São Paulo, terça-feira, 06 de julho de 2004

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PRESSÃO

Analistas ouvidos pelo BC elevam para 7% expectativa para o IPCA em 2004 e esperam redução menor da taxa Selic

Mercado prevê inflação e juros maiores

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A inflação deste ano deve ficar em 7%, segundo projeção feita por analistas de mercado consultados semanalmente pelo Banco Central. A estimativa para o comportamento do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foi elevada pela oitava semana consecutiva.
A meta de inflação fixada para este ano é de 5,5%, com uma margem de tolerância de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. Quando avalia que a alta dos preços está acima do esperado, o BC costuma manter juros em níveis elevados.
Com isso, é cada vez maior, entre os analistas, a expectativa de que o BC retarde o processo de redução da taxa Selic, atualmente em 16% ao ano. Segundo o levantamento, os juros vão cair para 15,13% ao ano até dezembro -na semana passada, projetavam-se 15%.
Para o ano que vem, a meta foi fixada em 4,5%, também com uma margem de 2,5 pontos. De acordo com a pesquisa, a alta deve ficar em 5,5%. Com isso, a margem para uma redução dos juros seria limitada, com a taxa Selic encerrando 2005 em 14,3% ao ano.
Nos demais índices de preços, a expectativa também é de elevação. A alta esperada para o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) neste ano, por exemplo, é 11,04%.
Boa parte da pressão inflacionária, de acordo com a pesquisa, vem dos chamados preços administrados -que incluem, entre outros itens, as tarifas públicas. Pelo levantamento, o reajuste desse conjunto de preços ficará em 7,91% neste ano, contra 7,80% apontados na semana passada. Para o ano que vem, a estimativa de aumento é de 6,52%.
Ainda segundo a pesquisa, o dólar deve encerrar o ano cotado a R$ 3,10. Já o saldo da balança comercial deve chegar a US$ 28 bilhões, acima da projeção de US$ 26 bilhões feita pelo BC.
Neste ano, até agora, o superávit acumulado pela balança é de US$ 15,32 bilhões, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento. No período, as exportações somaram US$ 44,005 bilhões, e as importações, US$ 28,685 bilhões.
Os analistas do mercado financeiro também reduziram as projeções de investimentos estrangeiros na economia brasileira neste ano.
Segundo o boletim Focus, o ingresso de investimentos deve somar US$ 10 bilhões neste ano. Na semana passada a previsão dos analistas era de investimentos de US$ 10,5 bilhões.


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