São Paulo, domingo, 06 de agosto de 2006

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GUILHERME BARROS @- guilherme.barros@uol.com.br

Volume de crédito do Brasil é um dos menores do mundo

O Brasil tem um dos menores volumes de crédito do mundo. Em levantamento feito pela Austin Rating com 173 países, o Brasil aparece em 82º lugar, com uma proporção de apenas 32,4% de crédito em relação ao PIB. A Austin usou dados do FMI, Banco Mundial e bancos centrais.
Considerando que o Brasil é a 11ª economia do mundo, conforme ranking elaborado pela Austin em abril com dados do FMI, o baixo nível da relação crédito/PIB revela a fragilidade do crescimento econômico do país ao longo dos últimos dez anos, de 2,2%, no período entre 1996 e 2005.
O levantamento da Austin mostra que o Brasil, em 82º lugar, está atrás de países muito menores, como Costa Rica, Mongólia, Barbados, Bolívia e Panamá, além dos desenvolvidos e de emergentes como China, Nova Zelândia, Austrália e Índia, entre outros (ver ranking abaixo).
O volume de crédito de um país é um dos melhores termômetros para avaliar a sua capacidade de crescimento. Na medida que cresce o crédito, também se fortalece a economia.
O economista Alex Agostini, da Austin Rating, diz que o Brasil tem um baixo volume de crédito porque o governo toma a maior parte de recursos dos bancos. Também é, a seu ver, isso que explica o crescimento baixo da economia dos últimos dez anos.
Agora, com a queda da inflação, a redução dos juros e o equilíbrio das contas públicas, a tendência é de aumento do crédito, o que já vem acontecendo. O banco começa a ter mais dinheiro em caixa para emprestar aos seus clientes.
A condição fundamental, no entanto, para a ampliação do crédito é a redução do "spread" bancário, já que as taxas praticadas no país estão no topo da lista. Um dos pontos discutidos com maior freqüência é relacionado à taxa de compulsório sobre os depósitos à vista que as instituições financeiras têm que recolher junto ao Banco Central. Os bancos defendem a redução do compulsório para baixar o "spread".
Segundo Agostini, uma redução da taxa do compulsório em dez pontos percentuais somente da parcela sem remuneração, que corresponde a 45% do total, elevaria o volume de crédito em aproximadamente R$ 8,5 bilhões.
Esse volume, de acordo com o economista, ainda não seria suficiente para elevar a relação crédito/PIB para algo acima de 35%, mas seria certamente um significativo impulso para a redução dos juros cobrados aos consumidores.
Pelas contas de Agostini, entre setembro de 2005 e junho deste ano, enquanto a taxa Selic foi reduzida em 4,5 pontos percentuais, a taxa média do "spread" bancário para as operações realizadas para as pessoas físicas foi reduzida em apenas 2,3 pontos percentuais.

FASE AZUL
A Gatorade vai lançar, nesta semana, o Cool Blue. A bebida, que é azul e tem visual grafitado na garrafa, será vendida nas versões PET 500 ml e Sport Bottle.

SAINDO DO ARMÁRIO
A Mash (roupas íntimas) lança hoje uma nova linha, a Mash Sports, de camisetas, e a Mash Bermudas. A marca também anuncia parceria com a grife TNG.

SALÃO DE FESTAS
O Copacabana Palace se prepara para reabrir um de seus espaços mais nobres depois de 60 anos. Fechados em 1946, os salões do antigo cassino do hotel serão ativados para a realização de eventos sociais, como casamentos, desfiles de moda e jantares. "Os salões são muito versáteis, mas o Copa sempre foi muito ligado à vida social da cidade", diz o diretor-superintendente Philip Carruthers. A reforma, orçada em R$ 10,6 milhões, faz parte da estratégia de aumentar o número de hóspedes brasileiros, especialmente os paulistas. Entre outras ações, o hotel inaugura até o fim do ano um spa de relaxamento.

GAROTA NACIONAL
A partir de terça-feira, a Daslu volta sua atenção para a moda brasileira. A butique paulistana, que completou 48 anos, inaugura um espaço de 400 m2 inteiramente voltado para a produção de estilistas nacionais, com 43 nomes e um investimento total de R$ 3,8 milhões. Segundo Donata Meirelles, diretora de marcas nacionais e internacionais da butique, a criação do espaço, batizado de Daslu Village Brasil, não teve a ver com a dificuldade em trazer produtos importados para a loja. "Na verdade, dessas 43 marcas, apenas nove são novas", afirma Donata. As outras -entre elas Forum, Iódice e Reinaldo Lourenço- já existiam no primeiro andar da loja e eram vendidas junto à marca própria da Daslu. "Agora, as peças ficaram mais visíveis. Resolvemos investir mais nas marcas." A expectativa é de 50% de crescimento no faturamento. Estréiam no espaço as marcas Lilly Sarti, Marcela Santana, Pelu e Dagema, "mais voltadas para o público jovem", segundo Donata, entre outras. Na agenda, estão programados dois desfiles diários da coleção verão, às 11h30 e às 15h30, a partir de terça. "O único problema é que o espaço fica no primeiro piso da Daslu mulher, onde os homens não podem entrar."

AULA NA EMPRESA
O Ministério do Desenvolvimento vai divulgar os resultados da pesquisa sobre ensino nas corporações no Brasil. O relatório final, produzido na Secretaria de Tecnologia Industrial do ministério, aponta que o setor de serviços investe mais na área e que o ensino à distância é bastante usado. Segundo o estudo, 87% das corporações avaliadas utilizam a capacitação com objetivo estratégico.

TRAVEL CHEQUE
A Caixa Econômica Federal emprestou R$ 393 milhões para o setor de turismo no primeiro semestre de 2006, uma alta de 22,4% sobre igual período de 2005. O valor médio mensal de empréstimos e financiamentos para o setor, atualmente, é de R$ 65,5 milhões, distribuídos em capital de giro e investimentos fixos. Em 2005, a média foi de R$ 56,7 milhões. De janeiro de 2003 até junho de 2006, foi emprestado mais de R$ 1,63 bilhão.

PLÁSTICO
O projeto Export Plastic, da Apex em parceria com o setor plástico, entra na sua segunda fase com investimentos previstos da ordem de R$ 9 milhões. A assinatura da renovação do convênio de cooperação técnica e financeira acontece na terça-feira. Em 2005, o setor exportou cerca de US$ 975 milhões em produtos de plástico. A meta para a segunda fase é incrementar as exportações em US$ 80 milhões e gerar 710 postos de trabalho no período 2006/2007.

SP NO TOPO
O executivo estrangeiro que vem ao Brasil a trabalho gasta 37% a mais que o turista de lazer. A informação faz parte de pesquisa do Ministério do Turismo/Fipe/Embratur, que analisa o perfil dos estrangeiros em visita ao país. O estudo mostrou que, no quesito "negócios, eventos e convenções", a capital paulista fica com 49,4% dos visitantes, o dobro do percentual da segunda colocada, o Rio (22,3%).


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