São Paulo, quarta-feira, 06 de junho de 2007

Próximo Texto | Índice

Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Crescem as apostas de um corte de 0,25 ponto na Selic

As mesas de operações financeiras viveram ontem um dia de bastante agitação. O dólar registrou, pelo segundo dia consecutivo, uma alta de 0,99%, fechando a R$ 1,947. No mês, o dólar já acumula uma alta de 1,14%. A alta foi reflexo de uma saída mais forte de recursos aplicados no Brasil.
A mexida no câmbio fez com que o mercado começasse a ter dúvidas com relação ao tamanho do corte do juro, hoje, na reunião do Copom. Se antes havia quase uma unanimidade de que o Copom iria reduzir 0,5 ponto, não há mais. Muitos começaram a considerar a hipótese de um corte de 0,25 ponto.
O que chamou a atenção do mercado foi o fato de muitos investidores terem demonstrado interesse em aplicar seus recursos nos títulos do Tesouro americano. Subiram as apostas de que o juro americano não iria cair em outubro, como se previa. Pesaram, para isso, as declarações do presidente do Fed, Ben Bernanke, dando indícios de serem menores as chances de um corte do juro neste ano nos EUA.
Além disso, os índices da economia americana estão mostrando uma recuperação acima da esperada, o que contribui para reduzir as chances de uma nova redução da taxa de juros.
Diante disso, aqueles que acreditavam num corte de 0,25 ponto dobraram a aposta. O argumento é que a grande razão para o juro cair 0,5 ponto hoje seria a excessiva valorização do real. Com essa mudança de rota no câmbio, a turma do 0,25 ponto acha que o BC vai ser mais conservador e dar mais atenção aos números mostrando um crescimento acelerado da economia.
O economista Tomas Málaga, do Itaú, discorda dessa visão. "Não há motivos para o Banco Central adiar a aceleração do corte de juro", diz.
Segundo Málaga, que defende um corte de 0,5 ponto do juro na reunião do Copom, há razões mais do que suficientes para a aposta. Em primeiro lugar, as previsões de inflação para este ano e o próximo estão entre 3% e 3,5%, bem abaixo, portanto, dos 4,5% do centro da meta. Depois, o próprio câmbio, que, apesar da alta do dólar dos últimos dois dias, continua abaixo dos R$ 2.
Além disso, para completar, Málaga cita o fato de a produção industrial de abril divulgada ontem pelo IBGE ter registrado uma pequena queda de 0,1%, o que mostra uma certa acomodação do índice. Dessa forma, ele acredita que a Selic encerrará o ano em 10,5%.

Pedidos de falência caem em maio

O número de pedidos de falência caiu 28,5% nos primeiros cinco meses deste ano na comparação com o ano passado. No total, foram 1.271 falências requeridas contra 1.777 de 2006. Os dados são da Serasa.
Os pedidos de falência de maio também mostram queda em relação ao mesmo mês do ano anterior. A redução chegou a 37,8%. Foram 245 pedidos, em 2007, contra 394, em 2006.
No acumulado do ano, há queda no número de falências decretadas, de 25,1%. De janeiro a maio de 2007, foram decretadas 636 falências, enquanto no mesmo período de 2006 houve 849.
Houve alta no número de recuperações judiciais: 120 pedidos nos primeiros cinco meses de 2007 contra 98 no período de 2006. Em maio, também houve aumento de recuperação, de 16,1%.
Para os assessores da Serasa, esses números estão associados às menores taxas de juros, ao crescimento da atividade econômica e às determinações da nova Lei de Falências. Os novos instrumentos oferecidos pela lei favorecem a reestruturação de empresas e incentivam a negociação entre credores e devedores.
Os números também mostram, segundo a Serasa, que o mercado está criando a cultura de utilização dos dispositivos da lei vigente.

PLACAR
A Roxos e Doentes, loja especializada em produtos de futebol, acaba de criar um novo canal de vendas. A partir deste mês, a loja terá uma unidade itinerante, que funciona em uma carreta de 14 metros. O projeto é levar a versão móvel para estádios e cidades como Barretos, Campos do Jordão (SP) e outras onde os torcedores não tenham acesso fácil a produtos de futebol. Um dos objetivos é, segundo Eduardo Rosemberg, sócio-diretor da rede, combater a pirataria. "Os torcedores querem produtos oficiais, mas há poucas opções em cidades do interior, por exemplo." Já há contratos para atuar no Morumbi e no Pacaembu. Em dia de jogo, a carreta terá produtos de apenas um dos times em disputa.

FUTUROLOGIA
Até 2015, a prioridade de empresas nas áreas médica, farmacêutica e de biotecnologia serão os investimentos em P&D, especialmente em países emergentes. Pesquisa da Deloitte com executivos de empresas com faturamento de US$ 500 milhões a US$ 15 bilhões mostrou que 25% dos valores virão de negócios com emergentes.

NO AR 1
A Varig acaba de contratar a DM9 como sua agência de publicidade. A agência fica responsável pela nova campanha e pela programação visual da marca da aérea, segundo Murilo Barbosa, que acaba de assumir o cargo de diretor de marketing.

NO AR 2
Mesmo com o aumento na procura por viagens ao exterior, estimulada pela valorização do real, ainda há passagens aéreas à venda para o período de férias em todos os vôos internacionais operados pela TAM. A companhia tem disponíveis cerca de 10 mil assentos (ida e volta) nos vôos para a Europa e 18 mil para a América do Sul.

COMBUSTÍVEL
O Centro de Estudos em Logística do Coppead, da UFRJ, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás e a Universidade de Nevada farão a quarta Missão Técnica Internacional - Petróleo/Biocombustíveis, entre os dias 11 e 15. Os participantes irão a Houston conhecer a infra-estrutura de distribuição de combustíveis e petroquímicos. Na pauta, estruturas de distribuição de derivados de petróleo, terminais portuários intermodais e mercado de biocombustíveis.

PAPELADA O grupo educacional Positivo vai criar a gráfica Posigraf, com investimentos de R$ 50 milhões.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA

Próximo Texto: Nota fiscal pode devolver até 30% do ICMS em SP
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.