São Paulo, quinta-feira, 06 de agosto de 2009

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CVM aplica multa de R$ 800 mil no caso Petros da Bovespa

Grupo é acusado de atuar na Bolsa com informações privilegiadas sobre ordens do fundo da Petrobras

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) multou ontem um grupo que lucrou na Bovespa, em 2001 e 2002, com informações privilegiadas sobre a atuação na Bolsa da fundação Petros, o fundo de pensão dos empregados da Petrobras. As multas somaram R$ 837,5 mil.
Quando o fundo de pensão ia comprar um lote expressivo de ações, os investidores adquiriam os mesmos papéis minutos antes e os revendiam, no mesmo dia, com lucro.
A ação dos investidores foi notada pela Bolsa, que avisou a CVM. Chamou a atenção o fato de que eles faziam ""day trade" (compra e venda no mesmo dia) com ações que viriam a ser negociadas pela Petros.
A entrada da Petros, dado o grande volume de aquisições ou vendas, mexia com a cotação das ações, e os investidores ganhavam com a oscilação.
Segundo a CVM, os investidores atuavam através de operadores que também atendiam ao fundo de pensão estatal. Não ficou provado o envolvimento de funcionários da Petros.
A maior punição, de R$ 392,6 mil, recaiu sobre o economista Lúcio Henrique Ledo Gomes. Segundo a CVM, ele fez 36 operações com tal sistemática e obteve lucro de R$ 130,8 mil.
Outro investidor, Rogério Rodriguez Almedia, foi multado em R$ 219,28 mil. Também foram autuados Guilhermo Davies (R$ 46,15 mil) e Jorge Davies (R$ 70,74 mil).
Dois profissionais do mercado -Claus Buckmann e José Henrique Secco Peixoto- foram multados em R$ 54,36 mil.
Todos os punidos podem recorrer. Os responsáveis pelas aplicações da Petros, à época, foram ouvidos e disseram que as operações eram decididas pelo comitê de investimento.
Os seis autuados negaram ter agido em grupo. Lúcio Henrique Ledo Gomes disse que lucrou porque estudava previamente os papéis. Ele e Rogério Almeida sustentaram ter investido em separado, na Bolsa, e negaram ter tido conhecimento prévio das operações da Petros. A mesma alegação foi feita pelos demais investidores e operadores.


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