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Mínimo maior e juro menor elevam vendas da indústria
Mercado interno é o principal responsável pela elevação da atividade neste ano
Horas trabalhadas na produção cresceram, diz a pesquisa da CNI; entidade qualifica resultado de maio
de crescimento moderado
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O aumento do salário mínimo e a trajetória de queda da
taxa de juros (Selic) ajudaram a
indústria a vender mais em
maio. No mês passado, as vendas do setor aumentaram
0,73% em relação a abril, já descontados os efeitos típicos de
cada mês. Na comparação com
maio de 2005, houve crescimento de 4,55% -a maior variação mensal de 2006 ante
igual período do ano passado.
Além do mínimo e da Selic,
também contribuiu para o bom
desempenho das vendas no
mercado interno o aumento da
massa real de salários -combinação de queda da inflação e
expansão do nível de emprego.
No setor externo, a ajuda veio
da desvalorização do real em
maio. Com a depreciação da
moeda nacional, as empresas
exportadoras faturaram mais.
Os dados foram divulgados
ontem e fazem parte dos Indicadores Industriais da CNI
(Confederação Nacional da Indústria). O coordenador da
Unidade de Política Econômica
da entidade, Flávio Castelo
Branco, destacou que todos os
indicadores tiveram resultados
positivos em maio, o que deve
continuar nos próximos meses.
"O quadro geral de maio é
bastante satisfatório e mostra a
continuidade na trajetória de
crescimento da atividade industrial. Trata-se de um crescimento moderado, não é nenhum desempenho asiático",
disse ele. "Os sinais são muito
claros de que houve melhora
em maio", completou Paulo
Mol, economista da CNI.
Mol afirma que, apesar da
tendência de crescimento das
vendas da indústria, ainda há
muita oscilação no indicador
mensal. "Pode ter havido queda
em junho. Por causa da Copa do
Mundo, houve menos dias
úteis no mês", explicou. Tanto
ele quanto Castelo Branco voltaram a enfatizar que o mercado interno tem sido o grande
motor do crescimento da atividade industrial neste ano.
Estoques ajustados
O ritmo de crescimento das
horas trabalhadas na indústria
continuou acentuado pelo segundo mês seguido, de acordo
com a CNI. O aumento foi de
1,19% na comparação com abril
(dado ajustado sazonalmente).
Horas trabalhadas é o indicador que mais reflete o nível de
produção da indústria.
Na avaliação da entidade, como os estoques das empresas
estão ajustados e as vendas
continuam crescendo, a indústria terá de produzir mais para
atender ao aumento da demanda. Essa expansão da produção
vem tanto na forma de aumento nas horas trabalhadas como
na de crescimento do emprego.
Mol comentou que, havendo
recuperação da atividade, normalmente as empresas ampliam as horas trabalhadas para somente depois passar a
contratar novos funcionários.
Desde abril, porém, a CNI
tem sido surpreendida com os
dados do emprego industrial,
que está acompanhando a expansão da indústria. No mês
passado, houve aumento de
0,46% do emprego no setor.
Já a utilização da capacidade
instalada atingiu 81,3% em
maio -em abril, estava em 81%.
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