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BC projeta investimento recorde em junho
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O fluxo de investimentos estrangeiros pelo Brasil em maio
foi o mais baixo desde 2005, de
acordo com o Banco Central.
Entretanto o próprio Banco
Central afirma que, a partir de
um levantamento preliminar, é
possível projetar o ingresso recorde de recursos em junho.
Em maio, o país recebeu US$
501 milhões em investimentos
estrangeiros diretos, bem abaixo dos US$ 3,471 bilhões de
abril. Em junho, porém, dado
fechado no dia 22 já indicava o
ingresso de US$ 3 bilhões, número que, segundo o Banco
Central, deve chegar a US$ 6,5
bilhões.
Confirmada a projeção, o resultado de junho será o mais alto desde 1947, quando tiveram
início as estatísticas do Banco
Central sobre o assunto. "A
tendência do investimento estrangeiro direto é a de crescimento e reflete as condições do
país", diz Túlio Maciel, chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, citando a queda do risco-país e as
perspectivas de maior crescimento econômico como fatores que ajudam a atrair investimentos.
Entre janeiro e maio, o país
recebeu aplicações de US$
10,55 bilhões, 66,8% a mais do
que nos primeiros cinco meses
de 2006.
Resultado "magnífico"
Para Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do Banco Central e economista da CNC
(Confederação Nacional do Comércio), os resultados das contas externas são "magníficos",
mas é preciso fazer algumas
ressalvas. Segundo ele, merece
atenção o maior ingresso de capitais de curto prazo no país.
"O fluxo de moeda estrangeira para o Brasil é alto por causa
da elevada taxa de juros e por
causa da política do Banco Central de comprar dólares no
mercado à vista."
Em maio, o país recebeu US$
2,170 bilhões em investimentos
em títulos públicos, corrigidos
por juros que acompanham a
taxa Selic (taxa básica da economia), hoje em 12% ao ano.
Nos primeiros cinco meses,
essas aplicações somam US$
8,765 bilhões, 43,6% a mais do
que no mesmo período do ano
passado.
Freitas afirma que, além dos
juros, a ação do Banco Central
no mercado também estimula
o ingresso de capitais externos
de curto prazo. Isso porque a
forte atuação do Banco Central
acabaria causando distorção na
cotação do dólar, distanciando-a das taxas praticadas no mercado futuro e estimulando a especulação.
Entre janeiro e maio, o Brasil
recebeu US$ 30 bilhões em capitais de curto prazo -referentes a empréstimos que têm prazo de vencimento inferior a um
ano-, enquanto no mesmo período do ano passado o ingresso
havia sido de US$ 8,3 bilhões.
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