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NEGÓCIOS
Aquisições por brasileiros sobem 54% de janeiro a maio
MARCELO SAKATE
DA REDAÇÃO
Negócios como a compra
do grupo Ipiranga pelo consórcio formado por Petrobras, Braskem e Ultra e a da
Varig pela Gol personificam
o fenômeno de aumento de
fusões e aquisições protagonizadas por empresas brasileiras neste início de ano.
Elas responderam por dois
terços dos negócios do gênero no país de janeiro a maio,
patamar que, em 2005, não
chegava a 50%, aponta levantamento da consultoria PricewaterhouseCoopers.
Entre as razões, o fato de
que as empresas brasileiras
estão mais capitalizadas, especialmente por lançarem
ações em Bolsa, afirma Raul
Beer, sócio responsável por
finanças corporativas da
"PWC". Há ainda a influência do câmbio valorizado, no
caso de operações que envolveram grupos estrangeiros.
Foram 129 fusões e aquisições lideradas por grupos nacionais nos cinco primeiros
meses do ano, 54% a mais
que no mesmo período do
ano anterior. A tendência já
havia sido verificada em
2006, quando as compras de
participação por investidores nacionais subiram 68%.
Os negócios comandados
por estrangeiros, por sua vez,
mantiveram-se quase estáveis: saltaram de 69 para 71.
Ao todo, foram 200 transações de aquisição e fusão até
maio, com alta de 28%.
Outro fenômeno observado, a exemplo do que tem
ocorrido no resto do mundo,
é a participação crescente de
fundos de investimento, em
especial de "private equity",
em tais transações.
Um exemplo é a Gávea Investimentos, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, que, em abril,
adquiriu 23,5% da administradora de shoppings Aliansce (com 15 empreendimentos em diversos Estados).
Para Beer, além da conjuntura favorável, devido à melhora dos indicadores do país
e do excesso de liquidez no
mundo, outro fator ajudou
nessa atração: a maior facilidade que gestores de tais
fundos encontram para captar recursos depois de conseguirem gerar retorno aos investidores que apostaram no país no fim dos anos 90.
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