São Paulo, sexta-feira, 06 de agosto de 2004

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CONSUMO

Pesquisa aponta diferenças entre gosto de pais e lembrança dos filhos

Presente dos pais pode não agradar

DA REPORTAGEM LOCAL

Os pais ganharão menos presentes neste ano, mostra pesquisa da Fecomercio. Quem ganhar, no entanto, deve receber um presente melhor do que o do ano passado. Só há um risco, sugere a mesma pesquisa: que a idéia de presente dos filhos não agrade muito ao gosto dos pais.
Mas os filhos se defendem ao dizer que os pais exigem demais. Era o caso de Alice,64, e Solange Pereira, 44, mãe e filha que ontem percorriam lojas do Shopping Center Norte em busca do único modelo de tênis que o pai gosta. "Só pode ser o que ele gosta. Se não for, ele nem usa", disse Alice. Apesar do trabalho, a filha se rasga em elogios ao pai, Valdemar dos Santos. "Ele vale muito mais do que qualquer presente."
A intenção de compra, por enquanto, é menor se comparada à do ano passado. Segundo levantamento da Fecomercio com 800 consumidores em São Paulo, cerca de 45% dos entrevistados disseram que pretendem comprar presentes para os pais. O percentual é menor do que no ano passado, quando 54% das pessoas responderam que queriam presentear.
Apesar da intenção de compra ser menor que a do ano passado, há um indicador que mostra os consumidores mais generosos. O valor médio dos presentes aumentou significativamente, subiu para R$ 51,40, contra os R$ 37 do ano passado, que atualizados equivaleriam a cerca de R$ 39.
Em alguns casos, o aumento da generosidade vem do bolso dos próprios pais. O consultor de vendas Celso Rubio, 54, é um dos que "patrocinam" seus presentes. "Eu pedi para um deles um relógio. Para o outro, uma caneta. Sempre ganho o que peço, e em alguns anos ganho até mais."
Mas, na hora de pagar, é ele mesmo que arca com a generosidade dos filhos. "A mesada deles é boa. Acaba valendo a pena."

Expectativa
No comércio, a expectativa é grande, já que se trata do quarto melhor período de vendas para o setor. O Dia dos Pais perde apenas para o Natal, o Dia das Mães e o Dia dos Namorados. Algo que, indiretamente, é ilustrado pela pesquisa: enquanto 45% das pessoas dizem pretender comprar presente para os pais, 87% diziam que os comprariam para as mães, e 81% afirmavam que presenteariam seus namorados ou namoradas.
Nem todos os filhos acertarão o presente. Segundo a pesquisa da Fecomercio, 22% dos entrevistados devem comprar camisetas e camisas para presentear. O problema: apenas 6% dos pais disseram que gostariam de ganhar uma camisa. Cerca de 10,5% dos entrevistados disseram que gostariam de ganhar relógios ou óculos, mas apenas 5,6% dos filhos pretendem comprá-los.
Exceto alguns itens, não parece haver "conflito". As preferências -tanto dos filhos na hora da compra quanto dos pais para receberem de presente no domingo- são por CDs e DVDs, calçados e calças.


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