacionais operados pela TAM. A companhia tem disponíveis cerca
de 10 mil assentos (ida e volta) nos vôos para a Europa e
18 mil para a América do Sul.
COMBUSTÍVEL
O Centro de Estudos em
Logística do Coppead, da
UFRJ, o Instituto Brasileiro
de Petróleo e Gás e a Universidade de Nevada farão a
quarta Missão Técnica Internacional - Petróleo/Biocombustíveis, entre os dias
11 e 15. Os participantes irão
a Houston conhecer a infra-estrutura de distribuição de
combustíveis e petroquímicos. Na pauta, estruturas de
distribuição de derivados de
petróleo, terminais portuários intermodais e mercado
de biocombustíveis.
PAPELADA
O grupo educacional Positivo vai criar a gráfica Posigraf, com investimentos de
R$ 50 milhões.
com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA
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