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São Paulo, quarta-feira, 06 de agosto de 2003

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Setor quer linha de crédito específica; Fiesp cobra medidas mais abrangentes

Construção civil também pede plano

DA REPORTAGEM LOCAL

A formulação de um plano emergencial para atender à cadeia automotiva pode servir de pretexto para que outros setores reivindicarem medidas do governo que atendam a seus interesses.
O aceno mais evidente foi dado por representante do setor da construção civil. ""Após essa ajuda emergencial à indústria automobilística, vamos intensificar os pedidos de liberação de crédito para financiamento da cadeia da construção civil", afirmou Basílio Jafet, vice-presidente do Secovi (sindicato de imobiliárias e construtoras).
Segundo Jafet, a construção civil responde, de forma isolada, por 19,6% do PIB (Produto Interno Bruto) e gera 9,1 milhões de empregos (diretos e indiretos) -apenas como comparação, as montadoras instaladas no Brasil empregavam em junho, segundo a Anfavea (a associação das fábricas), 93,37 mil trabalhadores.
Ao defender a liberação de crédito específico para a construção civil, o executivo afirma que isso amenizaria um dos maiores entraves do setor. ""Há muita dificuldade para conseguir realizar financiamento imobiliário."
Jafet apresenta uma estimativa com o número de empregos que, segundo ele, seriam gerados caso se aplicasse renúncia fiscal semelhante ao da indústria automobilística. ""A cada R$ 1 milhão investido no setor da construção civil, 65 novos empregos são gerados. Ou seja, com os R$ 342 milhões da renúncia fiscal do governo em relação ao IPI dos automóveis, geraríamos 22,2 mil empregos."
A diretora do departamento de economia da Fiesp, Clarice Messer, defende que o governo anuncie medidas mais ""abrangentes". ""Estamos esperando o pacote emergencial que deve abarcar um número maior de setores. Isso é o desejável", disse Messer. Na semana passada, havia afirmado ser contra a idéia de que reduzir impostos sobre produtos, como pediam as montadoras, significaria alta imediata de consumo.
""Há um fato consumado [a queda no IPI]. Agora temos que olhar mais a capacidade de isso produzir bons efeitos. No máximo ameniza, mas não resolverá a situação dos estoques", afirmou Messer.
Os setores de material eletroeletrônico e de infra-estrutura e indústria de base optaram por caminho distinto ao percorrido pelas montadoras.
Ontem, representantes da Abinee (associação das indústrias eletroeletrônicas) e da Abdib (indústria de base) mantiveram reunião com o presidente da Eletrobras, Luiz Pinguelli Rosa, e representantes da geradoras ligada a estatal (Chesf, Eletronorte e Furnas) para pedir que sejam executadas as obras licitadas por essas empresas, mas que foram contingenciadas por decisão do governo.
"Dependemos de investimentos que sejam realizados ou pelo setor privado ou pelo setor público. Nossos contatos são para que o setor público acelere esses investimentos", diz Newton Duarte, diretor da Abinee.
(JOSÉ ALAN DIAS E MAELI PRADO)


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