São Paulo, quarta-feira, 06 de agosto de 2008

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Financiamento imobiliário cresce 59% no 1º semestre

128 mil imóveis são financiados com recurso da poupança

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O financiamento de imóveis pelo sistema que utiliza os recursos da poupança deve atingir recorde histórico neste ano.
De janeiro até junho último, segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), 128,4 mil unidades foram financiadas -58,9% a mais do que no mesmo período do ano passado. "Nesse ritmo, esperamos superar em 2008 as 267 mil unidades de 1981", disse Luiz Antonio França, presidente da entidade. Em 2007, foram financiadas 195,9 mil.
Os recursos liberados para a compra da casa própria somaram R$ 12,93 bilhões no primeiro semestre deste ano, o que significa alta de 86,66% ante o mesmo intervalo de tempo de 2007. A modalidade de crédito alcançou R$ 18,28 bilhões no ano passado e, pelas expectativas da Abecip, deve fechar 2008 com R$ 30 bilhões.
Para França, os principais fatores que explicam o forte crescimento do crédito habitacional são a nova regulamentação -antes, o financiamento era feito por hipoteca e agora é por alienação fiduciária-, o aumento da renda da população e a queda da taxa de juros.
O presidente da Abecip diz não acreditar que a recente elevação a taxa básica de juros da economia brasileira, pelo Banco Central, vá desanimar os mutuários em potencial.
"O impacto da Selic sobre a TR [Taxa Referencial, que corrige os empréstimos] não é significativo. De janeiro até agora, não observamos aumento das taxas praticadas."
A inadimplência segue baixa. Apenas 1,4% dos tomadores estão com até três prestações em atraso. "Os bancos seguem critérios adequados para a concessão e existe uma garantia concreta."

Parcelas
Nos últimos anos, têm subido tanto o preço médio dos imóveis como o crédito tomado: de 2004 a 2008, os valores passaram, respectivamente, de R$ 107,18 mil para R$ 147,80 mil e de R$ 50,11 mil para R$ 86,97 mil. Esse é mais um reflexo da melhoria da renda da população e dos juros atraentes.
Os prazos dos contratos também cresceram, graças à estabilidade da economia, de acordo com o presidente da Abecip, mas o prazo médio de liquidação dos contratos é de nove anos. "As pessoas usam o FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço]", explicou.


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