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VAIVÉM FINANCEIRO
Após dois pregões tensos, mercado vive dia calmo; moeda dos EUA cai 1,6% e risco-país recua 4,4%
Dólar tem a maior queda em dois meses
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado deu uma trégua ontem. O dólar recuou 1,6%, a maior
queda em um dia nos últimos
dois meses. Apesar do recuo, a
moeda dos EUA se mantém em
níveis superiores aos verificados
desde junho. No fim do dia, US$
1,00 valia R$ 3,022. A Bolsa de Valores de São Paulo fechou com alta de 0,93%.
Não houve grandes novidades
que agitassem o mercado ontem.
A atenção dos investidores ficou
voltada ao andamento da reforma
da Previdência. Os C-Bonds se recuperaram um pouco, fechando
com alta de 2,10%, para US$
0,8500. O risco-país recuou 4,4%,
para 856 pontos.
"Tivemos o início da correção
de um exagero. O movimento dos
últimos dias foi muito irracional,
sem fatos que justificassem a disparada do dólar e do risco-país",
diz Joaquim Kokudai, diretor de
tesouraria do banco Lloyds TSB.
Entre sexta e segunda-feira, o
dólar subiu 3,44%.
Na avaliação de analistas, os investidores seguirão com a atenção
especialmente voltada às negociações de líderes em torno da reforma em Brasília. Um avanço sem
empecilhos na reforma poderia
abrir espaço para o câmbio voltar
a oscilar abaixo dos R$ 3,00.
Na segunda, dia de forte estresse
no mercado financeiro, os negócios foram marcados por boatos
-que chegavam até a dar como
possível a saída do ministro da
Fazenda, Antonio Palocci Filho-
e pelo rebaixamento dos títulos
brasileiros pela corretora norte-americana Merrill Lynch. Ontem,
o Morgan Stanley recomendou a
compra de papéis brasileiros.
Apesar da melhora de ontem, a
expectativa do mercado para este
semestre é menos otimista que a
dos primeiros seis meses do ano.
As esperadas captações privadas
em volumes mais modestos, superávits comerciais menores e
maior demanda por dólares para
quitar dívidas no exterior podem
trazer pressão extra ao mercado.
O mercado de juros futuros
também viveu um dia de fortes
ajustes. As taxas dos contratos DI
-juro das operações entre bancos-, que haviam disparado na
segunda, recuaram na BM&F
(Bolsa de Mercadorias & Futuros). O contrato DI com prazo de
vencimento em abril, o mais negociado na BM&F, fechou com
taxa de 22,27% anuais. Na segunda, a taxa nesse contrato havia pulado para 23,24% ao ano. No contrato de prazo mais curto, a taxa
caiu de 23,90% para 23,85%
anuais, pouco mais de 0,5 ponto
percentual acima da Selic (taxa
básica). Com o mercado menos
tenso, o número contratos DI negociados diminuiu 18%.
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