|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PRESSÃO
Empresas dizem que diferença não será cobrada até que se chegue a acordo
Reajuste extra na telefonia fixa deverá ser parcelado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O reajuste extra das tarifas de
telefonia fixa não será aplicado de
imediato e, quando ocorrer, poderá ser parcelado. Em reunião
ontem, em Brasília, com o ministro das Comunicações, Eunício
Oliveira, os representantes das
empresas de telefonia fixa acertaram que a diferença da correção
das tarifas de 2003 não será cobrada até que seja fechado um acordo
sobre o assunto.
A expectativa do ministro é que
a aplicação desse reajuste extra seja adiada por pelo menos um mês.
"O que há, num primeiro momento, é o acordo da não-aplicação imediata desse índice. Não
havendo aplicação imediata, pelo
menos um mês nós já ganhamos.
Mas um mês é pouco. Nós queremos um tempo maior para a aplicação desse índice", afirmou o
ministro.
Na semana passada, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu restabelecer o IGP-DI (Índice
Geral de Preços - Disponibilidade
Interna) como referência para o
reajuste das tarifas de telefonia fixa concedido em 2003, em substituição ao IPCA (Índice de Preços
ao Consumidor Amplo), que havia sido fixado temporariamente
pela Justiça.
As tarifas não serão corrigidas
de maneira retroativa, mas a base
sobre a qual é calculado o reajuste
deste ano mudou.
A diferença dos dois índices deve representar um aumento extra
de quase dez pontos percentuais,
que, somados ao reajuste médio
de 6,89% autorizado neste ano e
em vigor desde a semana passada,
totalizam cerca de 17% de reajuste
nas tarifas, segundo previsão da
Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
O objetivo do governo é tentar
reduzir o impacto no bolso no
consumidor. Até a próxima segunda-feira, uma nova reunião
será feita com as empresas de telefonia fixa para que a possibilidade
de parcelamento do reajuste seja
debatida concretamente.
Simpatia
"A proposta [do parcelamento]
foi recebida por nós com muita
simpatia e nós vamos, a partir da
semana que vem, trabalhar tecnicamente com o governo para poder medir esses impactos", disse o
presidente do Conselho de Administração da Telemar, Otávio Azevedo, que falou em nome das empresas de telefonia fixa.
Segundo Azevedo, o parcelamento é só uma proposta que ainda será estudada pelas empresas.
Eunício afirmou que, num primeiro momento, as operadoras
resistiram à idéia, mas, no de-
senrolar da reunião, acabaram
concordando com a negociação.
"Nós não queremos fazer nenhuma bravata, nenhuma quebra
de contrato, nem questionar nenhuma decisão da Justiça. O que
nós queremos é que o consumidor brasileiro não seja impactado
assim como a inflação", disse o
ministro ao final da reunião.
Texto Anterior: Luís Nassif: O nascimento do novo ciclo Próximo Texto: Frase Índice
|