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CONSUMO
Pesquisa aponta diferenças entre gosto de pais e lembrança dos filhos
Presente dos pais pode não agradar
DA REPORTAGEM LOCAL
Os pais ganharão menos presentes neste ano, mostra pesquisa
da Fecomercio. Quem ganhar, no
entanto, deve receber um presente melhor do que o do ano passado. Só há um risco, sugere a mesma pesquisa: que a idéia de presente dos filhos não agrade muito
ao gosto dos pais.
Mas os filhos se defendem ao dizer que os pais exigem demais.
Era o caso de Alice,64, e Solange
Pereira, 44, mãe e filha que ontem
percorriam lojas do Shopping
Center Norte em busca do único
modelo de tênis que o pai gosta.
"Só pode ser o que ele gosta. Se
não for, ele nem usa", disse Alice.
Apesar do trabalho, a filha se rasga em elogios ao pai, Valdemar
dos Santos. "Ele vale muito mais
do que qualquer presente."
A intenção de compra, por enquanto, é menor se comparada à
do ano passado. Segundo levantamento da Fecomercio com 800
consumidores em São Paulo, cerca de 45% dos entrevistados disseram que pretendem comprar
presentes para os pais. O percentual é menor do que no ano passado, quando 54% das pessoas responderam que queriam presentear.
Apesar da intenção de compra
ser menor que a do ano passado,
há um indicador que mostra os
consumidores mais generosos. O
valor médio dos presentes aumentou significativamente, subiu
para R$ 51,40, contra os R$ 37 do
ano passado, que atualizados
equivaleriam a cerca de R$ 39.
Em alguns casos, o aumento da
generosidade vem do bolso dos
próprios pais. O consultor de vendas Celso Rubio, 54, é um dos que
"patrocinam" seus presentes. "Eu
pedi para um deles um relógio.
Para o outro, uma caneta. Sempre
ganho o que peço, e em alguns
anos ganho até mais."
Mas, na hora de pagar, é ele
mesmo que arca com a generosidade dos filhos. "A mesada deles é
boa. Acaba valendo a pena."
Expectativa
No comércio, a expectativa é
grande, já que se trata do quarto
melhor período de vendas para o
setor. O Dia dos Pais perde apenas
para o Natal, o Dia das Mães e o
Dia dos Namorados. Algo que, indiretamente, é ilustrado pela pesquisa: enquanto 45% das pessoas
dizem pretender comprar presente para os pais, 87% diziam que os
comprariam para as mães, e 81%
afirmavam que presenteariam
seus namorados ou namoradas.
Nem todos os filhos acertarão o
presente. Segundo a pesquisa da
Fecomercio, 22% dos entrevistados devem comprar camisetas e
camisas para presentear. O problema: apenas 6% dos pais disseram que gostariam de ganhar
uma camisa. Cerca de 10,5% dos
entrevistados disseram que gostariam de ganhar relógios ou óculos, mas apenas 5,6% dos filhos
pretendem comprá-los.
Exceto alguns itens, não parece
haver "conflito". As preferências
-tanto dos filhos na hora da
compra quanto dos pais para receberem de presente no domingo- são por CDs e DVDs, calçados e calças.
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