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LUÍS NASSIF
As previsões dos "Tornos e Planilhas"
Há instituições trabalhando
com uma probabilidade de
40% para uma recessão
americana em 2007
A ÚLTIMA reunião do grupo
"Tornos e Planilhas", ocorrida nesta semana, trouxe uma
visão relativamente otimista da conjuntura internacional. O tema do
encontro, prejudicado por uma epidemia de gripe, foram a crise internacional e os cenários de pouso suave ou efeito-manada.
As projeções do grupo são:
EUA - Alguns apostam em crescimento americano abaixo de 3%
em 2007. Há algumas grandes instituições trabalhando com uma
probabilidade de 40% para uma recessão americana em 2007.
Taxas americanas - Apostas do
mercado giram de 5,25% a 5,75%.
Ajuste externo americano - Alguns presentes, como Octavio de
Barros, do Bradesco, defendem
que a economia americana poderá
se ajustar naturalmente. No plano
externo, há desaceleração do crescimento das exportações alemãs (o
maior exportador do mundo), que
caíram de +30% para +5%, enquanto as americanas crescem
consistentemente a 11% ao ano.
Novo Breton Woods - Um ajuste concatenado da economia mundial pressupõe uma desvalorização
do dólar, que depende de uma recuperação da Europa e do Japão,
da manutenção do financiamento
dos déficits americanos pela China
e pelo Japão -e, agora, pelos xeques árabes, novos grandes financiadores.
Roberto Troster (Febraban) não
descarta eventuais efeitos-manadas, assim que tesoureiros em geral sentirem o dólar despencar.
Paulo Rigga tem dúvidas sobre se a
China continuará financiando os
EUA mesmo com a desvalorização
do dólar, sem pedir prêmio na taxa.
Além disso, em um quadro de recessão mundial, o que impedirá
um país de sair na frente, desvalorizando sua moeda e provocando
um efeito-manada? Juliana Braga,
da UBS, acha que o risco da saída
da desvalorização é muito maior
para um país do que os ganhos da
entrada. Esse risco seguraria os
mais afoitos. Octavio julga que, na
condição de maiores financiadores
da dívida americana, Japão e China
-únicos capazes de desequilibrar
o jogo- jamais se aventurariam a
algo do tipo.
Commodities - César Mesomo,
da Victoire Finance, acredita na
manutenção dos preços das commodities. Há consenso de que estão inflados por jogadas especulativas. Mas acredita-se que a forte demanda da China permitirá a manutenção da alta. Roberto Barbosa
Cintra lembra, no entanto, que
continua enorme a fatia de papéis
emergentes em mãos de fundos.
Mesmo assim, como não há problemas estruturais nos emergentes, qualquer problema se resolverá via preço.
Brasil - Praticamente todos os
economistas estão trabalhando
com uma previsão de inflação do
IPCA inferior a 4% neste ano. Em
relação à Selic no final do ano, as
apostas variam de 13,75% a 14,25%.
Cteep
Recebo do Citigroup seguintes esclarecimentos sobre a coluna "O
mau negócio da Cteep".
1) Apesar de o Estado de São Paulo ter 36% do capital da Cteep, na
verdade foram vendidos apenas
21%. Com isso, o P/L (relação preço/lucro) passa a ser 12, e não de 6,
conforme colocado pela coluna.
2) Computando passivos existentes por ocasião da venda, o múltiplo do Ebitda (valor de mercado +
dívida líquida sobre geração de caixa) passa a ser de 10, e não de 3,4, o
que aproxima da média do mercado.
Blog: www.luisnassif.com.br
@ - Luisnassif uol.com.br
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