São Paulo, sexta-feira, 06 de julho de 2007

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BC projeta investimento recorde em junho

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O fluxo de investimentos estrangeiros pelo Brasil em maio foi o mais baixo desde 2005, de acordo com o Banco Central. Entretanto o próprio Banco Central afirma que, a partir de um levantamento preliminar, é possível projetar o ingresso recorde de recursos em junho.
Em maio, o país recebeu US$ 501 milhões em investimentos estrangeiros diretos, bem abaixo dos US$ 3,471 bilhões de abril. Em junho, porém, dado fechado no dia 22 já indicava o ingresso de US$ 3 bilhões, número que, segundo o Banco Central, deve chegar a US$ 6,5 bilhões.
Confirmada a projeção, o resultado de junho será o mais alto desde 1947, quando tiveram início as estatísticas do Banco Central sobre o assunto. "A tendência do investimento estrangeiro direto é a de crescimento e reflete as condições do país", diz Túlio Maciel, chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, citando a queda do risco-país e as perspectivas de maior crescimento econômico como fatores que ajudam a atrair investimentos.
Entre janeiro e maio, o país recebeu aplicações de US$ 10,55 bilhões, 66,8% a mais do que nos primeiros cinco meses de 2006.

Resultado "magnífico"
Para Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do Banco Central e economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio), os resultados das contas externas são "magníficos", mas é preciso fazer algumas ressalvas. Segundo ele, merece atenção o maior ingresso de capitais de curto prazo no país.
"O fluxo de moeda estrangeira para o Brasil é alto por causa da elevada taxa de juros e por causa da política do Banco Central de comprar dólares no mercado à vista."
Em maio, o país recebeu US$ 2,170 bilhões em investimentos em títulos públicos, corrigidos por juros que acompanham a taxa Selic (taxa básica da economia), hoje em 12% ao ano.
Nos primeiros cinco meses, essas aplicações somam US$ 8,765 bilhões, 43,6% a mais do que no mesmo período do ano passado.
Freitas afirma que, além dos juros, a ação do Banco Central no mercado também estimula o ingresso de capitais externos de curto prazo. Isso porque a forte atuação do Banco Central acabaria causando distorção na cotação do dólar, distanciando-a das taxas praticadas no mercado futuro e estimulando a especulação.
Entre janeiro e maio, o Brasil recebeu US$ 30 bilhões em capitais de curto prazo -referentes a empréstimos que têm prazo de vencimento inferior a um ano-, enquanto no mesmo período do ano passado o ingresso havia sido de US$ 8,3 bilhões.


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