Apesar do quadro de relativa tranqüilidade da inflação para este ano, há sinais na economia de que pode haver uma alta nos preços em 2007. Diante disso, as expectativas de queda de juros para os próximos meses estariam um pouco exacerbadas. Deve-se esperar parcimônia do BC na definição do juro.
A conclusão é do economista Celso Toledo, da MCM Consultores Associados, a partir de estudo feito por ele para tentar medir o ritmo atual do crescimento da procura no país e o seu impacto sobre a inflação.
O resultado é que a demanda cresce a uma velocidade acima do potencial crescimento da oferta, o que pode indicar um sinal amarelo para a inflação.
O que Toledo faz, no estudo, é tentar responder à seguinte pergunta: qual o ritmo atual do crescimento da demanda agregada? A seu ver, esse é o parâmetro relevante para inferir se o atual quadro benéfico de inflação será ou não mantido.
Como não há indicadores precisos na economia que forneçam com precisão a resposta, Toledo elege como parâmetro a evolução dos agregados monetários. "Como a utilidade da moeda é realizar transações, pode-se considerar o estoque de moeda como uma variável que está correlacionada com a demanda agregada", afirma.
Pelos cálculos do economista, a oferta de M1 (moeda mais depósito à vista) teria de ser inferior a 9,7% ao ano para haver alguma tranqüilidade com relação à inflação no futuro -supondo um potencial de expansão de crescimento futuro entre 3% e 3,5% ao ano.
O problema é que o M1 cresceu 12,5% ao ano no primeiro trimestre de 2006 e 12,8% em abril e maio, ambos comparados ao ano passado. Para o economista, essas taxas são excessivas para manter a inflação na meta de 4,5% ao ano, o que indica que o BC deverá ser mais cauteloso na definição do juro.

AGORA VAI
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso está bastante otimista. Lançado há três meses, seu livro, "A Arte da Política - A História que Vivi", da editora Civilização Brasileira, já vendeu 72 mil exemplares e deve quebrar a barreira dos 100 mil até o final do ano. Ele está também muito animado com as perspectivas do candidato tucano Geraldo Alckmin, depois da subida de sete pontos registrada pelo Datafolha na corrida presidencial. As pesquisas mostram que Alckmin vence no segundo turno na maioria das regiões do país, e só perde feio para Lula no Nordeste, onde é pouco conhecido. FHC teme, no entanto, os efeitos sobre as contas públicas dos gastos do atual governo. "Seja quem for eleito, o primeiro ano será muito difícil", afirmou.

SELO VERDE
Nos próximos dois anos a TÜV Rheinland Brasil, empresa alemã que está entre os maiores do mundo em certificações, pretende investir no Brasil 10 milhões. O plano prevê novas certificações, como o selo verde GrünPass, para rastrear o agronegócio, verificar e atestar as práticas agrícolas, sociais e ambientais. "Apesar dos problemas do Brasil, a introdução do selo significa uma confiança na capacidade empresarial do país", diz Antonio Carlos Caio da Silva, presidente da empresa.

INVERNO
O Bradesco Prime patrocina, pela segunda vez consecutiva, a 37ª edição do Festival de Inverno de Campos de Jordão. A ação começa no próximo dia 8 e se estende até a primeira semana de agosto.

HERDEIROS
A ESPM reúne, na terça, no Encontro de Famílias Empresárias, representantes de empresas como Ceratti, Luppo, Dedini e outras, que mostrarão modelos de gestão, formação de conselhos e sucessão familiar.

EDUCAÇÃO
Depois da peça "Acorda Brasil", o empresário Antônio Ermírio de Moraes acaba de lançar o livro "Educação pelo Amor de Deus!", da Editora Gente. O livro reúne 84 artigos de Antônio Ermírio de Moraes sobre o tema educação, publicados em sua coluna dominical na Folha. Dividido em dez capítulos, o livro trata de temas como educação e desenvolvimento da nação, educação e violência e educação e valores espirituais. A primeira edição foi de quatro mil exemplares e já está esgotada, e a segunda edição já está sendo impressa. O livro foi um presente de aniversário dos filhos ao empresário, que, no dia quatro de junho passado, completou 78 anos. Em 2008, Antônio Ermírio de Moraes comemora 80 anos e o grupo Votorantim, 90 anos.

NAS PASSARELAS
Juan Quirós, da Apex-Brasil, e Amir Slama, da associação brasileira de estilistas, assinam convênio no dia 12, no São Paulo Fashion Week, para promover a moda nacional no exterior. Mais de R$ 12 milhões serão investidos na organização de eventos e desfiles em mercados como o Japão, França, EUA, Emirados Árabes Unidos e Alemanha.
com ISABELLE MOREIRA LIMA E JOANA CUNHA


Próximo Texto: Fase de deflação acabou em SP, diz a Fipe
Índice