São Paulo, terça-feira, 06 de julho de 2004

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TRABALHO

Sindicatos e DRTs querem identificar irregularidades em contratações

Força-tarefa combate vaga informal

DA REPORTAGEM LOCAL

Para combater a falta de registro em carteira, sindicatos e fiscais da DRT (Delegacia Regional do Trabalho) de São Paulo vão montar uma força-tarefa para fiscalizar indústria, comércio e empresas prestadoras de serviço.
A operação tem início nesta semana nas metalúrgicas da capital paulista, segundo prevê convênio assinado ontem pela DRT, pela Força Sindical e pelo Sindicato dos Metalúrgicos do São Paulo (filiado à central).
"Cerca de 20% dos empregados no nosso setor já são terceirizados, cooperados [contratados por meio de cooperativas] ou temporários", disse Eleno Bezerra, presidente do sindicato. A entidade informa representar 260 mil metalúrgicos em 8.000 empresas da capital e de Mogi das Cruzes.
Na zona oeste, o sindicato já identificou uma empresa que trabalha com 400 empregados -sendo de 130 a 150 temporários, segundo a Folha apurou. "Três agências terceirizadas se revezam empregando por três meses sem registro. Elas pedem aos funcionários que não contem dentro da empresa que não são registrados. Diz que serão efetivados. Mas, passados os três meses, esses trabalhadores são substituídos e demitidos sem direitos", diz o sindicalista.
Os nomes dos envolvidos estão sob sigilo para não atrapalhar a fiscalização. Essa deve ser na prática a primeira operação de fiscalização conjunta entre o sindicato e os fiscais da DRT.
Heiguiberto Navarro, delegado regional do trabalho, informou que os próximos alvos de fiscalização da DRT devem ser os setores do comércio e da construção civil. "Só em Osasco, 70% dos empregados do comércio são trabalhadores sem registro."
No Estado de São Paulo, 460 fiscais atuam nas áreas de cumprimento da legislação, segurança e saúde -sendo 260 na capital.
A DRT vai criar um telefone de denúncia para combater a informalidade. Em São Paulo, o Sindicato dos Metalúrgicos atende reclamações de metalúrgicas pelo telefone 3188-1000, em horário comercial. O trabalhador não precisa se identificar. (CLAUDIA ROLLI)

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