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Mantega rejeita aperto menor com Estados
Aumento do endividamento estadual não fará setor público reduzir economia para o pagamento de juros, diz ministro
Elevação nos investimentos autorizada a governadores corresponderá à arrecadação extra, sem alterar superávit primário dos Estados, afirma
LEANDRA PERES
FERNANDO NAKAGAWA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O aumento no endividamento dos Estados que está sendo
autorizado pelo Tesouro Nacional não reduzirá a economia
que o setor público faz para o
pagamento de juros de sua dívida, o chamado superávit primário. O ministro Guido Mantega
(Fazenda) explicou que a elevação nos investimentos estaduais será autorizada no mesmo valor dos ganhos de arrecadação obtidos pelos Estados.
Assim, a alta nas despesas será financiado com arrecadação
extra, e os governos estaduais
continuarão comprometidos
com um superávit de 0,95% do
PIB, conforme previsto antes
da liberação dos recursos.
No fim de maio, Mantega havia dito que o governo federal
faria uma economia maior para
liberar os Estados para novos
gastos. "[Os governadores] vão
cumprir o [resultado] primário", disse Mantega ontem.
Anteontem, o governo permitiu que o governador de São
Paulo, José Serra (PSDB), tome
R$ 4 bilhões em novos empréstimos até 2010. Na semana que
vem, o ministro Mantega tem
reunião com o governador Aécio Neves (PSDB-MG) para negociar o novo limite de endividamento do Estado.
Segundo o ministro, 11 Estados não terão dificuldades para
tomar novos empréstimos, pois
a dívida acumulada é inferior
ao valor da receita. Essa é uma
das exigências contidas nos
contratos que os Estados assinaram em 1998 com a União.
No caso de outros 13 governos
estaduais, a União fará uma
avaliação do comportamento
da arrecadação e das despesas
de cada um para verificar se há
espaço para novas dívidas.
Esse foi o caso de São Paulo.
O Estado tem uma relação entre a dívida e a receita acima de
1, mas, segundo Mantega, elevou receitas e reduziu despesas. Com isso, a trajetória de redução da dívida se acelerou em
relação ao que estava previsto
no contrato com a União. É o
valor desse ganho que o Tesouro autorizou o governo estadual a contratar em novos empréstimos. Depois que os contratos estiverem assinados, a
dívida de SP retornará à trajetória inicial do contrato.
Mantega explicou que, se
houver alguma queda nas receitas dos Estados, a União não
entrará como garantidora dos
empréstimos internacionais e
os empréstimos autorizados
agora não sairão do papel.
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