São Paulo, terça-feira, 06 de julho de 2004

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PRESSÃO

Empresas dizem que diferença não será cobrada até que se chegue a acordo

Reajuste extra na telefonia fixa deverá ser parcelado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O reajuste extra das tarifas de telefonia fixa não será aplicado de imediato e, quando ocorrer, poderá ser parcelado. Em reunião ontem, em Brasília, com o ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, os representantes das empresas de telefonia fixa acertaram que a diferença da correção das tarifas de 2003 não será cobrada até que seja fechado um acordo sobre o assunto.
A expectativa do ministro é que a aplicação desse reajuste extra seja adiada por pelo menos um mês. "O que há, num primeiro momento, é o acordo da não-aplicação imediata desse índice. Não havendo aplicação imediata, pelo menos um mês nós já ganhamos. Mas um mês é pouco. Nós queremos um tempo maior para a aplicação desse índice", afirmou o ministro.
Na semana passada, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu restabelecer o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) como referência para o reajuste das tarifas de telefonia fixa concedido em 2003, em substituição ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que havia sido fixado temporariamente pela Justiça.
As tarifas não serão corrigidas de maneira retroativa, mas a base sobre a qual é calculado o reajuste deste ano mudou.
A diferença dos dois índices deve representar um aumento extra de quase dez pontos percentuais, que, somados ao reajuste médio de 6,89% autorizado neste ano e em vigor desde a semana passada, totalizam cerca de 17% de reajuste nas tarifas, segundo previsão da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
O objetivo do governo é tentar reduzir o impacto no bolso no consumidor. Até a próxima segunda-feira, uma nova reunião será feita com as empresas de telefonia fixa para que a possibilidade de parcelamento do reajuste seja debatida concretamente.

Simpatia
"A proposta [do parcelamento] foi recebida por nós com muita simpatia e nós vamos, a partir da semana que vem, trabalhar tecnicamente com o governo para poder medir esses impactos", disse o presidente do Conselho de Administração da Telemar, Otávio Azevedo, que falou em nome das empresas de telefonia fixa.
Segundo Azevedo, o parcelamento é só uma proposta que ainda será estudada pelas empresas.
Eunício afirmou que, num primeiro momento, as operadoras resistiram à idéia, mas, no de- senrolar da reunião, acabaram concordando com a negociação.
"Nós não queremos fazer nenhuma bravata, nenhuma quebra de contrato, nem questionar nenhuma decisão da Justiça. O que nós queremos é que o consumidor brasileiro não seja impactado assim como a inflação", disse o ministro ao final da reunião.


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