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Setor quer linha de crédito específica; Fiesp cobra medidas mais abrangentes
Construção civil também pede plano
DA REPORTAGEM LOCAL
A formulação de um plano
emergencial para atender à cadeia
automotiva pode servir de pretexto para que outros setores reivindicarem medidas do governo que
atendam a seus interesses.
O aceno mais evidente foi dado
por representante do setor da
construção civil. ""Após essa ajuda
emergencial à indústria automobilística, vamos intensificar os pedidos de liberação de crédito para
financiamento da cadeia da construção civil", afirmou Basílio Jafet, vice-presidente do Secovi
(sindicato de imobiliárias e construtoras).
Segundo Jafet, a construção civil
responde, de forma isolada, por
19,6% do PIB (Produto Interno
Bruto) e gera 9,1 milhões de empregos (diretos e indiretos)
-apenas como comparação, as
montadoras instaladas no Brasil
empregavam em junho, segundo
a Anfavea (a associação das fábricas), 93,37 mil trabalhadores.
Ao defender a liberação de crédito específico para a construção
civil, o executivo afirma que isso
amenizaria um dos maiores entraves do setor. ""Há muita dificuldade para conseguir realizar financiamento imobiliário."
Jafet apresenta uma estimativa
com o número de empregos que,
segundo ele, seriam gerados caso
se aplicasse renúncia fiscal semelhante ao da indústria automobilística. ""A cada R$ 1 milhão investido no setor da construção civil,
65 novos empregos são gerados.
Ou seja, com os R$ 342 milhões da
renúncia fiscal do governo em relação ao IPI dos automóveis, geraríamos 22,2 mil empregos."
A diretora do departamento de
economia da Fiesp, Clarice Messer, defende que o governo anuncie medidas mais ""abrangentes".
""Estamos esperando o pacote
emergencial que deve abarcar um
número maior de setores. Isso é o
desejável", disse Messer. Na semana passada, havia afirmado ser
contra a idéia de que reduzir impostos sobre produtos, como pediam as montadoras, significaria
alta imediata de consumo.
""Há um fato consumado [a queda no IPI]. Agora temos que olhar
mais a capacidade de isso produzir bons efeitos. No máximo ameniza, mas não resolverá a situação
dos estoques", afirmou Messer.
Os setores de material eletroeletrônico e de infra-estrutura e indústria de base optaram por caminho distinto ao percorrido pelas montadoras.
Ontem, representantes da Abinee (associação das indústrias eletroeletrônicas) e da Abdib (indústria de base) mantiveram reunião
com o presidente da Eletrobras,
Luiz Pinguelli Rosa, e representantes da geradoras ligada a estatal (Chesf, Eletronorte e Furnas)
para pedir que sejam executadas
as obras licitadas por essas empresas, mas que foram contingenciadas por decisão do governo.
"Dependemos de investimentos que sejam realizados ou pelo
setor privado ou pelo setor público. Nossos contatos são para que
o setor público acelere esses investimentos", diz Newton Duarte,
diretor da Abinee.
(JOSÉ ALAN DIAS E MAELI PRADO)
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