São Paulo, sexta-feira, 06 de agosto de 2004

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COMÉRCIO

Grandes redes de supermercados repassam redução de PIS/Cofins para produtos; queda será de até 11% para o consumidor

Varejo corta preço de itens da cesta básica

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

As três maiores redes de supermercados do país, que somam 883 lojas, vão reduzir o preço do arroz, do feijão e da farinha de mandioca nos próximos dias. O grupo Pão de Açúcar, na figura de seu presidente, Abílio Diniz, foi à TV ontem no início da noite para informar do fato. O concorrente Wal-Mart distribuiu uma nota a respeito do assunto durante a tarde, assim como o Carrefour.
A decisão é reflexo de uma medida tomada pelo governo federal no dia 23 de julho. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei que isenta da Cofins e da cota do PIS (Programa de Integração Social) os três produtos da cesta básica. O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, pediu publicamente ao comércio que a redução tributária (que atinge 9,25%) fosse repassada aos preços.
No grupo Pão de Açúcar, as reduções serão de 11% no preço do feijão, 10% no preço da farinha de mandioca e 6,5% no preço do arroz. A empresa é dona das bandeiras Extra, CompreBem Barateiro, Pão de Açúcar e Sendas.
No caso do Wal-Mart, a terceira maior cadeia do país, a empresa informou ontem que está "renegociando contratos com os fornecedores". Estima-se que a redução média nos três produtos deverá atingir 10% nas principais redes de supermercados, segundo cálculo de analistas de varejo.
A rede francesa Carrefour apresentou um comunicado oficial, assinado pela direção de mercadorias, em que afirma que já está em processo de redução no valor das três mercadorias.
Isso ocorreu, na avaliação do Carrefour, não só por conta da mudança na cobrança dos tributos como pela sazonalidade desses produtos. Há maior oferta de arroz e feijão no mercado interno.

Corrida das lojas
Após o comunicado do governo a respeito da alteração nos tributos, as redes de lojas fizeram uma corrida aos fornecedores e, posteriormente, à mídia para informar do fato. Mas as redes não devem mexer em suas margens de lucro para que o preço caia, segundo apurou a Folha.
A redução no preço virá por meio de uma queda nos valores de tabela da indústria.
Isso ocorrerá porque as redes disseram para as indústrias que, nessa negociação, seria difícil reduzir as suas margens de lucro nas mercadorias porque a margem estaria muito estreita.
Nos últimos sete dias, o grupo Pão de Açúcar realizou reuniões com seus fornecedores para fechar um acordo. O Wal-Mart adotou a mesma estratégia, mas ainda não tem dados fechados sobre a redução nos preços.


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