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São Paulo, quarta-feira, 06 de agosto de 2003

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VAIVÉM FINANCEIRO

Após dois pregões tensos, mercado vive dia calmo; moeda dos EUA cai 1,6% e risco-país recua 4,4%

Dólar tem a maior queda em dois meses

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado deu uma trégua ontem. O dólar recuou 1,6%, a maior queda em um dia nos últimos dois meses. Apesar do recuo, a moeda dos EUA se mantém em níveis superiores aos verificados desde junho. No fim do dia, US$ 1,00 valia R$ 3,022. A Bolsa de Valores de São Paulo fechou com alta de 0,93%.
Não houve grandes novidades que agitassem o mercado ontem. A atenção dos investidores ficou voltada ao andamento da reforma da Previdência. Os C-Bonds se recuperaram um pouco, fechando com alta de 2,10%, para US$ 0,8500. O risco-país recuou 4,4%, para 856 pontos.
"Tivemos o início da correção de um exagero. O movimento dos últimos dias foi muito irracional, sem fatos que justificassem a disparada do dólar e do risco-país", diz Joaquim Kokudai, diretor de tesouraria do banco Lloyds TSB.
Entre sexta e segunda-feira, o dólar subiu 3,44%.
Na avaliação de analistas, os investidores seguirão com a atenção especialmente voltada às negociações de líderes em torno da reforma em Brasília. Um avanço sem empecilhos na reforma poderia abrir espaço para o câmbio voltar a oscilar abaixo dos R$ 3,00.
Na segunda, dia de forte estresse no mercado financeiro, os negócios foram marcados por boatos -que chegavam até a dar como possível a saída do ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho- e pelo rebaixamento dos títulos brasileiros pela corretora norte-americana Merrill Lynch. Ontem, o Morgan Stanley recomendou a compra de papéis brasileiros.
Apesar da melhora de ontem, a expectativa do mercado para este semestre é menos otimista que a dos primeiros seis meses do ano. As esperadas captações privadas em volumes mais modestos, superávits comerciais menores e maior demanda por dólares para quitar dívidas no exterior podem trazer pressão extra ao mercado.
O mercado de juros futuros também viveu um dia de fortes ajustes. As taxas dos contratos DI -juro das operações entre bancos-, que haviam disparado na segunda, recuaram na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). O contrato DI com prazo de vencimento em abril, o mais negociado na BM&F, fechou com taxa de 22,27% anuais. Na segunda, a taxa nesse contrato havia pulado para 23,24% ao ano. No contrato de prazo mais curto, a taxa caiu de 23,90% para 23,85% anuais, pouco mais de 0,5 ponto percentual acima da Selic (taxa básica). Com o mercado menos tenso, o número contratos DI negociados diminuiu 18%.


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